segunda-feira, 31 de julho de 2006

O homem com consciência

O homem com consciência é um ser curioso. Não é só por não funcionar bem numa sociedade em que ter-se consciência é um empecilho, em que a consciência é um peso morto que tem de arrastar atrás de si, suando de esforço, enquanto à sua volta os homens sem consciência saltitam ágeis e contentes pela vida. Não é só por hesitar em agarrar oportunidades que lhe parecem dúbias e virar as costas a outras que são declaradamente contrárias à sua consciência, mesmo que sejam óptimas, mesmo que sejam magníficas, mesmo que a alternativa seja a pobreza, o definhar aos poucos na mediocridade dos derrotados, e apenas pelo único motivo de possuir uma consciência. Não. Não é só por isso. É porque o homem com consciência julga que se conhece bem mas mesmo assim se surpreende, de vez em quando, com consequências de ser dono de uma consciência que não esperava.

Antes de mais, entendamo-nos: o homem com consciência não é perfeito. É capaz de tudo aquilo de que todos os homens sem consciência são capazes. É capaz de traições, enganos, de violência e abusos, de desleixo, de incumprimentos. De tudo. A diferença é que a consciência está lá, como uma espécie de saco onde são guardados os cadáveres ressequidos de todos os erros e falhas, de tudo aquilo que a consciência determina que deve passar a fazer peso, mais um pouco de peso, na vida do homem com consciência.

O homem com consciência sabe disto e aceita-o como uma inevitabilidade. Já aprendeu que não vale a pena tentar que as coisas sejam de outra maneira, que as tentativas geralmente não resultam em mais do que novos erros e falhas a acrescentar ao saco dos erros e falhas. A surpresa, portanto, não é essa.

A surpresa é que quando a consciência dita que não se cumpre o que se deve cumprir não permite que se faça mais nada. Que quando não se trabalha os prazeres saibam a palha seca e fiquem também abandonados, à espera de melhores dias. Mesmo que o incumprimento não seja voluntário, mesmo que tampouco seja definitivo, que haja tempo para recuperar o tempo perdido. Mesmo assim. O que se faz por gosto fica por fazer. O correio electrónico acumula-se por abrir em pilhas de centenas de mensagens. Os passeios ficam por dar. Os telefonemas ficam por fazer. E o homem com consciência deixa de viver e apenas vegeta à espera que a tempestade passe.

A surpresa é essa, embora tenha sido assim toda a sua vida, embora tudo isto seja óbvio para qualquer um com algum, mínimo que seja, talento para o reconhecimento de padrões. Sempre foi assim. Tudo o que ficou por fazer na vida do homem com consciência ficou-o porque o que era mais importante ficou também por fazer. O mais importante, é bom notar, não para ele, mas sim para a sua consciência. Aquilo que ela decide, com os misteriosos critérios que lhe pertencem, que é mais relevante. Quem domina aquela relação desigual é ela, não ele. A consciência é rainha. O homem com consciência é apenas um joguete, um fantoche, um títere nas suas mãos de fantasma. No fundo, uma irrelevância.

O que os salva a ambos, o que os reconcilia, são os dias em que o que a consciência dita que se faça se cumpre. Nesses dias, o homem com consciência é livre e faz muito mais coisas do que aquelas que tem de fazer. A produtividade sobe em flecha. É como se o tempo de repente se dilatasse e cada hora passasse a valer duas, ou três, ou até mais. Como se se abrissem reservatórios de tempo até aí escondidos na malha do universo.

Nesses dias, o homem com consciência é feliz. Ou, pelo menos, faz a sua mais próxima aproximação à felicidade.

domingo, 30 de julho de 2006

Brasileiros com montes de esperto nos cabeça

Hoje fartei-me de receber desastradíssimas tentativas de phishing duns tipos brasileiros com montes de esperto nos cabeça que acham que conseguem endrominar muitos tugas com mensagens aparentemente oriundas da Caixa Geral de Depósitos que começam com "Cliente respeitado!", terminam com "Esta letra emite automáticamente e não requer a resposta." e estão repletas de outras pérolas semelhantes no resto do texto.

