terça-feira, 29 de maio de 2018

Lido: A Bengala de Mogno

Giuseppe Pontiggia é outro autor do qual eu nunca tinha lido nada até pegar neste A Bengala de Mogno, um daqueles contos pseudofactuais que se servem das técnicas e recursos de diversos tipos de não-ficção para fazerem ficção. Neste caso trata-se da biografia de um tal Terzaghi Mauro, cuja vida é marcada pela I Guerra Mundial (e está justificada a sua inclusão neste volume), onde sofre um ferimento que o deixa coxo, o que o força ao uso de uma bengala. O que não o impede de se tornar num empresário de sucesso, de constituir família e amante, enfim, de viver uma vida tão recheada como a de qualquer outro homem do seu tempo.

É raro o pseudofactual que me agrade plenamente. Borges consegue fazê-lo, e mesmo ele nem sempre, mas são raros os autores que o acompanham. Percebo o que pretendem fazer, consigo avaliar se o fazem bem, mas é muitíssimo raro que essa apreciação intelectual se veja acompanhada por uma apreciação estética igualmente forte, o que é necessário para o pleno agrado. E Pontiggia não passou, com esta história, a pertencer a esse rarefeito grupo. Ele faz bem o que pretende fazer, mas a sua história deixou-me muito frio. Muito indiferente.

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