quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Última hora

Ordem dos Médicos pondera substituir o Juramento de Hipócrates pelo Juramento de Hipócritas.

domingo, 28 de janeiro de 2007

Ora aí está uma excelente escolha

I am:
Stanislav Lem
This pessimistic Pole has spent a whole career telling ironic stories of futility and frustration. Yet he is also a master of wordplay so witty that it sparkles even when translated into English.


Which science fiction writer are you?

sábado, 27 de janeiro de 2007

Gente louca

Escreveu-me um gajo qualquer a propor-me um método infalível para fazer o meu pénis maior que a estátua da liberdade.

E depois eu transportava-o como, ó meu?

Ele há com cada um!...

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Ó Bandeira!

Ó Bandeira, se a enciclopédia em linha é a que eu penso, podes ir lá tu e corrigir o que está errado. Sabes disso, não sabes?

Spam educativo

Nunca pedi à Maxideia que me mandasse coisas. Mas a Maxideia resolveu começar a mandar-mas. Não sei se a Maxideia encontrou o meu antigo endereço de correio eletrónico nalguma lista de endereços vendidos a spammers por um preço módico que a Maxideia terá comprado ou coligido, se alguém, bem ou mal-intencionado, resolveu fornecer à Maxideia esse meu endereço, se o arranjou por outro meio qualquer. O que sei é que não fui eu quem o deu à Maxideia. Logo, o que a Maxideia me manda só pode ser qualificado duma forma: spam. Sim, porque se os senhores da Maxideia não sabem eu explico que um email não-solicitado que contém "uma forma de ser removido" é tão spam como um que não a contém, até porque, explicando de novo algo que o pessoal da Maxideia está decerto farto de saber, a esmagadora maioria desses "processos de remoção" não passam de instrumentos de phishing (anzóis, portanto, não é, Maxideia?) e/ou formas de validar os endereços.

Nada comprarei nunca à Maxideia, como é evidente. Por princípio, não compro a spammers porque a única razão para que a praga se perpetue (e, pior, cresça) é que há quem ceda e caia na esparrela. Só é possível acabar com práticas de spam como a da Maxideia fazendo com que o envio de spam não seja rentável. Isso pode fazer-se de duas formas: não comprando nada às Maxideias deste mundo, e divulgando que empresas como a Maxideia estão envolvidas na prática de spam, gerando assim publicidade negativa. é que o spam é ilegal, sabem? E uma empresa, como a Maxideia, que está envolvida num tipo de atividades ilegais é uma empresa que me é imediatamente suspeita de facilmente se envolver noutros tipos de atividades ilegais. Um spammer, como a Maxideia, fica imediatamente marcado na minha agenda como alguém indigno de confiança. Alguém que, provavelmente, não terá escúpulos para violar a ética de quaisquer outras formas que ache conveniente (ou lucrativo).

E vem tudo isto a propósito de quê? Acordei para aqui virado?

Não. é que hoje recebi mais um dos spams da Maxideia. Um spam da Maxideia a explicar, imaginem só a lata, qual a origem da palavra... spam. Convenhamos: um spam mais educativo que a maioria.

E porque são todas estas referências à Maxideia? Chama-se google bomb, uma daquelas ferramentas do nosso tempo, que provavelmente a Maxideia também conhece. Como todas as ferramentas, esta também pode ser bem e mal usada. Há uns Queridos canalhas que usam google bombs para lançar calúnias sobre as pessoas, por exemplo, mas há quem as use para contar e divulgar a verdade sobre práticas a-éticas. Neste caso, práticas a-éticas da Maxideia.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Um dia ideal

Primeiro, a insónia e o passeio pela casa às seis da manhã sem sequer uma horinha de sono sobre o cérebro. Depois, o abrupto acordar com os filhos da realíssima manada de vacas do costume com as intermináveis obras feitas de marteladas de martelos manuais e, oh tão mais insuportável!, pneumáticos. Depois, ao procurar adiantar o trabalho que for possível, a incompetência do fornecedor de acessos do sr. Belmiro a interromper a ligação à internet duas vezes, durante bem mais de uma hora em conjunto. Depois...

Depois, que importa? O dia já está marcado. Indelevelmente.

Oh glorious day!...

Spam

Meus caros, o spam, aqui, é apagado. Seja qual for a causa, seja qual for o tópico, seja simpático, antipático ou indiferente, o spam, aqui, não fica. Ou se tiver de ficar para que algum comentário posterior faça sentido, reservo-me o direito de adulterá-lo da maneira que me der na real gana.

Estamos entendidos?

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Hihihi

Assim vale a pena, carambolas! Mas que bela posta de pescada do Almeida!