Oh, sim, muito esperto nos cabeça, sem dúvida!...

Os judeus e Israel

As bestas quadradas que berram "anti-semita" assim que alguém critica Israel, com maior ou menor violência, além de vergonha na cara, precisam também de ler e ver o que dizem e fazem alguns judeus a propósito do genocídio que Israel desencadeou no Líbano. Hoje, por exemplo, houve judeus (e, note-se, judeus religiosos mais ou menos fundamentalistas, daqueles que usam barba, trancinha e se vestem de preto) que se manifestaram contra a barbárie de Israel.

Fizeram eles muitíssimo bem. É bom mostrar a quem não percebe ou não quer perceber que uma coisa são judeus e outra são israelitas, e que uma coisa são israelitas e outra é a organização terrorista eufemisticamente conhecida como "estado de Israel".

É, até, uma forma de auto-defesa. Porque se o mundo algum dia chegar à conclusão de que todos os judeus apoiam ou justificam coisas destas, de que os judeus, todos eles, acham, no fundo, que Israel é inimputável, que por mais crimes que cometa tem direito a cometê-los e que, no fundo, esses crimes não são crimes, que todos os assassínios de mulheres e crianças são justificáveis e sempre culpa de outros, sejam quem forem, se algum dia o mundo se convencer disto, então sim, ser judeu neste planeta passará a ser muito mais difícil do que alguma vez foi na história.

Não é preciso dizer a judeu nenhum o que quem partilha essa religião sofreu ao longo dos séculos e nos mais diversos países. Mas se algum dia o mundo se convencer de que, afinal, gente como o Ahmadinejad nem é totalmente alucinada, que os Ahmadinejads que por aí há, afinal, nem são loucos tão perigosos assim, que se calhar até têm alguma razão naquilo que dizem, julgo que o sofrimento anterior parecerá uma brincadeira de crianças.

Aqueles homens judeus que se manifestaram hoje contra as atrocidades israelitas fizeram mais pela sobrevivência da religião, do povo e até do estado do que todos os imbecis que por aí há a dizer-se amigos de Israel e a acusar todos os outros de anti-semitismo, tentando com isso esconder a sua costelazinha neonazi, aquela que se delicia com os massacres, aquela que está convicta de que os árabes, esse outro povo semita, são os untermensch do nosso tempo e que merecem todas as mortes atrozes que lhes caiam em cima.

A infelicidade é que enquanto não houver ninguém a parar Israel, a julgar os assassinos que o dirigem por crimes contra a humanidade, enquanto a contestação se ficar por manifestações, o que fica na memória são as cidades arrasadas e os corpos de crianças assassinadas embrulhados em plástico. Não há manifestação de judeus decentes que chegue sequer perto da força destas imagens.

sábado, 29 de julho de 2006

Coisas que geralmente são omitidas

Falar de civis em Israel é falar de velhos, crianças, outras pessoas inaptas para o serviço militar e um punhado de (corajosíssimos, porque sofrem pesadas represálias; o meu absoluto respeito vai para eles) objectores de consciência. Não tenho certeza quanto às mulheres, mas julgo que a maioria é também civil, sendo para elas o serviço voluntário. O resto, são militares, no serviço ou na reserva. Israel é, simplesmente, o país mais militarizado do mundo. A léguas da Coreia do Norte.

Por isso, quem acusa os "terroristas" de se esconderem entre civis e pretende com isso legitimar a chacina está também a legitimar os rockets enviados pelos mesmos "terroristas" para áreas residenciais israelitas. Um rocket do Hezbollah que mate indiscriminadamente israelitas acabará por dar com um militar a cada quatro ou cinco pessoas que atinge. É uma melhor relação de vítimas culpadas/vítimas inocentes do que a que têm mostrado as bombas de fragmentação lançadas por Israel, por exemplo.

