Pondo as duas coisas nos pratos da balança, digam-me lá o que é mais grave: o acto estúpido de destruir uma plantação de milho ou um acto de óbvia corrupção envolvendo o PSD, então no governo, uma construtora civil, um negócio de estradas e duzentos e tal mil euros?
Por mim, não tenho dúvidas.
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
O (grande) disparate
Anda por aí a circular uma mensagem perfeitamente pateta em tons vagamente apocalípticos que diz que Marte, a 27 de Agosto vai "ser tão grande como a Lua cheia a olho nu". Diz também que "a próxima vez que Marte irá estar tão próximo será em 2287. O curioso é que esta palermice surge todos os anos por esta altura desde 2003. Ou seja: desde 2003 que "a próxima vez que Marte estará tão grande será em 2287". Mas ninguém dá pela marosca, e todos os anos há quem enfie uma pulga aos saltos no entusiasmo à espera do grande acontecimento. Os mais prudentes perguntam se é verdade. Notem bem: não surfam a net tentando informar-se. Perguntam se é verdade.
Se surfassem a net em vez de fazer perguntas patetas, saberiam que NÃO é verdade, porque desde 2003 que muita gente por esta internet fora publica a verdade um pouco por todo o lado. Saberiam que não é verdade e que não pode ser verdade. Marte nunca se aproxima a menos de cerca de 55 MILHÕES de quilómetros da Terra, enquanto que a Lua está apenas a uns 385 MILHARES de quilómetros de nós. 55 milhões é 144 vezes mais que 385 mil. Por causa da perspectiva (sabem? aquela coisa que faz com que as pessoas ao longe fiquem do tamanho de um dedo?) para que Marte parecesse algum dia do tamanho da Lua cheia teria de ser 144 vezes maior que ela. Não é, muito longe disso. É só duas vezes maior.
Além do mais, Marte nem sequer está no ponto mais próximo de nós na sua órbita. Esteve a 27 de Agosto de 2003, mas o planeta não fica parado no mesmo sítio à espera que a Terra dê a volta ao sol e volte a passar por ele no mesmo dia do ano seguinte. Também se mexe, e como consequência, a 27 de Agosto estará a cerca de 180 MILHÕES de quilómetros da vossa garagem.
É uma viagem e pêras. Não se esqueçam de levar farnel.
Se surfassem a net em vez de fazer perguntas patetas, saberiam que NÃO é verdade, porque desde 2003 que muita gente por esta internet fora publica a verdade um pouco por todo o lado. Saberiam que não é verdade e que não pode ser verdade. Marte nunca se aproxima a menos de cerca de 55 MILHÕES de quilómetros da Terra, enquanto que a Lua está apenas a uns 385 MILHARES de quilómetros de nós. 55 milhões é 144 vezes mais que 385 mil. Por causa da perspectiva (sabem? aquela coisa que faz com que as pessoas ao longe fiquem do tamanho de um dedo?) para que Marte parecesse algum dia do tamanho da Lua cheia teria de ser 144 vezes maior que ela. Não é, muito longe disso. É só duas vezes maior.
Além do mais, Marte nem sequer está no ponto mais próximo de nós na sua órbita. Esteve a 27 de Agosto de 2003, mas o planeta não fica parado no mesmo sítio à espera que a Terra dê a volta ao sol e volte a passar por ele no mesmo dia do ano seguinte. Também se mexe, e como consequência, a 27 de Agosto estará a cerca de 180 MILHÕES de quilómetros da vossa garagem.
É uma viagem e pêras. Não se esqueçam de levar farnel.
terça-feira, 21 de agosto de 2007
A outra opinião
Ainda a propósito do post anterior, e embora eu não concorde com parte do que lá é escrito, porque um vandalismo não desculpa outro e não é vandalizando que se combate o vandalismo (a menos que já não haja outra hipótese), vale muito a pena ler isto. Para ficar a conhecer a história exemplar do Morgado da Lameira. Para colocar certas coisas no seu contexto próprio. Para poder avaliar melhor certas histerias e certos silêncios. E também certas calúnias, porque não?
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
A esquerda da estupidez
Provando que, embora geralmente pareça, a estupidez não se concentra toda do lado direito do espectro político, uns tipos que se intitulam Verde Eufémia acharam boa ideia destruir um campo de cultivo plantado com uma planta trangénica qualquer.