Ainda os dias solarengos

Isto era suposto ser um comentário a um comentário, mas foi crescendo e achei melhor subi-lo a post. Origina-se num comentário do Zarolho ao post O prazer da língua também é errar, onde ele me espanca sem contemplações e com uma série de argumentos que me parecem, na generalidade, errados. Começa logo pela sugestão de que o novo significado de solarengo se origina por paronímia com soalheiro.

Paronímia entre solarengo e soalheiro?!

Credo!

Que haja paronímia entre soalheiro e soalho, muito bem; que haja paronímia entre solarengo e, sei lá, mulherengo, enfim, ainda vá, agora a única semelhança entre soalheiro e solarengo está nas duas letras com que as palavras se iniciam. Chamar a isto paronímia é o mesmo que dizer que há paronímia entre "pitecantropo" e "pilinha".

Ná! O novo significado da palavra nasceu por causa da polissemia da palavra solar, que pode ser substantivo (agora diz-se o quê? Nome?) para o casarão rural ou adjetivo, relativo ao sol. Nada tem a ver com paronímias.

Quanto à legitimidade da intervenção de qualquer falante, completamente de acordo. Daí o meu post. No momento em que os puristas tentar parar esta mudança em concreto, eu, que acho muito bem que ela aconteça, procuro pôr um bocado de areia nos travões. Pelos motivos expostos no post original e também por mais um:

Eu gosto de sinónimos. Enriquecem a língua, dão-lhe novas camadas de complexidade e fornecem-lhe novos instrumentos. E numa língua que lida tão mal com as repetições como a nossa, quantos mais sinónimos houver, melhor.

E mais um ainda: é da ambiguidade que nascem os melhores jogos de palavras, matéria-prima essencial para qualquer pessoa que lide criativamente com a língua. E não há melhor gerador de ambiguidade do que a existência de significados múltiplos para a mesma palavra ou para palavras muito semelhantes. A língua inglesa, nisso, é exemplar, e é precisamente nisso que baseia boa parte da sua força enquanto instrumento de criação literária.

Nisso e na facilidade que tem na geração de neologismos e na adoção de novos usos para palavras antigas. É, para seu grande proveito, uma língua muito plástica. Que a nossa o fosse igualmente, seria melhor para todos os que a usamos. Em vez disso temos um gigantesco manancial de arcaísmos e uma renovação que se baseia quase exclusivamente em palavras de importação.

De certeza que também há puristas por lá, mas é aparente que têm muito menos força do que os nossos. Sorte deles, azar nosso.

(E acabei de ter uma ideia para dar vida nova a este blog, que até a mim tem aborrecido)

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

O amante sado-maso da língua

O amante sado-maso da língua é aquele que a maltrata, bentratando-a.

O prazer da língua também é errar

Hoje, no Cuidado com a Língua, a malta do Ciberdúvidas voltou a um tema de que já tinham falado no site pelo menos uma vez: a correção, ou não, de usar-se "solarengo" para querer dizer "soalheiro". Dizem eles, e com toda a razão, que soalheiro é que é a palavra que tem como significado "cheio de sol", referindo-se a palavra solarengo aos solares, esses velhos e tantas vezes decrépitos edifícios da paisagem rural portuguesa (e não só).

Eles têm razão, mas há um mas por aí, algures. E o mas é, claro, que a língua evolui e sempre tem evoluído por meio dos erros que se disseminam, gerando palavras novas e novos significados para palavras antigas. Para uns hipotéticos ciberduvidosos do latim, o português estaria errado de cima a baixo, e o mesmo aconteceria com todas as outras línguas neo-latinas, por mais palavras derivadas por via erudita que contenham.

Pois bem, este parece-me um caso típico de uma palavra que está em processo de mutação de significado. Não só se ouve nas bocas de gente inculta, como se escuta na comunicação social e dita pelas elites, de tal modo que até já encontrou o seu caminho até se tornar verbete de um dicionário como o próprio Ciberdúvidas admite. E além disso, é uma palavra bonita. Enche-se a boca ao dizer solarengo. é uma palavra seca e brilhante como as coisas soalheiras devem ser, o que contrasta com a humidade gotejante da palavra mais correta. Solarengo tem mais sol que soalheiro, por paradoxal que pareça. E é provavelmente por isso que tanta gente a adotou como sinónimo.

Por isso e também, quer-me parecer, pela erosão do significado primário da palavra. Quem se importa com solares hoje em dia? Quantas vezes se fala deles ao longo de um ano? Uma? Duas? A verdade é que ao mesmo tempo que a realidade social que gerou os solares vai entrando nos estertores finais, o mesmo acontece aos próprios solares, que de locais de vida vão transitando cada vez mais para a ruína ou a morte suave do "património arquitetónico", com um punhado de exceções transformadas em locais de turismo rural. E essa morte lenta dos solares é acompanhada por um caminho idêntico percorrido pelos termos que lhes dizem respeito. Solarengo entre eles.

