terça-feira, 27 de dezembro de 2005

LOLada

LOLada

É só rir, este delirante gozo que se faz, à esquerda, à caricatura que a direita faz da esquerda. Perceberam? Se sim, vão lá ler. Se não, vão lá ler.

sábado, 24 de dezembro de 2005

Spam natalício

"Hottest Free Porn! Over 1000+ Galleries Of Hot Chicks Updated Daily unique."

As tretas que circulam pela internet

Há uns dias, recebi de uma amiga minha um daqueles emails pretensamente informativos que circulam pela internet, de forward em forward, por obra e graça da benevolência dos forwarders. Reproduzo-o aqui em baixo, textualmente:

O diplomata norueguês Charung Gollar, foi incumbido de apresentar, na ONU,
no mês passado, um gráfico mostrando os principais problemas que
preocuparam o mundo no decorrer de 2004...

Apresentou uma série de oito gráficos, entitulada 'O Poder das Estrelas'...

Foi aplaudido de pé!

E seu trabalho foi indicado a concorrer para o prémio Nobel em Marketing
Político...
Vejam os gráficos!"


Os gráficos de que aqui se fala são aquelas imagens de bandeiras que acho que já toda a gente conhece, em que cada cor da bandeira representa a percentagem de qualquer coisa relativa ao país em questão. Fazem parte do pacote, pelo menos, as bandeiras dos EUA, da Somália, do Brasil (sem a lista da "Ordem e Progresso") de Angola e do MPLA (esta, erradamente, no lugar da do Burkina Faso, da qual difere apenas na cor da lista de baixo, preta no MPLA, verde no Burkina), da China, da Colômbia e da União Europeia. Todas elas têm, logo por baixo da legenda onde é explicado o significado de cada cor, o logotipo da Grande Reportagem, o que deveria fazer pensar quem divulga o email. Seria estranho, no mínimo, que um "diplomata norueguês" (e que raio de nome é Charung Gollar?) apresentasse "na ONU" uma "série de oito gráficos" com o logotipo da Grande Reportagem. Também a menção a um fantasmagórico "prémio Nobel em Marketing Político" deveria fazer pensar os apressados do forward. Mas aparentemente não faz.

Sim, o email que recebi é uma patranha de principio ao fim. Os gráficos foram elaborados por uma empresa publicitária portuguesa para promoção da revista Grande Reportagem, pretendendo fazer passar a mensagem de que a revista vai mais fundo na busca de informação e é criativa na sua entrega ao consumidor. De facto, a ideia é extraordinária, e é verdade que a campanha foi premiada lá por fora, mas é tudo produto nacional. Não há nela envolvido nenhum diplomata norueguês nem organização internacional alguma. Mas não deixa de ser curioso (e um pouco triste) que o mentiroso tenha decidido que a história teria mais credibilidade assim, e que as pessoas se predispusessem a reenviá-la umas às outras desta forma, mesmo com as flagrantes inconsistências nela contidas.

É nestas pequenas coisas que se revela a incapacidade de um povo em lidar consigo próprio, especialmente quando isso significa dar crédito aos seus membros que fazem as coisas bem feitas. É nestas pequenas coisas que se revela com mais clareza a forma como este povo se condena a si mesmo à mais absoluta mediocridade.

Nestas pequenas coisas e nos políticos que elege.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

País novo

Depois de muito tempo em que os visitantes que cá vieram dar chegaram todos de países relativamente comuns, eis que surge, finalmente, uma novidade. A Grécia. Mais um para a conta da UE.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

Proposta de slogan para a campanha de Mário Soares

Quem tem um coelho não precisa de inimigos.

Boa?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

Proposta de slogan para Manuel Alegre

De parvoíce em parvoíce até à derrota final.

Boa?

Bandeirices

Mais uma história fantástica bestial do Bandeira. Vão lá ler, vão lá ler.

Por mares nunca dantes surfados

É. É isso mesmo. Os Lusíadas chegaram ao Gutenberg.

domingo, 11 de dezembro de 2005

Marcelo

Estou neste momento a assistir à mais descarada campanha eleitoral cavaquista que vi nos últimos tempos na televisão. Descarada porque clara mas não assumida. O homem fala querendo parecer imparcial mas de imparcial não tem nem uma pestana. Um bocadinho asqueroso, convenhamos...

Este fim de semana decidi o meu voto

É verdade: andava indeciso. Como, imagino, tantos outros eleitores que sabem perfeitamente que nunca na vida votariam Cavaco mas têm dúvidas sobre a qual dos outros candidatos será melhor dar o voto na primeira volta, também eu olhava para os quatro candidatos de esquerda e só me vinham dúvidas à cabeça.

