terça-feira, 28 de novembro de 2006

Outra coisa que não percebo no Toni Vitorino...

É porque é que ele faz questão de pronunciar todas as consoantes mudas. Não é tanto o caso de "eurocéptico", cujo p muita gente pronuncia, mas quem, além do Vitorino, pronuncia o c de "acção"?! É mais esquisito ouvi-lo dizer "akção" do que escrever "ação", juro.

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Cá está ele, o segundo

Cá está já o boneco de capa do segundo livro traduzido por mim, aquele que fui apresentar a Lisboa, no Fórum Fantástico, por indisponibilidade de última hora do autor, Harry Turtledove. É um romance quase com 500 páginas que me deu uma trabalheira imensa e uma satisfação enorme quando cheguei ao fim do trabalho pelo simples facto de ter sido capaz de chegar lá.

Explicando-me:

Aceitei o trabalho sem saber bem se seria capaz de o levar a bom termo, consciente de ser um desafio considerável, mas sem saber que seria tão grande como acabou por revelar-se. Aceitei-o porque precisava do trabalho e do respetivo pagamento, depois de uma leitura em diagonal que me deu uma ideia, só parcialmente correta, sobre aquilo que teria de enfrentar. Este é um romance de vulto, cheio de passagens em inglês do século XVI, passagens ou retiradas diretamente das obras do Shakespeare e de outros poetas/dramaturgos do tempo, ou adaptadas a partir dessas mesmas obras. Algumas estão claramente visíveis sob a forma de versos, outras estão dissimuladas no texto, à espreita de olhares atentos. A leitura em diagonal apanhou as primeiras, mas não as segundas. E tampouco apanhou a miríade de trocadilhos e subtilezas de linguagem que enriquecem o romance, detalhes esses que me esforcei por manter ou adaptar para que essa riqueza não se perdesse. É que foi só ao trabalhar este texto que me apercebi de até que ponto poderia ser arruinado por uma má tradução. E ainda por cima, o editor tinha prazos apertados por causa da projetada vinda do Turtledove a Portugal... E ainda por cima, esta era apenas a minha segunda tradução de vulto...

Mas consegui. Em cerca de dois meses tinha a coisa pronta, mesmo subestimando grosseiramente a dificuldade da tarefa (e arrependendo-me várias vezes de a ter aceite ao longo do caminho).

Na verdadeira atividade desportiva radical que foi aquela apresentação no Fórum Fantástico, tanta era a adrenalina que me corria nas veias, fiquei a saber mais algumas coisas. Parece que fui o terceiro tradutor daquele livro, tendo os dois primeiros renunciado ao trabalho, por algum motivo que desconheço (mas imagino). E parece que, segundo o próprio autor e várias outras pessoas que o leram em inglês, este romance em particular é especialmente difícil de traduzir. Foi bom de ouvir. E também foi bom ouvir o editor a elogiar-me o trabalho. Num país de elogio difícil, como o nosso, os que surgem são ainda mais preciosos.

Estou contente com o meu trabalho, e gostei bastante do livro em si. Não os acho perfeitos, nem o trabalho nem o livro, mas ambos me satisfazem. O livro por ser divertido, espantosamente bem pesquisado e sólido, cheio de personagens e cenários palpáveis, e o meu trabalho por me parecer que, mesmo tendo a componente de traição inevitável em todas as traduções, mesmo com uma gralha ou outra, não sofre quase nada com a minha inexperiência e acaba por estar mais ou menos ao nível da de A Cor do Céu, um livro não só muito mais curto, mas também quase infinitamente mais fácil de traduzir. Se esse nível é ou não bom, não me cabe a mim dizer. Leiam-no e digam-me vocês.

(Se clicarem na imagem da capa, ali em cima, poderão vê-la maior - embora sem o nome do autor e mais algum texto que consta da capa verdadeira - e ler aquilo que a editora tem a dizer sobre o livro)

Toni Vitorino e os "Eurocépticos"

Estou aqui a ouvir o Toni Vitorino, e está-me a soar a eurocepticismo. Fala o homenzinho da Holanda e do resultado das eleições holandesas, dizendo que "subiram os eurocépticos da esquerda e da direita". Como é que ele sabe que os que subiram são eurocépticos? Nada mais simples: quem está/esteve contra o abortado projecto de constituição europeia, é eurocéptico; quem está/esteve a favor, não é.

