sábado, 7 de fevereiro de 2009

Semana

Ui. Já passou mais uma? Deixem-me cá deslocar os maxilares num enorme bocejo e fazer estalar todas as outras articulações do corpo numa espreguiçadela que valha por semanas e semanas de trabalho contínuo. Ah! Já está.

Sim, estive sem fazer nenhum. Um Homo sapiens não é uma máquina e volta e meia precisa destes períodos de indolência. A teoria do senso comum diz que depois deles vem mais capaz de fazer o que tem de fazer. Provavelmente é verdade.

E, bem, "fazer nenhum" é um certo exagero, visto que o wiki continuou a crescer. Na semana que passou foram 45 as páginas novas, o que fez subir o total a 15 477. Seja como for, é pouco para uma semana sem trabalho; também no wiki houve descanso.

Na frente das leituras, li um conto de Guy de Maupassant, Um Passeio ao Campo, conto mainstream e maroto sobre umas senhoras sexualmente insatisfeitas que vão passear ao campo e conhecem uns robustos barqueiros de braços nus e bronzeados. Longe das minhas preferências, mas é boa literatura, e é bom e recomendável ler de vez em quando da boa literatura que não tem nada de fantástico. Nem que seja para ganhar ou manter alguma perspectiva.

Também li Olá, Tenho de me ir Embora, um muito bom conto fantástico de Ray Bradbury sobre o fantasma de um morto que aparece a um amigo e desabafa a sua tristeza por a mulher já não passar o tempo a chorar a sua morte. Ternurento, muito bem escrito e poético.

Li ainda Biblioteca Mínima, de Zoran Zivkovic, outro conto fantástico, no qual um escritor em crise de imaginação recebe de presente um livro muito especial. De cada vez que o abre, o conteúdo é diferente. Conto muito bem concebido, e embora eu tenha de confessar que já estava à espera do fim, Zivkovic ainda conseguiu trocar-me as voltas ao fingir seguir por outro caminho durante algum tempo.

Li ainda Lembro-me do Vento Mau do Espaço, de Daniel Walther, um conto muito mal traduzido que conta uma história em que um trio de astronautas é aprisionado por uma entidade alienígena indistinguível de uma espécie de asteróide cristalino que quer "amá-los". Faz lembrar de certa maneira o Disney no Céu Entre os Dumbos, do Barreiros, ou, dadas as datas de cada um, talvez seja mais correcto dizer que o do Barreiros lembra este. Em tema, que não em forma. O conto de Walter é bastante mais experimental em termos literários, e muito menos opressivo, apesar do tema. São abordagens. Não gostei tanto como do do Barreiros, até por causa da tradução, mas gostei.

Por fim, e em estrangeiro, li In the City of Dead Night, de Tanith Lee, uma noveleta de ficção científica pós-apocalíptica que se mistura com a fantasia no sentido do velho adágio de Clarke acerca de toda a tecnologia suficientemente avançada ser indistinguível da magia. Um casal de ladrões vai tentar roubar coisas preciosas de uma velha cidade abandonada por uma civilização extinta. À Stalker, mas com a diferença de os ladrões pertencerem a uma cultura regredida a um estado pré-industrial. Mas, tal como no Stalker, a cidade encontra-se defendida por algo que os intrusos não compreendem. O conto pareceu-me bom, embora tivesse tido dificuldade em prender-me, por algum motivo que não consegui compreender. Talvez fosse o estilo de Lee, não sei.

"Por fim", enfim. Li mais coisas; uns artigos, algumas dezenas de páginas de um romance, coisas por aqui e por ali na web, etc. Mas de artigos não me parece que valha a pena falar aqui, do romance falarei quando o terminar, e a web, por alguma razão, não costumo meter na conta de "leituras", o que é capaz de ser parvo. E o etc., é... um etc. Portanto resta-me pôr o ponto final neste post, prometendo outro para o próximo sábado.

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