Não me apetecia votar no Soares porque, sinceramente, e que me perdoem os defensores do tabu etário, me parece que está velho demais para quatro anos de presidência. Bem sei que ele sempre foi um pouco assim, que as gaffes soaristas fizeram a seu tempo escola no anedotário nacional, mas dá-me a sensação de que a coisa se agravou bastante nos últimos tempos. Que ele esteja óptimo para a idade, que está, não invalida que o óptimo para a idade seja bem diferente do óptimo.

Não me apetecia votar no Alegre porque desconfio de toda aquela grandiloquência, do uso e abuso da palavra "pátria" que tanto me soa a nacionalismo bacoco à velhíssima e asquerosíssima moda da extrema-direita. Bem sei que o homem foi um lutador anti-fascista de relevo, que está fortemente ligado à história da democracia portuguesa, mas que certas coisas, mesmo assim, me causam calafrios, isso causam.

Não me apetecia votar no Jerónimo porque não acredito no Jerónimo. O Jerónimo é um líder com aquele carisma que o Cunhal também tinha para dar e para vender e que o Carvalhas nunca teve, mas não me parece que tenha alguma coisa para além disso. Parece-me inconsistente, com pés de barro, pronto a desmoronar-se à primeira rajada de vento, transformando-se numa simples pilha de chavões vazios de significado.

E não me apetecia votar no Louçã porque não me agrada a tendência recente no Bloco de Esquerda de centrar tudo no Louçã. Ele é eleito líder num partido que se destacava dos outros precisamente por não ter um rosto único a personificar a liderança, ele é candidato a presidente da república, ele é, ele é, ele é. Soava-me demasiado a alguns velhos tiques (também bastante arrepiantes, certamente) de algumas das forças que se uniram para formar o Bloco e não me apetecia mesmo nada incentivar a tendência.

Mas, por outro lado, qualquer deles é infinitamente melhor que o Cavaco. Qualquer um. O Cavaco é o vazio absoluto, um homem sem ideias, um péssimo economista que cometeu a proeza, quando foi primeiro-ministro, de desbaratar milhões e milhões de contos de fundos comunitários em investimentos de segunda linha e elefantes brancos do regime quando aqueles que importava realmente fazer, aqueles que realmente são fundamentais para o nosso futuro enquanto país (os investimentos na qualificação do nosso capital humano) foram completamente menosprezados, o homem cujos governos, por pura incompetência, por coisas tão simples como não terem os projectos prontos dentro do prazo, deixaram por aproveitar milhões de contos de fundos comunitários, o homem que gerou boa parte das condições que levaram à crise que hoje vivemos, quer por acções próprias, quer por não ter sabido ou querido agir de forma correcta quando era tempo disso.

E um homem que hoje se apresenta como se fosse D. Sebastião, saído do nevoeiro da semi-inactividade política para convencer as pessoas de que vai devolver a Portugal a grandeza de outrora, tentando com isso capitalizar em cima da mais profunda de todas as causas do nosso atraso, o sebastianismo, com uma estratégia planeada há muito mais de um ano, apesar dos tabus e das meias verdades (e de uma mentirinha aqui e ali também, já agora) com que foi tentando esconder que ia ser candidato. Sempre que hoje cita a sua autobiografia (e fá-lo muitas vezes) está a admitir que ela é parte de uma estratégia mais vasta destinada a vingar a derrota de há dez anos.

Hoje, Cavaco apresenta a sua condição de economista como trunfo político, dado o país estar em crise económica, e dado que durante o seu mandato Portugal melhorou a maior parte dos indicadores socio-económicos. O que não diz é que com os rios de dinheiro que nos chegavam nessa época de Bruxelas qualquer outro primeiro ministro teria feito melhor, investindo menos em cosmética mas lançando as fundações para que hoje não estivéssemos na triste situação em que nos encontramos.

E isso ficou inteiramente claro no debate Cavaco-Louçã. Louçã arrasou por completo o antigo presidente do PSD, ganhando-lhe por KO não só em temas de política geral como na sua própria capelinha económica, trazendo a nu ignorâncias chocantes em alguém que quer ser presidente da república (propor legislação ao parlamento?! Desde quando é essa uma competência do presidente? Ou ignorar que certas leis estão aprovadas e em vigor ou que determinados estudos estão feitos?! Poupem-nos! Este país não está em condições de ter como presidente alguém tão impreparado!), levando-o a atrapalhar-se, a titubear, a gaguejar, a enlear-se em respostas evasivas que não respondiam a nada.