Ou seja, eu, europeísta, que nada tenho contra uma constituição europeia que não seja um documento neocon da cabeça aos pés, bem mais reaccionário do que a constituição portuguesa, sou eurocéptico. Eu, europeísta, que seria favorável a um documento que protegesse o sistema social europeu em vez de ir buscar inspiração ideológica aos Estados Unidos da América, sou eurocéptico. Para ser europeísta, eu, europeísta, teria de apoiar um documento eurocéptico, que recusa aquilo que a Europa tem de melhor. Como não apoio, sou eurocéptico. Eu, europeísta. Eurocéptico.

Por isso, cheira-me que o Toni Vitorino, o europeísta, é um eurocéptico. Diria mesmo mais, à Dupond (ou será Dupont?): um ganda eurocéptico.

O século XXI é mesmo muito complicado! Fosga-se!

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Solidariedade

Tens a minha, Bandeira. Total.

Eles sabem lá o que custa a quem se deita tarde e a más horas para tentar (finalmente) aproveitar algum do sossego que só a noite traz para realizar um pouco de trabalho útil ser assim arrancado ao descanso por martelos e rebarbadoras. Eles sabem lá.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

De volta...

... ajoujado sob o dobro do peso que me acompanhou até Lisboa, satisfeito com a parte que me coube no Fórum e por um lançamento de livro à tarde de um dia de trabalho e sem o autor presente não ter sido o completo desastre de público que temi que fosse, com todos os músculos a protestar violentamente e uma tremenda dor de garganta a servir de cereja no topo do bolo do incómodo corporal, chateado por não encontrar na FNAC o que precisava de encontrar (alguém conhece em português algum livro de referência que fale de mitologias célticas e germânicas?), com um guarda-chuva a menos no inventário pessoal, certamente o guarda chuva que menos tempo passou na minha posse pois foi comprado no próprio dia da partida para Lisboa, com muitas novidades a dar a várias pessoas, e com centenas de mensagens de email por tratar.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Viagem

Nos próximos dias vou estar aqui. Entre outras coisas vou apresentar um livro que traduzi e que não era suposto ser eu a apresentar. Vemo-nos lá?

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

O meu segundo livro

Se eu fosse editor, nunca editaria este livro. Um editor quer é vender livros, e quem sou eu? Um Zé Ninguém, cujo nome não atrai potenciais compradores além de um punhado de amigos e conhecidos. Uma edição que tenha o potencial de vendas que este livro tem é uma edição condenada a dar prejuízo.

Mas perguntaram-me algumas vezes por que não reunia em livro as crónicas que publiquei entre 2000 e 2002 no jornal Região Sul. Mas aconteceu algumas vezes que tive de ir perder muito tempo a vasculhar velhos jornais poeirentos à procura de uma ou outra dessas crónicas para mostrar a alguém, ou para verificar se tinha mesmo escrito isto ou aquilo. Mas quis testar-me, verificar se conseguia pôr sozinho um livro cá fora, fazendo eu tudo, da capa à paginação, da revisão às esotéricas esquisitices dos depósitos legais e ISBNs. E etc.

Vai daí, decidi fazer esta edição. O livro chama-se Os Pés e a Cabeça, título que é idêntico à designação genérica das crónicas do Região Sul. Contém uma variedade razoável de assuntos, embora pendendo mais para a política em todas as suas vertentes, do local ao regional, do nacional ao internacional. Contém duas ou três coisas que se assemelham mais a contos do que propriamente a crónicas. Contém humor e também irritações. Contém 164 páginas de prosas várias.

Suponho que quando se fizerem as contas, daqui a uns anos, se chegue à conclusão de que se acabaram por imprimir, ao todo, uns 30 exemplares deste livro. Mas ele aí está, para quem o quiser ler, e pela parte que me toca, agora que já o tenho na mão (demorou 11 dias a ser impresso e a chegar-me pelo correio), posso dizer que satisfaz plenamente o que esperava dele. E, como objeto, é um livro igualzinho aos outros, com uma encadernação impecável e uma impressão bastante boa.

