sábado, 3 de janeiro de 2009

Semana

Então, que tal? 2009 está a tratar-vos bem? Benzinho? Mais ou menos? Assim-assim? A mim é mais ou menos isso. Na verdade, não se nota a diferença. Chovia em 2008 e em 2009 chove; em 2008 trabalhava-se para cumprir um prazo, em 2009 o prazo obriga a trabalhar, e em 2008 resolvi alimentar a Lâmpada com notas semanais, e continuo a fazê-lo em 2009. Nada de surpreendente: as fronteiras temporais são arbitrárias por natureza, de modo que nada realmente mudam, apesar da mania que nós temos de as realçar com fogos de artifício e festarolas. Mas adiante.

O livro passou já de meio: vai na página 192, de novo um crescimento semanal de 54. O que não é nada mau para a semana de ano novo. E ainda por cima com versos à mistura. Mania dos versos. Começo a pensar que lá na SdE abrem um livro e vêem se tem versos; se tiver, vem-me parar às mãos. Limpinho. A parte mais agradável é que faltam já só 152 páginas (e mais versos! Sigh!)

O wiki continua a crescer pouco. Terminou o ano com 15 304 páginas, o que quer dizer que na semana que passou cresceu 27.

E leu-se, evidentemente. Leu-se e acabaram-se contos e livros, tudo ainda em 2008 (2009 até agora foi dedicado a romances). Por exemplo:

(Re)leu-se Pátrias de Chuteiras, de Gerson Lodi-Ribeiro, uma noveleta de história alternativa que não é preciso pensar muito para concluir que me agrada bastante, dado tê-la publicado no E-nigma. Conta a final de um campeonato do mundo entre a República de Palmares e o Brasil, no universo dos Três Brasis do Gerson, e é provavelmente o melhor fecho possível para Outras Copas, Outros Mundos, antologia de contos fantásticos movidos a futebol. Um livro irregular, com demasiados contos fracos ou francamente maus, mas que acaba por valer a pena pelo punhado de bons contos que contém, em especial este do Gerson, o do Octavio Aragão, e o do Carlos Orsi Martinho, com uma menção honrosa para o da Carla Cristina Pereira.

Li também A Fronteira, de Octávio dos Santos. Trata-se de um conto fantástico sobre a identidade, com uns toques surrealistas, que também é bem capaz de ser o melhor fecho possível para o seu livro Visões. É o maior de todos os contos, é também aquele que parece ter sido mais pensado, e está escrito com alguma competência. Não é propriamente bom, não passará de razoável mais, mas está alguns furos acima da média do livro, que é bastante baixa.

Além destes contos que encerraram os respectivos livros li mais um, e em estrangeiro. Social Dreaming of the Frin, de Ursula K. LeGuin, é um conto razoavelmente curto que descreve uma sociedade num mundo paralelo em que as pessoas (e também os animais) partilham telepaticamente os sonhos. A ideia é óptima, mas francamente não gostei da sua concretização: LeGuin desperdiça uma ideia que daria pano para mangas num continho arraçado de artigo sociológico em que realmente não existe história. Passei o conto todo a imaginar histórias e historietas possíveis numa sociedade assim, e acabei frustrado por nenhuma me ter sido apresentada.

E para a semana já haverá leituras de 2009. Até lá.

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