Louçã, aquele candidato que, segundo as sondagens, é o quinto nas preferências dos portugueses, mostrou que está incomparavelmente mais preparado para ser presidente do que Cavaco. Julgo até que é, entre os candidatos da esquerda, aquele que seria melhor presidente. E, sem sombra de dúvidas, é aquele que, na área do BE, pode mais eficientemente enfrentar Cavaco no seu próprio terreno. Onde se comprova que a escolha do candidato foi acertada. E assim se põe ponto final nas minhas dúvidas.

Vou votar Louçã, confiando que ele foi escolhido não por ser o líder mas sim por ser, no Bloco, o melhor antídoto ao Cavaco. E espero — sinceramente tenho esperança — que este povo tenha a inteligência suficiente para compreender que Cavaco não irá resolver rigorosamente nada e, pelo contrário, poderá contribuir para perpetuar o nosso atraso.

Tal e qual como já fez no passado.

sábado, 10 de dezembro de 2005

Waterworld

Aqui está um filme inacreditável.

É inacreditável como um filme pode ser assim tão mau.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

Acontecimento de transcendental importância

Daqui a uma hora, ou lá o que é, um grupo de homens vai meter as mãos dentro de uns quantos potes e tirar de lá algumas bolas. Parece que isso vai ser decisivo não sei para quê. Transcendente, mesmo. Acho bem.

(bocejo)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

Como identificar um burro

É bastante simples. Se se trata da variante zoológica, basta olhar: se for equino, cinzento e tiver umas grandes orelhas e um ar robusto, está visto. Se mesmo assim persistir a dúvida, basta atentar ao comportamento: se empancar num certo sítio sem motivo aparente e daí não se mover nem que chovam pedras e lâminas de barbear, e se depois, de novo sem qualquer motivo, se puser a andar, então está mais que claro que o animal pertence a essa peculiar espécie asinina que tantas referências deu ao nosso consciente colectivo.

Se for da variante sociológica é mais complicado. Esse tipo de burro disfarça-se bem. Passamos por eles na rua sem nos darmos conta de que por nós passa zurrante jumento, embora alguns sinais forneçam pistas que ao fim de algum tempo aprendemos a detectar. Um certo olhar parado e sem vida. Uma certa apetência pelas últimas modas. Um certo ar de pasmo perante o mundo, por vezes escondido por trás de uma máscara de tédio blasé. Um algo difícil de pôr em palavras, mas que mesmo assim nos deixa a certeza: ali vai um burro.

E tal como acontece com os seus equivalentes de quatro patas, também as dúvidas relativas aos burros de duas se dissipam quando lhes damos acesso à palavra, seja oral, seja escrita.

Nos blogues, esse tipo de burro gosta de se passear pelas caixas de comentários, assinando comentários agressivos quase sempre com nome falso, à procura de causar uma reacção qualquer, em busca daquela satisfação patética de ter alguém neste vasto mundo a prestar-lhes um minuto de atenção.

Eu agora tenho por cá um. Começou com uma opinião sobre um álbum do Jiro Taniguchi que não me agradou. Nem disse que não prestava, note-se. Nem disse que era uma porcaria. Disse apenas que não me agradava, o que é uma expressão de gosto pessoal perfeitamente assumida. Mas mesmo assim, o burro sentiu-se atingido na sua fascinação cega pelo desenhador nipónico. Deixando o comentário não no post sobre o Taniguchi mas junto do pobre fanzine Phantastes, que não tem nada a ver com o assunto, coitado, o burro ordena-me que leia isto e aquilo "e depois venha cá escrever", como quem grita do alto do seu talibanismo "o menino cale-se imediatamente, que falar mal do Profeta é blasfémia". Logo a seguir, sem sequer compreender que a minha opinião pessoal se limita a um álbum e que nela não disse rigorosamente nada sobre o que quer que seja para além desse álbum específico, o burro lança a fatwa: "depois de teres lido estes dois livros, pelo menos, então podes criticar o homem", como quem diz que "és um ignorante e não sabes nada de nada". Os burros são assim: não percebem as coisas. Confundem-se. As correntes de ar que correm dentro das suas cabeças arrastam os pensamentos confusos que vão brotando dos seus cérebros pouco férteis e baralham-nos todos. Atrapalham-se. Trocam opiniões sobre um livro com críticas ao homem que o desenhou e respondem às primeiras como se das segundas se tratassem.

E chegados a este ponto, claro, temos o burro identificado com tanta certeza como se fosse quadrúpede, orelhudo e cheirasse mal. E é escusado tentar qua a criatura se mova. Não vale mesmo a pena: à semelhança dos quadrúpedes seus semelhantes, estes asnos de duas patas quando empancam não se movem um milímetro. Para ele, eu não estar disposto a ser criticado por aquilo que não escrevi (uma crítica ao Taniguchi) é sinal de que sou "um miúdo", "sem maturidade democrática" (o burro vê debates na televisão e apanha uns chavões), "virgem ofendida" ou "geniozinho". O burro acha que tem o direito de impedir que eu no meu blogue escreva precisamente o que me dá na real gana e ordena-me que "aceite os comentários e acabou". Que o blogue seja meu, que por isso seja eu o único responsável pelo que nele se escreve e que exista uma coisa chamada liberdade de expressão não lhe entra no microcéfalo. A única coisa que vê é que alguém se atreveu a não se espojar em reverência perante Sua Santidade Taniguchi, "o homem que mete o Moebius num bolso e que dá lições de BD e de humanidade absolutas". Para o burro só se pode falar do seu pequeno deus se for para dizer "amen" e "oremos irmãos". Para ele, as opiniões que não sigam a ortodoxia devem ser suprimidas. Por vontade dele, fechava-me o blogue, dava-me uma tuna de porrada e enfiava-me numa masmorra.

Isto tudo é fundamentalmente patético e dar-me-ia vontade de rir se não fosse um pequeno detalhe: este tipo de pensamento é, por natureza, fascista. E há aqui, misturado à avantajada dose de burrice de que o burro, naturalmente, dá mostras, algo de perturbador, uma maneira de pensar que causa arrepios. Gente desta é perigosa. Podemos e devemos rir-nos dela, mas não convém que nos destraiamos porque se o fizermos um dia acordamos todos a balançar na ponta de uma corda ou encarcerados numa sala sem ventilação e com um tubo cheio de verdete que verte gás.

Lido

Mais uma das minhas leituras intercalares foi o número 5 do fanzine Dragão Quântico, o mais antigo dos fanzines portugueses ligados à ficção científica e ao fantástico (Rogério Ribeiro, 48 p., 2005). Com ficção de Nuno Fonseca, Alberto Figueiredo, João Ventura, João Madeira, João Henrique Silva e João M. S. Silva (deve ser o número dos Joões), não-ficção de Rogério Ribeiro e João Ventura e uma entrevista a Sara e Teresa Costa, é um número cheio de sumo.

Mas...

Mas à excepção de alguns dos contos mais curtos, à excepção da entrevista com as irmãs Costa, cujo site sobre ciação de mundos é interessante se bem que, como elas mesmas admitem, fica (ainda) bastante aquém de algumas coisas que há em inglês e se bem que tenha o enormíssimo defeito de estar optimizado para Internet Explorer e não funcionar a contento com outros browsers (coisa que partilha, aliás, com gente que teria a obrigação de fazer muitíssimo melhor, como a Simetria). Mas divago. Pois à excepção desta ficção, de algumas crónicas e críticas, desta entrevista e, principalmente, de um artigo do João Ventura que, no entanto, eu já conhecia de outros carnavais, o conteúdo deste número pareceu-me muito fraco, muito aquém de outros números do mesmo fanzine. Especialmente no que diz respeito à ficção, e especialmente na ficção mais longa.

Mesmo assim, vale a pena dar uma vista de olhos. As coisas interessantes talvez compensem as que não o são, e, de resto, só lendo a primeira parte de Zuron será possível saber se vale ou não a pena ler a segunda, que deverá sair no número 6.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Lido

Mais uma das minhas leituras intercalares foi o primeiro número do fanzine Phantastes (Telmo Pinto e Tiago Gama, 12 p., 2005), um fanzine de ficção científica e fantástico editado no norte pelo Telmo e pelo Tiago e com presença na internet através do seu próprio blog. A exiguidade das 12 páginas abre, mesmo assim, espaço a ficção por Telmo Marçal, Tiago Gama, Telmo Pinto, João Ventura e Gediminas Kalikauskas e não-ficção por Manuel Freire e Tiago Gama, mas a verdade é que são capazes de ser demasiados autores para tão pouco espaço: os contos são tão curtos que acabam, a maior parte deles, por saber a pouco. Como consequência, há no fanzine um certo sabor a número zero, um número experimental, destinado principalmente a testar águas.