A não ser, claro, que para esta gente (?) todo o muçulmano e todo o árabe seja culpado por inerência e definição. Mas isso, lá está: não é mais do que anti-semitismo, variedade anti-árabe. Enfim, uma quedazinha para o nazismo...

Tomar partidos

Há por aí quem ande a tomar partidos. Também quero entrar no jogo. Vejamos:

Se a única escolha possível fosse entre dois bandos de assassinos, eu escolheria (sempre e irrestritamente) aquele cujos assassinos são menos eficientes, os que assassinam menos gente.

Felizmente essa não é a única escolha possível.

Duas palavras: bri lhante

Por isso, meus amigos, é assim: realista é bombardear quem nos quer destruir, matando pelo caminho inocentes e emprestando a um inimigo assassino uma vocação de mártir. Assim é que se prepara uma paz duradoura. Realista é pensar que os cidadãos de Israel terão segurança assim, que as crianças de Haifa irão seguras para a escola um ano destes. Que o Hezbollah vai perder força deste modo, e que o Hamas também. Como perderam força no Iraque os terroristas desde que a solução guerreira foi adoptada para resolver o problema iraquiano. E depois será o Irão e a Síria, e finalmente o mundo. Todo o terrorismo e os que o apoiam será extirpado assim, matando. Terroristas e não terroristas islâmicos vão-se deixar convencer assim, vendo as casas destruídas e os familiares mortos. Vão-se virar uns para os outros e vão dizer palavras sensatas, cordatas, para com Israel e os americanos e o mundo. Isto sim, isto é muito realista. Isto sim vai dar segurança a Israel na região.

Quem defende a guerra, diz-se, no fundo também defende a paz. Mas é uma paz dos cemitérios. E daí: não deve ser um lugar mau para lançar uns rockets.


O resto aqui.

Finalmente

Finalmente um dia produtivo. Finalmente um dia em que é possível recuperar um pouco do atraso no trabalho. Finalmente um dia em que o sono durou mais do que 4 horas. Finalmente um dia sem martelos pneumáticos, fresas e o diabo que carregue todos estes instrumentos de tortura e os seus inventores. Finalmente um dia sem muitos decibéis a torrar a paciência e a pôr os nervos à beira de uma explosão. Finalmente o sossego. Finalmente o amainar da tempestade auditiva e o começo do sossegar da tempestade emocional. Finalmente.

O medo, o verdadeiro terror, é que segunda feira recomece tudo de novo.

José Cid

Acabei de ver na TV o José Cid, cantando mais uma das suas inenarráveis cançonetas... de kayfeh ao pescoço.

Pobre povo mártir da Palestina! Já não bastava Israel, agora têm também de lidar com o José Cid?

terça-feira, 25 de julho de 2006

Nazis em acção

Aí estão os nazis a certificar-se de que ninguém mandará soldados nenhuns para força de interposição nenhuma e que continuarão a poder fazer o seu genocidiozinho à vontade e nas calmas.

Começo sinceramente a perguntar a mim próprio se haverá alguma solução possível para o Médio Oriente que não passe por fazer a Irsael precisamente o mesmo que Israel tem feito aos vizinhos: transformar aquilo num monte de cacos.

Combatendo o que é abjecto com o riso

Jon Stewart no seu melhor

De vez em quando também acontece

Sim, de vez em quando também acontece. Mas eu, pelo menos, admito e reconheço.

Falo de coisas como esta. É que a palhaçada foi minha: esqueci-me que o carro não está no meu nome...

Vá, todos em coro: DUH!

Agora já por lá andei com os números e senhas todas certas e o sistema, ainda que um bom bocado arrevezado, funciona. Não tem nada de simplex, é mesmo bastante complicadex, mas funciona, e é bem melhor do que andar em bichas a comprar e preencher papelões e papelinhos.