A ideia, está bem de ver, é péssima por vários motivos.
Porque é uma estupidez partir para acções extremas muito antes sequer de terem sido encetadas acções de contestação mais consensuais. Com esta cretinice, os eufémios só conseguiram alienar a esmagadora maioria das pessoas com dúvidas sobre as culturas transgénicas, umas porque são muito mais sensíveis às dificuldades sentidas por um agricultor que viu a colheita arrasada do que ao activismo inconsequente de um bando de burquesinhos bem alimentados, outras porque apesar de serem em princípio sensíveis ao problema transgénico são igualmente (ou mais) sensíveis aos valores, para elas mais ou menos sagrados, da autoridade e da propriedade privada.
Porque quando forem, e bem, bater com os costados no tribunal, os eufémios não terão a simpatia de quase ninguém, e o que pretenderiam ganhar em propaganda com a acção se virará contra eles.
Porque acções de ecoburrice como esta são óptimas para colocar uma qualquer discussão que se pretenda encetar imediatamente no campo do insulto, acabando à nascença com qualquer hipótese de argumentar racionalmente. Isso, aliás, já se vê, com os idiotas de sinal oposto a saltarem imediatamente com estapafúrdias acusações de ecoterrorismo, como se alguém ficasse aterrorizado com um actozeco de vandalismo como aquele.
Porque acções de ecoburrice como esta são óptimas para que os promotores dos trangénicos tenham um alvo fácil para onde apontar sempre que precisem de desconversar quando os argumentos se lhes esgotarem. Bastará apontarem para esta cretinice, e convencerão muitos cépticos da bondade das suas opiniões, mesmo que não as consigam sustentar com algo mais sólido do que uma curtina de fumo.
E porque são acções espectaculares como esta que acabam por rotular todo um movimento naquilo que mais forma a opinião nos dias que correm: a imprensa. Daqui em diante, seja o que for que um ecologista tiver a dizer, terá de lutar nos espíritos das pessoas contra a imagem de um campo arrasado por um bando de idiotas.
Não me surpreenderia nada se daqui a uns anos se viesse a constatar que esta ecopaspalhice acabasse a servir de marco para um movimento de corrida à agricultura transgénica e que daqui em diante os campos transgénicos aparecessem por todo o lado como cogumelos.
Não me surpreenderia nada se daqui a uns anos se viesse a constatar que estes palermas conseguiram precisamente o oposto daquilo que apregoam defender.
A ideia, está bem de ver, é péssima por vários motivos.
Porque é uma estupidez partir para acções extremas muito antes sequer de terem sido encetadas acções de contestação mais consensuais. Com esta cretinice, os eufémios só conseguiram alienar a esmagadora maioria das pessoas com dúvidas sobre as culturas transgénicas, umas porque são muito mais sensíveis às dificuldades sentidas por um agricultor que viu a colheita arrasada do que ao activismo inconsequente de um bando de burquesinhos bem alimentados, outras porque apesar de serem em princípio sensíveis ao problema transgénico são igualmente (ou mais) sensíveis aos valores, para elas mais ou menos sagrados, da autoridade e da propriedade privada.
Porque quando forem, e bem, bater com os costados no tribunal, os eufémios não terão a simpatia de quase ninguém, e o que pretenderiam ganhar em propaganda com a acção se virará contra eles.
Porque acções de ecoburrice como esta são óptimas para colocar uma qualquer discussão que se pretenda encetar imediatamente no campo do insulto, acabando à nascença com qualquer hipótese de argumentar racionalmente. Isso, aliás, já se vê, com os idiotas de sinal oposto a saltarem imediatamente com estapafúrdias acusações de ecoterrorismo, como se alguém ficasse aterrorizado com um actozeco de vandalismo como aquele.
Porque acções de ecoburrice como esta são óptimas para que os promotores dos trangénicos tenham um alvo fácil para onde apontar sempre que precisem de desconversar quando os argumentos se lhes esgotarem. Bastará apontarem para esta cretinice, e convencerão muitos cépticos da bondade das suas opiniões, mesmo que não as consigam sustentar com algo mais sólido do que uma curtina de fumo.
