domingo, 24 de novembro de 2013

Lido: Milagre

Milagre, de Joaquim Castro Caldas, é uma pequena história fantástica em verso sobre um "menino loiro de 9 anos" que desapareceu de um quadro de Botticelli e foi dar a um jardim de Amsterdão, prosseguindo o fantástico no que aconteceu ao quadro de onde o miúdo saiu depois dele de lá ter saído, e naquilo que se terá passado em Amsterdão. É a marca fantástica a mais forte neste poema, mas, como, aliás, geralmente acontece, não é a única. Sendo o livro de humor, também será de humor, a história? Bem, existe alguma ironia na ideia, mas é demasiado ténue para sequer me ter levado a sorrir. Pareceu-me, francamente, mais parturbadora do que humorística, pois há nela mais do que uma sugestão de pedofilia. Parece-me ser mais um exemplo de uma tendência que tem percorrido esta antologia e que, quanto a mim, é o seu lado mais fraco: a de equiparar a humor aquilo que pretende simplesmente chocar. Muito embora não seja inteiramente aqui o caso.

Se gostei? Nem por isso. A ideia até tem o seu interesse, mas o texto, em si, como história parece-me estar mal desenvolvido, e como poema não achei grande coisa.

Textos anteriores deste livro:

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