segunda-feira, 31 de maio de 2021

Leiturtugas #104

Olá, olá, cá estamos nós outra vez no reino das Leiturtugas.

Reino esse que esta semana se viu pouco povoado. Povoou-o a Tita, desta feita quase exclusivamente em vídeo, com a sua opinião sobre Fiona e Lucífera, álbum de BD felina de Sónia Cântara, publicado em abril último pela Ideias de Ler, uma das editoras do grupo Porto Editora. Sem FC, claro, ou não fosse BD, portanto a Tita passa a 4c6s.

E povoou-o um oficioso em estreia, o Carlos Faria, graças à opinião que publicou sobre o mais célebre dos romances de José Saramago, Memorial do Convento. agora publicado pela Porto Editora depois de décadas na Caminho.

E por esta semana foi só isto. Venha a próxima.

terça-feira, 25 de maio de 2021

Mia Couto: O Cabrito que Venceu o Boeing

Pelo primeiro parágrafo que Mia Couto escolheu para prefaciar esta historinha, no qual nega perentóriamente, àquele jeito muito seu, que a história seja mais que ficção da mais pura, eu deduzo, paradoxalogicamente, que esta foi história realmente acontecida e este conto-crónica acaba por ser mais crónica que conto. E para se compreender melhor porquê, descreva-se a história. Obscurecidamente, não vá alguém irritar-se com demasiadas desvelações.

O Cabrito que Venceu o Boeing é, curiosamente, sobre um cabrito que venceu um Boeing. Não sozinho, entenda-se. Contou para isso com a prestimosa ajuda do responsável, cuja função no Boeing era acompanhar à província a delegação estrangeira, gente investimenteira. E com uma dose avultada de azar, pois só por azar acabou como acabou. A coisa é insólita: ao embarcar no avião, depois de muito bichanar do responsável, a delegação estrangeira surpreende-se por ver que um rebanho inteiro de cabritos irá voar com ela, e depois surpreende-se mais ainda com uma imprevista demora na descolagem. Um dos cabritos fez o que não devia, e antes dele o próprio responsável também já tinha feito o que não devia, com consequências várias.

Mais uma historinha ironicamente corrosiva, a atacar a pequena e, por extensão, também a grande corrupção dos responsáveis políticos, dos que se servem dos cargos para proveito próprio, com efeitos fáceis de adivinhar sobre o desenvolvimento de um país, que neste caso é Moçambique mas podia ser qualquer um, e a imagem desse país no exterior. Aconteceu mesmo? Se calhar, se calhar...

Textos anteriores deste livro:

domingo, 23 de maio de 2021

Leiturtugas #103

Sejam bem-vindos a mais uma semana de Leiturtugas!

Esta começa com BD. É que o Artur Coelho publicou logo na segunda-feira uma das suas breves notas sobre banda desenhada, que remetem para opiniões mais desenvolvidas noutro sítio. O alvo da leitura foi desta feita Planeta Psicose, de Pedro Santo, álbum publicado já este ano pela Escorpião Azul. BD, já se sabe, conta como "sem FC", pelo que o Artur passa a 4c5s.

Um dia mais tarde foi a Carla Ribeiro a publicar a sua opinião sobre O Mistério da Estrada de Sintra de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, romance de 1870 que ela parece ter lido na edição da Book Cover, publicada em janeiro último. Não há neste livro, claro, nem sombra de FC, pelo que a Carla passa a 1c7s.

E já quase a fechar a semana, a mesma Carla voltou à carga, publicando desta vez a sua opinião sobre outro livro infantojuvenil de Bruno Matos e Raquel Carrilho, também parte da série sobre a Família Monstro. O título é, desta vez, A Maldição do Ofeliakrom, e o livro foi publicado já este mês pela Booksmile. FC é que não tem nenhuma, pelo que a Carla passa a 1c8s.

Fora dos oficiais, a semana conta com uma só opinião, cabendo desta feita a Isabel Daires o transporte da tocha. O livro alvo da opinião é um que já apareceu na semana passada: a coletânea de Luís Corte Real intitulada O Deus das Moscas Tem Fome e publicada pela Saída de Emergência. Nada de FC, aparentemente.