Mesmo assim, esta pequena publicação ficará na história por, julgo, publicar pela primeira vez um autor lituano de FC&F na nossa língua, com o conto que me pareceu o mais bem conseguido de todos, sobre um homem que não tem pés e flutua sobre os tornozelos (ou talvez não).

Parece-me que com experiência e divulgação o Phantastes poderá melhorar bastante no futuro e tornar-se numa publicação a ter em conta.

domingo, 4 de dezembro de 2005

Lido

Outro dos livros lidos nos entretantos é o Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica 2004 (Edições Hiperespaço, 164 p., 2005), de César Silva e Marcello Simão Branco, livro em que eu participo com uma crítica, um artigo pequeno (e muito amputado devido a uma opção dos editores de colar parte do que tinha escrito para ele numa apreciação genérica sobre a literatura fantástica publicada em Portugal) e a recolha de dados sobre a edição de fantástico cá no burgo.

A minha parte ficou prejudicada por alguma falta de informação sobre que tipo de dados e que tipo de apresentação se pretendia para o livro. Houve alguns dados que eu não recolhi e, portanto, sobre os quais não informei os autores, o que levou a que alguns livros tivessem sido colocados em colunas bem distantes da realidade. Para o ano será melhor.

No global, acho que este tipo de volume é muito interessante como material de consulta, em especial para o futuro. Mas mesmo para quem o lê hoje, há ali coisas interessantes, nomeadamente as críticas retrospectivas e algum material de análise do que foi o fantástico e a FC brasileira há algumas décadas.

Pena que como objecto o livro deixe muitíssimo a desejar. Produzido como um fanzine, impresso numa impressora doméstica não muito boa e depois fotocopiado, o livrinho não é nada atraente. É pena que o público de uma obra deste tipo seja tão restrito que, provavelmente, seja esta a única forma viável de o publicar. Pelo menos por enquanto.

sábado, 3 de dezembro de 2005

Que nome se dará a um intelectual miserável?

Lúpen-intelectual? Intelectoproletário? Efeito colateral do liberalismo?

Lido

Estes posts lamparinos sobre o que vou lendo tiveram uma longa pausa, devido a três factores principais: ter coisas bastante chatas na pilha "regular" de livros a ler, a grande quantidade de contos que li (e alguns mais do que uma vez) para a Antologia de Literatura Fantástica e uma avaria no scanner que tornou bastante problemática a obtenção das capas.

Regresso agora, armado de scanner novo, durante algum tempo sem nenhuma capa do lado direito porque estas coisas saíram todas de leituras "intercalares".

Pois bem, um dos livros que li nos entretantos foi O Homem que Caminha de Jiro Taniguchi (Edições Devir, Série Ouro nº 19, 148 p., 2005). É um álbum de banda desenhada japonesa (mangá, portanto) com uma série de pequenas histórias encadeadas pelas personagens e por uma atmosfera bucólica. Não sou grande fã de BD mas gosto muito de algumas coisas: Moebius, Bilal, Astérix quando o Goscinny ainda estava vivo, Calvin & Hobbes... Não foi o caso deste álbum. Estas histórias do Jiro Taniguchi são quase sempre não-histórias, retratos da banalidade envoltos em silêncio (quase não há texto), coisinhas sensaboronas que não me conseguiram despertar o interesse. É um estilo, suponho, e como o efeito foi propositado, até é um estilo bem conseguido. Mas não me agrada.

Às vezes a blogosfera farta

Às vezes a blogosfera farta, com as suas discussões pequeninas, as suas arruaças, os seus pequenos e grandes canalhas, os seus textos distorcidos, seja deliberadamente, porque ao autor convém ganhar uma vantagem de qualquer coisa, seja porque o autor não é, simplesmente, capaz de mais ou melhor. Às vezes a blogosfera farta, enche até ao tutano, sufoca.

Mas doutras vezes, abre a porta a coisas simplesmente geniais. E todo o fartum desaparece como por magia. Deve ser mesmo magia. Ou um abraço de um velho modem anglófono.

Regressamos à América do Sul

... para saudar a última chegada à listinha: a Venezuela. Já tardava!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

Vêm em bandos

Falo das novidades em língua portuguesa no projecto Gutenberg. Depois de uma ontem e outra anteontem, chega o dia de hoje e uma mais. Desta vez é o célebre livro de poemas de António Nobre chamado (e quase não havia necessidade de dizer isto) .

Olá, Angola!

Pois é: o primeiro país africano de língua oficial portuguesa a trazer alguém aqui à Lâmpada foi Angola. É a última novidade na minha colecçãozinha.