segunda-feira, 31 de maio de 2010

Lido: Elegía

Elegía é a tradução espanhola do conto Elegia, do italiano Ugo Malagutti. Tal como no caso de La Muerte del Capitán Futuro, também este conto não parece estar disponível legalmente online na sua língua original, mas está em espanhol, aqui.

Malagutti parece ser figura grada na FC&F italiana, e pelo exemplo deste conto percebe-se que sabe escrever. Mas isso é tudo o que tenho de bom a dizer acerca dele. Ao abrir o conto deparamos com o papa, o grande rabino e um guru nas margens do Ganges, depois da Terra ter sido "esterilizada" de seres humanos por uma espécie alienígena, deixando-os apenas aos três, ao mesmo tempo que aos animais era dado o dom da linguagem para "poderem exprimir a sua inteligência". Os três mui longevos membros do clero (e são mui longevos porque não são humanos; a coisa passa-se no futuro) esperam uma revelação, obviamente religiosa, depois de passado o Dia do Juízo que fez desaparecer a Humanidade. E esta, claro, chega. Afinal de contas, o autor tem de explicar o que pretende com o conto. Deus ex machina? Sim e não. É isso e não é bem isso.

Estou a ouvir por aí um coro de "mehs"? Pois. Realmente é caso para meh. E só não é mais porque o conto até está bem escrito, como foi dito acima, e porque já tem mais de duas décadas de idade. Mesmo assim, há nele um certo ambiente new age razoavelmente ufológico que, para o fim dos anos 80, é positivamente anacrónico. Basta dizer que a melhor FC portuguesa da época já tinha há muito ultrapassado essa fase.

Só recomendável a quem goste de ficção alegórica (esses talvez apreciem uma subtilezazinha final que, de facto, é das melhores coisas que o conto tem) e a quem se pele por um bom continho místico. Os outros, entre os quais me incluo, o melhor que fazem é passar adiante.

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