E é tudo por hoje. A ver vamos o que aparece por aí nos próximos dias.

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Irmãos Grimm: João Jogador

Este conto deve ter o menor rácio conto/nota de todo este livro. Para quem não tem acompanhado estes comentários nem conhece o livro, eu explico: os Irmãos Grimm fizeram acompanhar todos (ou quase) os contos recolhidos nesta obra ou para ela recriados (ou simplesmente criados) de uma nota, mais ou menos extensa, onde explicam o que fizeram, onde encontraram o conto ou o material de base, e que parentescos nele encontram com outras histórias da literatura tradicional, tanto alemã como europeia em geral. E por vezes extraeuropeia. Ora aqui o conto João Jogador ocupa duas páginas e meia, mais ou menos. Já a nota, impressa numa letra significativamente mais pequena, ocupa 12.

Porquê tão extensa? Porque basicamente consiste de vários outros contos, originários deste ou daquele sítio, que relatam no essencial a mesma história de João Jogador ainda que com algumas variantes. Não é raro que os Irmãos Grimm referenciem este tipo de histórias aparentadas, bem pelo contrário, mas geralmente limitam-se a indicar onde divergem e onde convergem com a história que elegeram como principal. Aqui não; aqui apresentam-nas por extenso, e temos cinco ou seis contos pelo preço de um.

Não sei por que motivo resolveram eleger esta história em concreto para uma nota tão detalhada. Não me parece que seja uma história particularmente interessante; não é com toda a certeza um dos clássicos dos Grimm. Trata-se de um conto sobre os malefícios do jogo, protagonizado por um jogador de tal forma inveterado que nem Deus e São Pedro conseguem fazer alguma coisa dele.

Sim, o fundo cristão está muito presente, ainda que o material de base pareça ser significativamente mais antigo. Esta é daquelas histórias que parecem ter sido cooptadas pelos padres para servirem de auxiliares aos sermões, a fim de melhor passarem a lição moral aos paroquianos. Para o efeito, limpam-nas da maior parte dos elementos pagãos, ou pelo menos de uma parte significativa, e acrescentam-lhe elementos da mitologia judaico-cristã, em parte como substitutos, em parte como elementos novos. Há várias histórias assim neste livro, e em outras compilações de contos populares — incluindo as portuguesas — também se podem encontrar bastantes. Talvez seja em parte isso o que explica a existência de tantas variantes, e talvez seja essa a razão da extensão da nota. Não sei. Talvez.

Seja como for, o conto tem o seu interesse, mas este é mais sociológico do que literário. O interesse que desperta é mais em saber como chegou àquela forma final (no que tem de relativo falar-se de uma "forma final" na literatura popular) do que propriamente na história ou nas personagens. Também há vários contos assim neste livro. Este é mais um.

Contos anteriores deste livro:

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Já tá... até 2012

Rapidamente e sem boneco, que não há boneco para isto, venho só avisar os eventuais interessados de que o índice remissivo de todas as opiniões que a Lâmpada foi tendo ao longo dos anos, e que tenho vindo a construir devagarinho nos intervalos dos últimos meses, já está completo...

...até 2012.

Já não falta tudo, portanto. Faltam só nove anos e meio. Coisa pouca. É num instante.

Siga.

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Mia Couto: O Retro-Camarada

Tudo me leva a crer que Mia Couto gargalhava interiormente sempre que assistia a algum exagero de "camaradismo" no seu Moçambique dos anos 80. Gente que não compreendia bem — ou de todo — a ideologia marxista mas apesar disso — ou por causa disso — procurava aplicá-la com um zelo fanático causava-lhe, tudo mo indica, uma irresistível vontade de rir. As provas, ou pelo menos os indícios, são os vários textos que neste livro ironizam com essa tendência. E o conto O Retro-Camarada, como de resto o título já indica, é mais um.

