sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Lido: O Dybbuk de Mazel Tov IV

O Dybbuk de Mazel Tov IV (bib.) é um mui judaico conto de Robert Silverberg que se insere algures na fronteira entre a ficção científica e o horror. Um pouco à semelhança da célebre (ou famigerada, dependendo do ponto de vista) space opera do Peter F. Hamilton, escrita muito mais tarde, o ambiente é um planeta distante colonizado por humanos, onde de súbito surge uma espécie de possessão por almas do outro mundo.

Este conto de Silverberg, contudo, é bastante diferente dos gigantescos romances de Hamilton nos detalhes. Aqui, tudo se passa entre judeus, após estes terem partido para as estrelas depois do derradeiro progrom ter acabado com o estado de Israel, levando consigo não só a sua religião e costumes ancestrais, mas também a sua história e as suas divergências internas. Particularmente a divergência básica entre o ramo laico do judaísmo e as suas correntes mais fundamentalistas, que vai ter impacto no enredo da história. Também diferente é o facto do planeta onde se situa a colónia (chamado pelos judeus Mazel Tov IV) possuir uma espécie inteligente autóctone, que aceita pacificamente a presença das pessoas. Ora, é precisamente uma criatura dessa espécie que é vítima da possessão pelo espírito de um dos homens, morto um ano antes. E estão lançadas as convolutas bases da história.

Não gostei muito. Porque a intenção principal de Silverberg parece ter sido entrar numa discussão teológica e ideológica interna à religião e ao povo judaicos sobre quem pode ser judeu e qual a melhor forma de o ser. E essa discussão não me diz nada, porque não pertenço ao povo, a religião não me interessa e não conheço os antecedentes da discussão. Por outras palavras: o conto é demasiado judaico para mim. Por conseguinte, pouco me interessou.

Contos anteriores deste livro:

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