Num país a sério...

Num país a sério quem está constantemente a fazer obras devia ser obrigado a indemnizar quem sofre com elas pelos prejuízos causados à sua saúde e à rentabilidade do seu trabalho. Num país a sério quem está constantemente a fazer obras devia ser proibido de pregar um prego sem antes avisar os vizinhos e combinar com eles horários e condições. Num país a sério, o uso de martelos pneumáticos devia ser simplesmente proibido.

Infelizmente, não vivo num país a sério.

Imbecis

Quem tenha ainda dúvidas sobre a quantidade de imbecis que escreve nos jornais e nos blogues em Portugal, reflicta um pouco sobre o seguinte:

Quando os Estados Unidos invadiram o Iraque, não faltou quem previsse detalhadamente o que iria acontecer. Uns previram que as tropas americanas iriam ser recebidas de braços abertos por um povo ansioso por liberdade e farto de um ditador sanguinolento. Para estes, a vitória seria rápida e com poucas vítimas, as tais armas de destruição maciça seriam encontradas de imediato e os iraquianos iriam eleger um amigo da América para presidente em eleições livres e democráticas ao som do pipilar de passarinhos. Outros previram que se iria destapar mais ainda um barril de pólvora que já estava bem aberto, e lançar um fósforo a arder lá para dentro. Estes previram o reacender do secular conflito entre xiitas, sunitas e curdos, um potencial bem real de guerra civil, uma passagem de uma guerra convencional para uma guerra de guerrilha assim que ficasse clara a superioridade tecnológica americana, o investimento de outros países da região, que sentem que estão sob a mira, na instabilidade iraquiana, seguindo a lógica óbvia de que enquanto os americanos estão atolados ali não vêm para aqui, o aproveitamento do caos que a guerra inevitavelmente provoca e do desespero de quem tudo perdeu pelos extremismos ligados ao terrorismo internacional para uma implantação sólida e provavelmente definitiva no território, de onde tinham estado ausentes, pelo menos de forma significativa, enfim, um gigantesco atoleiro.

Nessa altura até se podia ter umas ideias claras sobre o grau de inteligência e pés assentes na realidade que revelava uma e outra posição, mas convinha guardá-las. A verdade é que não se sabia. Tudo, em teoria, podia acontecer, e por isso todas as posições e previsões eram legítimas, ainda que algumas pudessem parecer muito, muito estúpidas. E, de resto, o futuro revelaria quem tinha razão.

Como se sabe, revelou. Milhares de mortos mais tarde.

Agora, temos as mesmas pessoas a fazer previsões. Mas agora, meus caros, já devíamos saber bem o que valem as previsões de certa gente. Especialmente daqueles que não aprenderam nada com o Iraque. Dos que viram todas as suas previsões arrasadas pela realidade e continuam a falar dos agressores anti-islâmicos ao som do chilrear de passarinhos. Dos que ainda não perceberam que não há agressão militar que não sirva fundamentalmente para fortalecer as organizações terroristas, para atrair para elas mais desesperados dispostos a tudo, para acicatar o ódio de quem vê o seu país a ser sistematicamente destruído contra os agressores e quem os suporta. Para eternizar conflitos e atrasar soluções. Para colocar fanáticos em posições de poder. Para o eternizar da chacina.

Quem ainda não percebeu isto, contra toda a evidência, só pode ser uma coisa: imbecil. Completa e, segundo todos os sinais, irremediavelmente imbecil. Da Helena Matos ao Luciano Amaral. Do Eduardo Pitta ao Zé da Tasca que defende o genocídio ("eles deviam era matá-los a todos") entre dois arrotos de cerveja.

E igualmente imbecil é quem lhes dá ouvidos.

sexta-feira, 21 de julho de 2006

As novas tecnologias são tão porreiras!...