E porque são acções espectaculares como esta que acabam por rotular todo um movimento naquilo que mais forma a opinião nos dias que correm: a imprensa. Daqui em diante, seja o que for que um ecologista tiver a dizer, terá de lutar nos espíritos das pessoas contra a imagem de um campo arrasado por um bando de idiotas.
Não me surpreenderia nada se daqui a uns anos se viesse a constatar que esta ecopaspalhice acabasse a servir de marco para um movimento de corrida à agricultura transgénica e que daqui em diante os campos transgénicos aparecessem por todo o lado como cogumelos.
Não me surpreenderia nada se daqui a uns anos se viesse a constatar que estes palermas conseguiram precisamente o oposto daquilo que apregoam defender.
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
A informação da RTP, afinal, é nacional ou regional?
Todos os anos, a World Press Photo traz a Portugal os vencedores do seu prémio de fotojornalismo. Todos os nos acontece uma exposição das fotografias vencedoras nas várias categorias, que deambula pelo país, primeiro aqui, depois ali, logo acolá. O certame é relevante, e todos os anos recebe a atenção devida por parte dos media.
O curioso é que todos os anos a exposição vem primeiro a Portimão e só depois parte para Lisboa. Pensar-se-ia que um órgão de informação que fosse realmente nacional daria a notícia da inauguração da exposição em Portugal, fosse qual fosse o primeiro sítio onde ela é inaugurada. Pois, mas não. Só soube que a exposição esteve em Portimão porque vivo cá: na RTP, nem sinal dessa informação. Talvez por andar demasiado entretida com as eleições em... Lisboa, todos os dias a desperdiçar alguns 20 minutos de tempo de antena perfeitamente irrelevantes para 90% do país?
E por falar em Lisboa, parece que agora a exposição foi inaugurada por lá. Disse-mo o serviço noticioso (regional?) da RTP. Obrigadinho, mas não me interessa: já cá esteve.
PS - E não é só a RTP que parece ser uma emissora regional. O Público também dá ares de jornal regional de Lisboa e arredores: fez precisamente a mesma coisa.
O curioso é que todos os anos a exposição vem primeiro a Portimão e só depois parte para Lisboa. Pensar-se-ia que um órgão de informação que fosse realmente nacional daria a notícia da inauguração da exposição em Portugal, fosse qual fosse o primeiro sítio onde ela é inaugurada. Pois, mas não. Só soube que a exposição esteve em Portimão porque vivo cá: na RTP, nem sinal dessa informação. Talvez por andar demasiado entretida com as eleições em... Lisboa, todos os dias a desperdiçar alguns 20 minutos de tempo de antena perfeitamente irrelevantes para 90% do país?
E por falar em Lisboa, parece que agora a exposição foi inaugurada por lá. Disse-mo o serviço noticioso (regional?) da RTP. Obrigadinho, mas não me interessa: já cá esteve.
PS - E não é só a RTP que parece ser uma emissora regional. O Público também dá ares de jornal regional de Lisboa e arredores: fez precisamente a mesma coisa.
domingo, 12 de agosto de 2007
Os ficheiros .QME
Já ouviram falar?
É um tipo de ficheiro que, descubro agora, me foi enxameando sorrateiramente o disco rígido ao longo dos últimos anos. Bem, na verdade parece ser praga que vem de mais longe do que isso, pelo menos desde que arranjei pela primeira vez um PC, já há aí uns 15 anos. De então para cá, foram-se instalando, multiplicando, e hoje são milhares.
Curiosamente, só agora dei por eles. Isto porque das outras vezes que troquei de máquina optei pela abordagem fácil, copiando os discos integralmente, enquanto ruminava vagas ideias sobre fazer a selecção e a arrumação mais tarde. E claro que não fiz. Obviamente. Tomam-me por quem? Algum xoninhas?
E assim, os ficheiros .QME continuaram a disseminar-se por todo o lado sem serem incomodados.
Mas agora armei-me em xoninhas. Achei que já bastava de entropia e que (até porque era frequente tentar encontrar qualquer coisa e não dar com ela por a confusão ser tanta) era agora que ia arrumar tudo como deve ser, cada coisa no seu devido lugar.
E foi assim que dei com eles, os milhares de ficheiros .QME. Acho que vai levar meses até que me veja livre da praga. Mesmo depois de razoavelmente completa a transição do computador velho para o novo, muito depois dessa transição estar oficialmente concluída, ainda hei-de passar montes de tempo perdido nas catacumbas das duas máquinas, a abrir ficheiro atrás de ficheiro e a pensar com os meus botões:
--- Que Merda é Esta?