Salvo, claro, se mudarem de significado. Salvo se o erro se transformar em variante e a língua a acolher. Salvo se solarengo passar a significar, também formalmente, como tantas vezes já o faz na informalidade, algo cheio de sol. Pois neste país solarengo não teremos nunca falta de oportunidade para usar essa palavra, e até a poderemos usar em cunjunto com a outra, a certa, a que diz que o dia hoje esteve soalheiro pelo menos por estas bandas.

O prazer da língua também está em errá-la, desde que a erremos de modos esteticamente agradáveis e úteis e que não propiciem confusões. E, a meu ver, este erro em concreto possui todas estas qualidades.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Para quê discutir o que não vem ao caso?

A completa imaturidade democrática das pessoas revela-se em pequenas coisas.

Aqui há alguns anos revelava-se com todas as conversas em torno de fantasmagóricas "candidaturas a primeiro-ministro" que uns charlatães quaisquer do marketing político inventaram e com que levaram tanta (mas tanta!) gente, que aparentemente não sabe que na organização das nossas instituições tal coisa não existe nem pode existir, pois o que se elege são deputados ao parlamento e quem é primeiro-ministro decorre das maiorias que se encontrarem nesse mesmo parlamento, independentemente, até, de qual é o partido mais votado.

Agora volta a revelar-se com toda a gente (que, felizmente, me parece menos do que cheguei a temer) que vai atrás da aldrabice da "vida" com que aqueles que procuram impôr os seus dogmas a todos os demais pretendem infetar o debate sobre a IVG. Agora, vem o senhor cardeal debitar pérolas como "Mas a palavra esclarecedora sobre esta questão é-nos dada pela ciência. A partir do embrião, toda a especificidade de cada ser humano está definida. é possível identificar, desde logo, o código genético e as etapas do crescimento estão caracterizadas. é uma vida humana, desde o início.", e ainda há quem discuta esta burrice a sério, em vez de ridicularizar uma posição que, se levada à letra, nos impediria de evacuar, urinar, lavar os dentes, cortar as unhas, arrancar peles mortas do nariz ou dos cantos da boca, tomar banho, fazer amor, enfim, viver, pois em todas essas actividades se perdem células contendo "toda a especificidade de um ser humano". Ainda há quem discuta esta burrice a sério em vez de, melhor ainda, muito melhor ainda, lembrar a este tipo de charlatão de sotaina que o que está em causa não é onde começa a vida humana ou se o aborto é ou não uma boa coisa, mas tão-só, simplesmente, se "a mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar, [deve ser] punida com pena de prisão até 3 anos." A decisão que há que tomar, a pergunta a que há que responder sim ou não é, apenas, se esta lei estúpida (citada aqui textualmente com a substituição de "é" pelo "deve ser" que está entre patêntesis retos) deve ou não ser alterada. Parcialmente, ainda por cima, pois a pergunta que é feita no referendo nem sequer prevê uma despenalização total da prática de aborto mas apenas um alargamento das exceções já previstas na lei.

Nada a ver com a vida. Nada a ver com especifidades do ser humano ou códigos genéticos. Nada a ver com as cortinas de fumo que andam a lançar os parasitas das consciências, os parasitas totalitários das consciências, para os quais qualquer moralidade que não coincida com a deles é imoral e deve ser reprimida, ilegalizada, aprisionada, os parasitas totalitários e hipócritas e muito provavelmente mentirosos das consciências, que defendem uma lei que prevê prisão dizendo que defendem que não se cumpra a lei, não explicando, talvez porque não fica bem assumirem que afinal é mesmo a prisão que querem, para que raio serve uma lei se não é para cumprir. Nada a ver com nada disso.

Tudo a ver, apenas e só, com uma coisa: decência humana básica.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Paradoxo

A verdade é que vivemos num mundo de mentiras.

>Ai, Carolina

Quanto mais o tempo passa, mais me dá a impressão de que a Carolina Salgado se meteu numa camisa de sete varas. Não me custa nada a crer que tudo o que ela tem dito é verdade, mas desconfio fortemente que não tem como a provar.

Ou muito me engano, ou a Carolina irá acabar por descobrir que uma das definições possíveis para a palavra "difamação" é "verdade que não se pode provar".

Não será é em breve, que a justiça portuguesa é aquilo que se sabe.

domingo, 14 de janeiro de 2007

Fundamentalistas

Quando vos disseram que em Portugal não há fundamentalistas, apontem para os pró-prisão. Nem é preciso dizer nada: basta apontar.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Ou muito me engano...

... ou todos, ou quase, estes "movimentos cívicos" de ativistas pró-prisão não passam de marionetas manipuladas pela padralhada.

... ou vão descobrir em breve os limites das teias em que procuram envolver-nos a todos.

Pfff..... mal sabem eles...


How evil are you?