quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Lido: O Remador

O Remador (bib.) é mais uma vinheta fantástica de Bruce Holland Rogers. Muito poético, não tanto na linguagem (embora também o seja), mas certamente na ideia que lhe subjaz, o conto fala sobre uma rapariga que se queria afogar por puro excesso de mágoa. Mas tinha de ser no dia certo, e foi desse dia que ela se pôs à espera. Quando ele chegou, um dia de tempestade, tristíssimo e escuro, fez-se ao mar num pequeno bote. Contudo, em vez de se afogar, encontrou algures ao largo o remador do título, envolto numa luz verde numa calmaria no centro da tempestade. Da sua tempestade. E assim descobriu alguém mais triste ainda do que ela, o que a faz mudar de ideias quanto a afogar-se.

Trata-se de um conto sobre a relatividade dos sentimentos, sobre a tristeza, sobre a depressão. É um conto bastante simbólico e também, parece-me, algo que vem de bem fundo, que constitui uma janela para um recanto sombrio no espírito do autor. Um conto suave, mas perturbador. E bom.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de idiotas. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.