De parêntesis, não deixa de ser irónico que publique essas crónicas precisamente na Caminho, hoje em dia uma editora tão amorfa e capitalisticamente mesmista como todas as outras, engolida por um grande grupo empresarial do setor, mas na época declaradamente afeta ao PCP. Não era a única, mas mais que a Caminho só mesmo as Edições Avante. Fecha parêntesis.

Sim, o retro-camarada é um fanático. E o conto narra a forma como esse fanatismo inferniza a vida da família, até que — ironia das ironias — ele acaba vítima das suas contradições, em furiosa oposição a si próprio. Claro que há aqui alegoria, o que de resto é tudo menos incomum nestes contos-crónica de Mia Couto, e gozo, e humor, e uma história tão bem contada como é habitual. Um bom conto, este.

Textos anteriores deste livro:

domingo, 16 de maio de 2021

Leiturtugas #102

Eis que regressam os participantes "oficiais" nas Leiturtugas.

Nomeadamente o Artur Coelho, que publicou no início da semana a sua opinião sobre O Senhor Ventura. Não, não é esse Ventura. É uma novela de aventuras (daí o nome do homem, aposto) escrita por Miguel Torga, publicada originalmente em 1943, e que o Artur leu numa edição recente (2018) da D. Quixote. Não tem qualquer sinal de FC, pelo que o Artur passa a 4c4s.

E também a Carla Ribeiro, que publicou a sua opinião sobre uma recolha de lendas tradicionais portuguesas, apropriadamente intitulada Lendas Tradicionais Portuguesas. Não encontrei informação sobre quem as compilou, mas sei que o livro foi publicado no mês passado pela Guerra & Paz. Nada de FC, evidentemente, mas muito fantástico, vertente maravilhoso. A Carla passa a... ah esperem lá.

É que a Carla também leu e comentou outro livro ainda mais recente, publicado já este mês. É uma espécie de horror infantojuvenil de Bruno Matos e Isabel Carrilho, parte de uma série que talvez tenha sido inspirada pela série Arrepios e sobretudo pela Família Adams e que se chama A Família Monstro. O título do livro que a Carla leu é O Torneio dos Feiticeiros e é edição da Booksmile. Nada de FC, e a Carla passa a 1c6s.

Quanto aos oficiosos, a semana trouxe uma repetente, em dose dupla, e um estreante.

A repetente é a Anabela Risso, que opinou primeiro sobre O Esqueleto, livro de Camilo Castelo Branco com elementos fantásticos que ela parece ter lido num dos ebooks das Edições Vercial, e depois sobre O Filho de Mil Homens, livro de Valter Hugo Mãe publicado inicialmente em 2011 mas que ela terá lido na edição de 2019 da Porto Editora, que parece estar plenamente integrado no realismo mágico. Nada disto tem FC, mas se a Anabela quisesse tornar-se participante oficial estava tão em dia como eu.

Quanto ao estreante, é o Fiacha, que leu e comentou mais um livro muito recente, este publicado pela Saída de Emergência. O Deus das Moscas Tem Fome é uma coletânea de contos sobre um "detetive do sobrenatural" (i.e., népia de FC, mais que provavelmente, ainda que sendo o autor quem é seja possível que haja uma pitadinha de horror cósmico lá misturado) da autoria de Luís Corte Real.

E por esta semana foi isto, e não está nada mal. Veremos o que nos reserva a próxima.

sábado, 15 de maio de 2021

Daniel de Sá: A Paixão de Sóror Josefa do Menino Deus

Há na literatura algumas coisas que eu percebo ao mesmo tempo que não percebo, e uma delas é a tendência que tantos escritores parecem exibir para escrever modernamente segundo estilos e padrões antigos de séculos. Não me refiro propriamente ao pastiche, que traz sempre em si qualquer coisa de irónico, ou pelo menos de desafio. Refiro-me mesmo a autores que resolvem fazer de estilos antiquados a sua forma de expressão artística.