Quanto a vocês, se gostam da maneira como escrevo talvez gostem deste livro. Se vos agradam os posts mais políticos e mais elaborados que têm lido aqui na Lâmpada talvez gostem deste livro. Talvez não seja um bom presente de natal para dar aos amigos e à família, mas se me quiserem dar a mim um presente de natal, podem encontrá-lo à venda aqui. Clicando na imagem, podem ver a capa em tamanho maior, e nas ligações que estão por baixo podem ver a contracapa e podem espreitar as primeiras dez páginas, que incluem a introdução, o índice e as duas primeiras crónicas (ainda num registo um pouco inseguro... afinal, sempre foram as primeiras).

sábado, 11 de novembro de 2006

Este blogue passa a ser escrito no português do acordo

A partir de hoje, a partir deste post, este blogue passa a ser escrito no português do acordo ortográfico. Por vários motivos: porque parece que só quando a sociedade civil se mexer é que o raio dos políticos (e os senhores linguistas que estão à espera não sei de quê para porem cá fora o Vocabulário Geral) desempacam esta obra de Santa Engrácia. Porque a resistência passiva de muita gente deste lado do Charco tem a ver com uma ideia errada que se gerou de que ia mudar muita coisa no modo de escrever português. E porque eu quero já estar completamente adaptado quando chegar a hora de ver o acordo finalmente adotado e em uso.

Adeus consoantes mudas!

Para os curiosos, imperfeitamente informados e desejosos de mais informação, o acordo pode ser encontrado, por exemplo, aqui.

(é provável que cometa algumas gafes. Corrijam-mas, sim?)

Alguém se junta a esta espécie de "movimento"?

Sites em baixo

Escusam de tentar ir aos sites em ficcao.online.pt. Estão em baixo. Até quando? Isso também eu queria saber...

E contactos comigo, só pelo endereço de gmail. Ou por Instant Messaging...

Entretanto, podem é ir já começando a pensar em ficcao-online.com.pt para o futuro. O domínio está adquirido, e passará a ser o principal num futuro que espero próximo.

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Sondagens

Isto até seria uma ideia engraçada, mas com aquele grau de participação torna-se um bom bocado ridículo.

Ah, sim, é verdade...

Já me esquecia de avisar: estou sem correio em ficcao.online.pt. Os sites, por enquanto, funcionam mas não me é possível actualizá-los (o FTP dá erro), embora — estranhamente — o WordPress que lá tenho instalado funcione. Qualquer coisa, contactem-me via gmail.

Não faço ideia de quanto tempo isto irá durar.

Acabou de esgotar-se a paciência

O último benefício da dúvida que dei ao meu alojamento, o Netcode, acabou de esgotar-se. é pena: forneceram-me um bom serviço durante alguns anos, mas desde há alguns meses a esta parte a única palavra capaz de descrever aquilo é "lastimável". A paciência esgotou-se hoje. E vou mesmo passar pelo (sempre traumático) processo de mudança. Começa agora mesmo com um telefonema.

Fui plagiado!

Onde está o freedomtocopy quando é preciso?

;-)

domingo, 5 de novembro de 2006

Aquecimento local

Hoje saí para a rua de t-shirt, durante o dia, e senti frio. Foi a primeira vez este ano. E não estamos em Setembro; estamos em Novembro.

sábado, 4 de novembro de 2006

Palestina em discurso directo

Daniel Oliveira fala das suas impressões de uma viagem ao gueto palestiniano, acompanhando o relato de viagem com fotografias muito pesadas demais (mas ao menos não são tantas como no texto sobre a viagem a Damasco, que simplesmente me bloquearam o computador).

Façam um favor a vós próprios e leiam.

A Lâmpada Mágica, Dezembro de 2004

Certamente o mais curto dos meses da Lâmpada...

Diversos

- Feliz ano novo

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Ao pessoal que veio cá ter via Corta-Fitas

Olá, rapaziada. Talvez se sintam desapontados com o que viram por aqui, pois este é um blogue pessoal, com muito pouco de ficção científica. Deixem-me, portanto, redireccionar-vos para outros sítios, caso seja mesmo a FC que procuram. Para este, por exemplo. Ou para este. E, quem sabe, talvez nos encontremos por aqui.

E não se esqueçam de seguir os links que encontrarem nesses lugares.

Voltem sempre.