quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Vamos lá então a 2015

Costumo fazer aqui na Lâmpada um balanço do ano que acaba. Este ano não farei porque não há tempo para isso... o que é, em si mesmo, uma espécie de balanço do ano que acaba.

Fica só uma foto, mais ou menos em jeito de balanço: os livros que neste ano foram publicados e tiveram mãozinha minha, duas traduções, duas adaptações. Ei-la:


E já agora, outra foto de uma coisa com que nem em sonhos contava ao abrir o ano. Comigo desfocado, como convém a algo tão fora dos planos. Ei-la:


E agora, vamos a 2015. Desejos? Bem... há um ror de anos, quando andava a fazer as minhas spamesias, fiz uma que rezava assim:

Ano novo vida nova

Ano novo
vida nova
bota o ovo
para a cova

Dorme o povo
e não acorda
porque o polvo
se renova

Ano novo
vida nova?
Uma ova!


Isto tem 11 anos de idade. Já. O tempo voa. E nestes 11 anos manteve-se atual em todos. Sem. Qualquer. Exceção.

Não que tenha grande esperança, mas... seria pedir muito que este ano fosse diferente? Era só isso que eu queria, realmente. É que já basta, não vos parece?

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Lido: Estou Sentado ao Lado do Miguel Sousa Tavares!!!! E Agora?!

Estou Sentado ao Lado do Miguel Sousa Tavares!!!! E Agora?! é um longo texto de Vítor Elias e António Marques (ou... ah, já disse) que pouco tem a ver com Miguel Sousa Tavares além de uma vaga identificação estilística. O texto é uma espécie de manual de identificação de caminhantes (e de sobrevivência aos mesmos), um peculiar e ridicularizável estilo de turista que pulula em estalagens de turismo de natureza e em percursos pedonais. Muito semelhante ao anterior, à parte uma muito muito maior extensão, é mais um texto a que só achei graça a espaços. Estão a ver aqueles textos que tentam demasiado ter piada e depois ficam um bocadinho deprimentes? É um bocado assim.

Textos anteriores deste livro:

Lido: Comprei Haxixe em Marrocos!!! E Agora?

Comprei Haxixe em Marrocos!!! E Agora? é um texto de Vítor Elias e António Marques (ou só de um deles, quiçá) a oferecer conselhos ao cidadão que vai a Marrocos comprar droga e a quer introduzir em território nacional sem levantar suspeitas. Talvez seja útil a alguém, o texto (e daí, talvez não), mas não lhe encontrei grande graça. É um bocadinho ao estilo dos textos do José Alberto Braga que andei a comentar por aqui há uns meses e dos quais também não gostei lá muito.

Textos anteriores deste livro:

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Lido: Caixa Negra

Caixa Negra volta a sair das notícias falsas e entra diretamente pelo terreno das crónicas dentro. O autor é o João Quadros, e aqui devo confessar que não lhe achei grande graça. Porquê? Principalmente porque este texto é mais uma sucessão de ditos espirituosos do que uma crónica com princípio, meio e fim. É um pouco o que ele faz agora no twitter, não o que faz na Visão, ainda que não por inteiro. Há parágrafos com muita piada, aos quais se seguem outros que não só a têm em muito menor quantide, como pouca ou nenhuma ligação mostram com os anteriores. Às tantas está-se a falar de portugueses, espanhóis e hóquei em patins, para logo a seguir mergulharmos na época de incêndios e na arquitetura das casas tipo maison com janelas tipo fenaitre e logo a seguir, sem que nada o faça antever, nas qualidades stompeiras dos homens do lixo da rua dele. Algumas piadas têm verdadeira graça, mas todas juntas, parece-me, não fazem um texto realmente engraçado.

Textos anteriores deste livro:

Lido: Canal Parlamento Mulher

Canal Parlamento Mulher volta às notícias falsas, dando conta da criação de um canal de televisão por cabo destinado a tornar a política mais apelativa para as mulheres. O ponto de partida é uma das célebres frases arrevesadas de Jorge Sampaio (e vivam os "enviesamentos masculinocêntricos"!) e a inspiração de quem assina a notícia, a Patrícia Castanheira, é, claramente, a programação do Canal Parlamento e da SIC Mulher. Ou talvez os títulos das revistas femininas.

Se não fosse escrito por uma mulher, este texto facilmente receberia o rótulo de machista, e um tipo até ficava constrangido se se divertisse com ele. Mas felizmente foi, portanto podemos rir à vontade. É que apetece.

Textos anteriores deste livro:

Lido: Edital

Edital, para variar, não é uma notícia falsa. É um edital falso. Lavrado pela pena de Sª Exª o Presidente Jorge Sampaio, pela mão do "escrivão" Mário Botequilha (ou será vice-versa?), trata-se de uma ordem de bom comportamento com estrangeiro a ver, destinada a toda a população portuguesa (ou melhor: tuga, que isto se destina aos tugas realmente tugas) durante o período em que decorresse o Euro 2004. Onde ele já vai, não é? Pois.

É uma forma diferente de criticar a "piolheira" (e os piolhosos que a habitam, naturalmente), desporto nacional mais popular ainda que o futebol, e também bem mais antigo, pois já é praticado no Retângulo, nas suas colónias e ex-colónias e nas comunidades espalhadas pelo mundo, pelo menos desde o tempo das Cantigas de Escárnio e Maldizer. Muda-se a forma, o conteúdo é o mesmo. Portuguesices.

Mas tem piada? Tem. Não assim muita, mas tem.

Textos anteriores deste livro:

Lido: Manhãs e Tardes da Televisão Declaradas Zonas de Calamidade

Manhãs e Tardes da Televisão Declaradas Zonas de Calamidade é, como quem ainda não se esqueceu do que ficou para trás certamente calculará, uma notícia falsa. Assinada por Mário Botequilha, atira sobre a TV-para-velhinhas que dominava há dez anos a programação dos canais generalistas de televisão durante a manhã e a tarde um espesso véu de sarcasmo. Não tem é piada nenhuma: é que a calamidade, nestes dez anos entretanto transcorridos, nada fez além de se tornar mais grave.

Textos anteriores deste livro: