quinta-feira, 22 de junho de 2006

O fantástico literário

Dei com um post muito interessante sobre literatura fantástica num blog acabado de estrear, de um tal António Maria de Sousa. Vão ler, se fazem favor.

O António utiliza a definição académica de fantástico que, como sabemos, é muito mais restritiva do que aquela que nós usamos, à falta de termo mais adequado, para designar toda aquela literatura que não pretende ser realista, que tem no imaginário o seu ponto fulcral. E nesse contexto tudo o que escreve, tanto quanto eu sei, está correcto.

Mas também me parece que a luta pela definição académica de literatura fantástica é quixotesca e condenada ao fracasso. Assemelha-se à luta dos amantes de ficção científica para que deixe de se associar a FC àquilo que não o é, coisas como a fantasia tecnológica (Star Wars e afins) e as fábulos dos discos voadores, ou aos piores exemplos de um género inteiro, que nos são sistematicamente impingidos pela televisão e o pelo cinema.

Mas não é por as nossas batalhas serem quixotescas que deixaremos de travá-las. E por isso, mesmo que na questão sobre o que designar como "literatura fantástica" estejamos em polos opostos, o António tem toda a minha simpatia.

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