Percebo porque percebo a tentação de imitar (ou, vá, inspirarmo-nos em) aqueles artistas que admiramos. Acontece com todos os que criam qualquer coisa; a arte não surge no vácuo e todos somos (e vamos sendo sempre, que é processo que nunca termina) influenciados pela arte e pelos artistas com quem entramos em contacto. Mas ao mesmo tempo não percebo porque, bolas, afinal de contas estamos a escrever hoje, não no século XVIII ou coisa que o valha (ou, na FC, em 1950). E eu tenho muita dificuldade em compreender quem para no tempo, seja em que domínio for.

Já estão a ver onde isto vai dar, não estão? Sim, Daniel de Sá escreve praticamente como se fosse um autor do século XIX. Escreve bem, quanto a isso não há dúvidas, até porque a geração de escritores que parece tê-lo influenciado mais (Eça, Camilo, os autores do tardio romantismo português, etc.) foi bastante boa. Mas escreve como há muito não se escreve. Ou quase.

E é por isso que este A Paixão de Sóror Josefa do Menino Deus, conto em registo meio epistolar, pois é constituído principalmente por material alegadamente escrito pela própria Josefa, moçoila apaixonada que, por impossibilidade do amor, prefere recolher-se ao convento, se lê quase como algo escrito na primeira metade do século XIX. O cliché da situação, o açucaradíssimo romantismo, numerosos detalhes do próprio texto, tudo aponta para aí. E eu percebo e não percebo. E sim, também gosto e não gosto. Gosto do modo como o português sai tratado da empreitada mas do resto nem por isso. Estou muito longe de ser fã do romantismo literário, para começar, e voltar uma vez mais a contar esta história, já contada milhentas vezes por outros tantos autores, sem lhe acrescentar novidade alguma, parece-me muito desinteressante.

Textos anteriores desta publicação:

domingo, 9 de maio de 2021

Leiturtugas #101

Outra semana bastante calma, esta (onde estão as vossas leituras e comentários de contos, pá? Hm?), mesmo estando nós já num mês que tende a ser associado à FC por causa de duas datas de maio que estão ligadas a Douglas Adams e ao Star Wars, o que poderia eventualmente espevitar as Leiturtugas. Mas pelos vistos não. E eu também não ajudo.

Sim, não há nada meu esta semana. E, na verdade, se não fosse um dos oficiosos a marcar ponto, seria uma semana totalmente em branco.

Que oficioso? A Anabela Risso, que publicou a sua opinião sobre um livrinho infantil do Afonso Cruz, cheio de fantasia como é típico do género. Intitulado Os Pássaros e publicado pela APCC em 2014, é apenas um conto, imagino que bastante ilustrado.

E nada mais. Para a semana, haverá alguma coisa? Não faço ideia. Mas haveremos de ver, não é? Então até lá. Ou talvez não, caso não apareça nada por aí.

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Mia Couto: Ossos do Ofício

Com estes Ossos do Ofício, Mia Couto regressa às crónicas que são declaradamente pequenos contos, mesmo que porventura baseados em casos reais (ignoro por completo se são ou não, mas admito a possibilidade). Não posso dizer que regressa ao humor, pois temos tido muito disso nas últimas crónicas-mesmo-crónicas, embora aqui o humor criado pelo inusitado da situação seja menos feito de ironia fina do que, por exemplo, no texto anterior.

Mas que situação é essa?, perguntará quem estiver a ler isto. É uma situação algo semelhante àquelas de que o Mário Zambujal tanto gosta, ainda que em outras geografias.

Sim, estamos no mundo dos bons malandros. Ou, vá, pelo menos dos malandros. O protagonista é primo de um preso, gatuno convicto, e, longe de se envergonhar disso, é vaidoso do primo e da sua atividade. Tal como o primo, de resto. Mas o mundo de ambos ameaça desabar quando chega a funesta: vão libertá-lo. Segue-se o inevitável, o plano para regressar rapidamente à cadeia e manter intacta a imagem banditesca. Mas as coisas não correm exatamente como planeado.