E o pior é que suspeito que haverá alguns para os quais não encontrarei resposta. Ficheiros .QME que assim permanecerão durante o resto da sua vida electrónica.
É um tipo de ficheiro que, descubro agora, me foi enxameando sorrateiramente o disco rígido ao longo dos últimos anos. Bem, na verdade parece ser praga que vem de mais longe do que isso, pelo menos desde que arranjei pela primeira vez um PC, já há aí uns 15 anos. De então para cá, foram-se instalando, multiplicando, e hoje são milhares.
Curiosamente, só agora dei por eles. Isto porque das outras vezes que troquei de máquina optei pela abordagem fácil, copiando os discos integralmente, enquanto ruminava vagas ideias sobre fazer a selecção e a arrumação mais tarde. E claro que não fiz. Obviamente. Tomam-me por quem? Algum xoninhas?
E assim, os ficheiros .QME continuaram a disseminar-se por todo o lado sem serem incomodados.
Mas agora armei-me em xoninhas. Achei que já bastava de entropia e que (até porque era frequente tentar encontrar qualquer coisa e não dar com ela por a confusão ser tanta) era agora que ia arrumar tudo como deve ser, cada coisa no seu devido lugar.
E foi assim que dei com eles, os milhares de ficheiros .QME. Acho que vai levar meses até que me veja livre da praga. Mesmo depois de razoavelmente completa a transição do computador velho para o novo, muito depois dessa transição estar oficialmente concluída, ainda hei-de passar montes de tempo perdido nas catacumbas das duas máquinas, a abrir ficheiro atrás de ficheiro e a pensar com os meus botões:
--- Que Merda é Esta?
E o pior é que suspeito que haverá alguns para os quais não encontrarei resposta. Ficheiros .QME que assim permanecerão durante o resto da sua vida electrónica.
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Os gajos do Blogger
Os gajos do Blogger decidiram que a malta ia deixar de ter direito a usar um velho código que gerava uma página independente onde se armazenavam os arquivos. Que essa página era daqui em diante uma página de história, viva apenas nas recordações dos blogovelhadas, como eu, com blogues mais antigos que o pré-histórico ano de 19... perdão... 2004.
E avisaram?
Claro que não!
Quem tenta ir aos arquivos e encontra uma simpática mensagem a dizer que a página não existe, dá pela marosca; quem não tenta, provavelmente, acham eles, não precisa de saber.
Eu, por acaso, tentei hoje. E lá tive de andar a passear durante tempo precioso pelas catacumbas do Blogger em busca da informação sobre o que se passa. Acabei por encontrá-la não no sistema de ajuda, que não é preciso, mas nos fóruns, e como brinde agora têm os arquivos ali ao lado numa prática caixinha cai-cai (não é uma óptima tradução para drop-down box?), se bem que para isso tenha sido obrigado a perder mais precioso tempo a remexer no template. E vá lá que não sou completamente tosco nestas coisas.
Imagina quem é, as pragas que deve andar a rogar aos camaradas do Blogger...
(E os blogues antigos, que apesar de abandonados continuam a servir como referência, às vezes preciosa? Ninguém se preocupa com eles?)
E avisaram?
Claro que não!
Quem tenta ir aos arquivos e encontra uma simpática mensagem a dizer que a página não existe, dá pela marosca; quem não tenta, provavelmente, acham eles, não precisa de saber.
Eu, por acaso, tentei hoje. E lá tive de andar a passear durante tempo precioso pelas catacumbas do Blogger em busca da informação sobre o que se passa. Acabei por encontrá-la não no sistema de ajuda, que não é preciso, mas nos fóruns, e como brinde agora têm os arquivos ali ao lado numa prática caixinha cai-cai (não é uma óptima tradução para drop-down box?), se bem que para isso tenha sido obrigado a perder mais precioso tempo a remexer no template. E vá lá que não sou completamente tosco nestas coisas.
Imagina quem é, as pragas que deve andar a rogar aos camaradas do Blogger...
(E os blogues antigos, que apesar de abandonados continuam a servir como referência, às vezes preciosa? Ninguém se preocupa com eles?)
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