segunda-feira, 30 de agosto de 2004

Os Jogos Olímpicos e a manada

Lá se foram mais uns jogos olímpicos. Segundo as estatísticas, foram os melhores de sempre para os atletas portugueses. É certo que as estatísticas foram muito ajudadas pelo fenómeno Obikwelu, mas não menos certo é que não me lembro de ter havido lugares de destaque em tantas e tão díspares modalidades. Já estávamos mais ou menos habituados ao atletismo e à vela, mas trampolins, ciclismo, canoagem e triatlo são novidades.

Ainda bem. Significa que o desporto português não é só futebol. E ainda bem.

Mas a manada não se interessa por tais detalhes. A selecção de meninos mimados, burros e excessivamente bem pagos que parece que dá pontapés numa bola portou-se vergonhosamente? Então, para a manada, isso só pode querer dizer que a participação portuguesa nos JO foi satisfatória (42%) ou má (37%). Os números vêm do barómetro que o Público publica hoje.

Então e os outros?

Quais outros?, pergunta a manada entre uma ruminadela e um mugido, boca cheia de relva e cachecóis do clube preferido pendurados do badalo.

domingo, 29 de agosto de 2004

sábado, 28 de agosto de 2004

Quando as experiências inibem a vida

O José Mário Silva casou-se. Deu conta do facto numa série de posts, culminando num entusiasmado "É hoje". Um gajo que eu conheço viu, clicou no linkzinho dos comentários, leu os que já lá estavam e começou a escrever um de moto próprio. Queria felicitar o nubente e desejar-lhe um casamento agradável e longo.

Escreveu e apagou várias mensagens até que desistiu e fechou a janela sem deixar nenhum sinal da sua passagem. Talvez por causa de recordações da sua própria vida, havia em todas as mensagens um mas que se insinuava entre as palavras e lhes fazia perder a honestidade que seria de todo desejável.

Era só uma mensagem, mas às vezes é a vida.

As perguntas que eles fazem

O jornalismo televisivo de vez em quando atinge um destes pontos altos. Aeroporto de Lisboa. Francis Obikwelu e Rui Silva dão uma conferência de imprensa, cada um de medalha ao peito, cada um com um sapato de corrida ao colo, mostrando às câmaras a marca que os patrocina. O jornalista da RTP, depois de um par de perguntas inconsequentes a Obikwelu, sai-se com esta:

— E então, que pesa mais: a medalha ou os sapatos?

O nosso medalhado imigrante nem soube que responder a pergunta tão profunda. Mas eu, daqui, deixo ao Chico uma sugestão para uma próxima oportunidade:

— Olhe, não sei. Por acaso não tem aí uma balançazinha para a gente as pesar, não?

segunda-feira, 23 de agosto de 2004

Versos avulso

Dias

Há dias que é melhor nem acordar
nem sequer entreabrir um olho
resmungar qualquer coisa
- talvez um insulto, um "vai-te cagar" -
virar para o outro lado e regressar
ao mundo de esquecimento
onde a vida sem ser vida
é mais vida que no mundo deste lado

Há dias que a vontade
ao encontrá-los a espreitar do calendário
é arrancá-los, sem qualquer anestesia
devagarinho e com requintes de sadismo

Mais do que isso não merecem, os cabrões

sexta-feira, 20 de agosto de 2004

Oh, raios partam!

Tava tão lindinha, a Lâmpada. Mais mágica que o Mandrake, mais azul que o céu nublado, com as letras todas nos seus sítios devidos e devidamente visíveis para todos os que as quisessem ver. Mas eis que chegou a inovação: uma barra que permite não sei quê, duplicando as referências ao blogger no meu blog e mais não sei quantos, e que ainda por cima resolve tapar metade (OK, sou exagerado - processem-me) do título.

Oh, raios partam!

E eu, que já tenho pouco que fazer, entre isto e aquilo, vou ter agora de perder uma porção de tempo à procura da razão por que o título já não se chega para baixo do que o blogger resolve meter no topo da página, como acontecia antes, e a arranjar uma maneira de devolver ao título a sua dignidade perdida. E os diacríticos também.

Oh, raios partam!

quarta-feira, 18 de agosto de 2004

Hoje nasceu qq coisa

Vamos a ver agora como se desenvolve, se suja muito as fraldas, se grita muito à noite, se dá aos papás o que os papás esperam dela.

quinta-feira, 12 de agosto de 2004

Efeitos secundários de se saber demais

Quanto mais informação nos chega sobre os últimos escândalos mais se torna óbvio que o estado, em Portugal, não passa de um grande bando de malfeitores. Os liberais apontam para as empresas como exemplos a seguir e à primeira vista têm razão - a quantidade de ruído que nos chega das empresas é bem menor que a que nos chega do estado -, mas quando se olha para os currículos dos malfeitores que actualmente se encontram encvolvidos em certas coisas, em todos eles se encontram longos e proveitosos laços com o mundo empresarial. Ou seja, as empresas, em Portugal não são outro bando de malfeitores: são o mesmo.

Claro, há uma terceira hipótese: a de que neste país não existam jornalistas, mas sim um enorme e barulhento bando de intriguistas.

sábado, 7 de agosto de 2004

Versos avulso

As palavras

As palavras
são como
as pessoas
há algumas muito feias
e há outras que são belas

A maior parte
no entanto
nem é carne
nem é peixe

É marisco

quinta-feira, 5 de agosto de 2004

Só para que conste

Malta, o Luis Rainha escreve num blog. É só para que se saiba. Mas não vai a encontros de geeks, hã? Nada de confusões.

Versos avulso

Nada a dizer

Não tenho nada a dizer
estou seco
como uma esteva à espera do incêndio