Podia tratar-se apenas de uma comediazinha de costumes ambientada entre a gente da má vida, e já seria perfeitamente eficaz, mas Mia Couto ainda lhe confere um subtilíssimo perfume a crítica à realidade moçambicana da época. Social e, sim, também política. É um conto bastante bom, este, mesmo sem ter nada daquilo que mais tende a agradar-me no que leio: a faceta fantástica.

Textos anteriores deste livro:

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Mário de Carvalho: O Lugar do Gelo

Esta gente passa a vida a confundir género humano com Manuel Germano, essa é que é essa.

Não, não vou explicar. Vão ter de ler estas histórias de Mário de Carvalho para perceberem a frase que abre este texto. O que vou fazer é dizer-lhes que este O Lugar do Gelo é mais um conto fantástico e humorístico, como são todos os ambientados no Beco das Sardinheiras. Desta vez tudo começa quando uma família compra uma máquina de costura a fim de arredondar o orçamento fazendo ou reparando roupa para fora. Ou por outra, começa quando o homem do casal solta um berro, a meio da noite, e desata a protestar, entre pulinhos e imprecações, que se queimou na máquina de costura.

Comoção, gritaria, curiosidade geral do bairro em peso, e vem-se a descobrir que a queimadura não foi de calor mas de frio, de gelo mesmo, o qual emana da tal máquina de costura. Tudo muito castiço e bastante divertido, incluindo o remate do conto, apesar de algo previsível. Venha o próximo.

Contos anteriores deste livro:

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Escrita de abril


E lá chegou abril, e lá se foi abril. O tempo passa como os ventos moderados de primavera: rapidamente e sem deixar grandes sinais da sua passagem. Um ramo tombado aqui, um montinho de areia acumulada ali, lixo variegado acolá. A respiração de uma vida em suspenso, à espera nem se sabe bem de quê.

Mas vai-se escrevendo. Sim. Um pouco. Porque também isso é uma espécie de respiração. Uma espécie diferente, embora não tanto como possa parecer.

E vai-se escrevendo, pelos vistos, um pouco mais todos os meses. Se em março foram 14 páginas e em fevereiro 10, em abril foram 16 e mais teriam sido se não tivesse sido finalmente concluída a noveleta em que eu tinha vindo a trabalhar nos últimos tempos. Como quase sempre acontece, da conclusão dessa ficção não se passou de imediato ao início ou continuação de alguma outra, que isto necessita de um certo período de pausa para sair de um mundo e entrar noutro. Entretanto vai-se revendo outras histórias, pois esse é processo menos criativo, mais relacionado com questões estruturais e linguísticas, tira palavra, acrescenta frase, muda vírgula de lugar, essas coisas chatas. Menos exigente, de certa forma. Ou mais, se visto por outro prisma.

Em suma, isto continua fraco mas menos do que no inverno. E as histórias vão saindo. Uma a uma. Vejamos agora o que maio nos trará.

domingo, 2 de maio de 2021

Leiturtugas #100

E vão 100!

E esta semana voltámos a ter participações oficiais, graças à Cristina Alves, que leu e comentou o romance A Princesa Desencantada, de Irina Sopas. Publicado já este ano, em fevereiro, parece tratar-se basicamente de chick-lit com alguns elementos fantásticos à mistura — parece haver um certo tom de conto de fadas, ambientado num reino ibérico fictício. Edição da Trebaruna. Não há é nenhuma FC, pelo que a Cristina passa a 4c6s.

Mas graças sobretudo à Tita, que publicou uma opinião, como quase sempre em texto e em vídeo, sobre nada menos que três livros de terror/horror/paranormal de autoras portuguesas. São eles Insanidade, uma novela de Raquel Fontão publicada já este ano pela própria autora, e duas coleções de contos de Ana Cláudia Dâmaso: Treze Más Histórias Para Adormecer, publicada em 2018 pela Manufactura, e Sete Boas Histórias Para Dar a Volta à Cabeça, publicada há dias pela Cordel d'Prata. Uma fartura. Nada disto parece conter nenhuma FC, pelo que a Tita passa a sinalefar 4c5s.

E nada mais. Foi curtinho para número tão redondo, mas calhou assim. Até para a semana.