terça-feira, 27 de julho de 2004

Para pôr num sítio, há que tirar de outro

Um dos problemas de estar calor a mais são as horas de sono que ficam a menos.

segunda-feira, 26 de julho de 2004

Despendurar coisas penduradas

OK, sei que não é bem assim, mas sinto que devo uma explicação a alguns dos que gostam deste blog: tive umas semanas lixadas.

Em grande parte porque o meu pai foi operado às cataratas. A operação correu bem, mas gerou grandes tensões domésticas, que se somaram às que já havia com a dieta para a diabetes. Isto agora é assim, parece.

Do que se passa lá fora nem é preciso falar. Sobre o cabeça-lambida que foi ineleito para estragar este país um pouco mais, basta o que se vê todos os dias na imprensa. A evidência da catástrofe que aí vem avoluma-se hora a hora. Estão a ver mais ou menos o que é um tsunami? Então agarrem-se.

Tudo somado, deu para abandonar o blog às moscas e aos visitantes que teimaram em cá vir. Nem os comentários li, nestes dias.

Mas li-os hoje, e respondi a vários. Ao menos isso.

sábado, 24 de julho de 2004

Derrete-se

Acabei de saber, via SIC Notícias, que temperatura esteve hoje em Portimão. 42 ºC.

Os duendes que mandam no tempo não se enganaram, não? Essa encomenda não era para a Amareleja, por acaso? Confiram lá o endereço, se faz favor. É que isto assim, de repente, sem avisar, é demasiado violento.

Safa!

quinta-feira, 22 de julho de 2004

Um comentário filosófico ao jeito de Lili Caneças

Estar vivo é assim como estar morto, só que em vivo.

quarta-feira, 21 de julho de 2004

Versos avulso

Corda

A vida geralmente é uma corda
que ao nascer se ata
e vai balançando vida fora
pra cá, pra lá
pra cá, pra lá
pra cá, pra lá
até que um dia a corda parte
e parte fica pendurada da memória
e parte cai, num grito que se esvai

A minha vida também é corda
mas é uma corda diferente
por mais que eu faça
é corda que não ata

segunda-feira, 12 de julho de 2004

Versos avulso

Para um poeta que nunca soube que o era

Saber achar pra cada dia uma razão
é ser poeta mais poeta
do que todos os poetas que não sabem que o não são

sábado, 10 de julho de 2004

Este país está a morrer?

Olhando para as notícias dos últimos tempos, parece que caiu sobre Portugal uma epidemia de morte sem fim à vista. É assustador. Os nomes sucedem-se como num carrocel enlouquecido: Sousa Franco, Sophia, Henrique Mendes, Maria de Lourdes Pintasilgo, a democracia...

Sempre quero ver...

... quanto tempo vai levar, depois disto, a se ouvir murmurar por todos os lados que "este país é uma merda", depois da brave interrupção causada pelo "somos os maiores!" do campeonato da bola.

Tenho cá umas suspeitas de que não será muito.

A minha experiência como membro de uma mesa de voto

Há uns anos, resolvi viver por dentro a democracia em acção, e ofereci-me voluntário para participar por dentro do processo democrático no seu acto mais importante: o voto.

O dia foi longo e muito chato, especialmente nas horas mortas, quando a sala estava entregue a moscas zumbidoras e nós, na mesa, cabeceávamos de sono, sem nada para fazer nem grande tema de conversa entre os perfeitos desconhecidos que éramos.

Mas quando chegou a hora da contagem, tudo mudou. O tédio evaporou-se e o sono foi fechar outras pálpebras: ia saber, primeiro que todos os demais, qual tinha sido a decisão daquele bocadinho de povo que ali tinha deixado expressa a sua vontade.

Dos resultados, hoje não me lembro. Mas lembro-me de vez em quando de um único voto que apareceu lá misturado com os outros, muito correctamente dobrado em quatro, muito meticulosamente assinado no canto inferior direito e muito claramente ilustrado com uma frase escrita com uma letra cuidada. Dizia a frase:

"Vão todos para a real puta que os pariu"


Às vezes, lembro-me deste voto. Hoje foi uma dessas vezes.

sexta-feira, 9 de julho de 2004

As certas alturas

É em alturas como esta que dá um certo reconforto não ter votado em certos gajos. Neste gajo, em particular, votei para o primeiro mandato, e não tive grandes razões de queixa. Mas para o segundo não votei. Se tivesse votado, a esta hora estaria simplesmente furioso. Assim, limitei-me a perder todo o respeito que tinha por ele (que já não era lá muito), e a reafirmar a certeza que já tinha de que o gajo não é o meu presidente.

Qual é a diferença entre isto...



... e um papagaio empoleirado num poleiro?

segunda-feira, 5 de julho de 2004

Versos avulso

Triste

Digo-te que
estou triste
e tu pedes
bis-bis-bis
dá-me essa tristeza
que me faz tão feliz

domingo, 4 de julho de 2004

Pois é...

Pois é, estou a ver aquilo. Vocês sabem, aquilo. Isso. Isso mesmo.

Que posso dizer? A regra é não ver mas, dizem, não há regra sem excepção, portanto seja hoje a excepção. Afinal de contas, não é todos os dias que se pode ver aquilo. Isso.

Só tenho pena é de aquilo estar tão chatinho. Mas tão chatinho. Tão chatinho. Tão.

O que vale é que daqui a bocado já acabou. Até já.