Simplex é porreirex! Bora pagar o selo do carro pela internet! Bora! Uau! Bora! É só ir ao site das declarações electrónicas, fazer login, clicar no link que diz que a liquidação/pagamento do imposto municipal sobre veículos está a decorrer, e...

Mas o que é isto?

"Não foram encontrados documentos para esta pesquisa"?!

Mas que pesquisa, raisparta? Eu só cliquei num reles link! Deixa cá ver o que acontece se clicar em "Documentos"...

"Não foram encontrados documentos para esta pesquisa"?!

Ai a porra! E agora faço o quê? No ano passado, pude imprimir em casa o impresso e levar ao quiosque já tudo preenchido; este ano nem isso?

Mas que palhaçada vem a ser esta?

E se a Palestina fosse Portugal?

Uma leitura indispensável, esta crónica de Conceição Branco.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Mistério da educação

Trocadilho fácil? Talvez. Mas a verdade é que há um mistério na educação: por que motivo não parece haver poder, seja de que partido for, que evite as trapalhadas no ministério? Ou por outra: onde andará a incompetência? Será generalizada? Exalará das paredes do ministério e envenenará os que aí trabalham, assim à maneira de amianto? Serão os funcionários? Será qualidade comum aos educadores e pedagogos que saltam para a política?

Mistério!...

quarta-feira, 19 de julho de 2006

Os nazis contemporâneos

Os palestinianos são uma "ameaça demográfica cancerígena" e a acção militar é "quimioterapia". Quem o diz? Moshe Ya'alon, chefe do estado-maior israelita.

O problema que o mundo tem é que do outro lado a escumalha é igualzinha. Tão nazi é este tipo como o Mahmoud Ahmadinejad. Um aproveita-se do Holocausto para justificar todos os crimes e genocídios, o outro nega o Holocausto e provavelmente sente uma grande pena de que Hitler não tenha acabado o trabalho. É impossível apoiar de facto Hezbollahs e Hamas, porque embora troquem mísseis com o Ehud Olmert, são todos tão nazis como ele, tão terroristas como ele. É tudo a mesma escumalha.

Mas isso dizemos nós, que não temos mísseis a cair-nos na cabeça ou na cabeça de familiares e conhecidos. Para os árabes, em especial para os libaneses, palestinianos e sírios, as coisas são bem diferentes. Quando uma organização terrorista disfarçada de estado se aproveita do rapto de um soldado (que ao contrário do que é hábito nos extremistas palestinianos até é um acto de guerra legítimo, e enquanto houver ocupação da Palestina é escusado fingir que não existe guerra e um culpado principal nela) para desencadear uma onda de assassínios em Gaza, não há escolha possível. Já haveria mais escolha quando uma segunda organização terrorista chamada Hezbollah se resolve meter no assunto e começa a enviar mísseis para Israel, mas essa escolha desaparece no momento em que os terroristas iraelitas não se limitam a atacar militantes do Hezbollah, mas atingem também as infra-estruturas do país, atacam e assassinam civis, lançam ataques sobre o exército libanês.

Nós, podemos dar-nos ao luxo de não apoiar o Hezbollah ou o Hamas. Nenhum deles, de facto, merece o nosso apoio. Mas eles, os árabes, os que sofrem na pele os efeitos de terem de viver lado a lado com um estado terrorista, não têm luxos desses. Israel é uma fábrica de fanáticos dispostos a tudo. Quantos mais árabes massacra, mais força dá a todos os integrismos muçulmanos. E as consequências pagamo-las todos, não só com vidas de inocentes como de muitas outras formas, incluindo a destruição das nossas economias.

É por isso mais que tempo de chamar a Israel o que aquilo é: uma organização terrorista. E de tratar com aquilo da mesma forma que com todas as outras organizações terroristas. Como um caso de polícia.

terça-feira, 18 de julho de 2006

Desvantagens de trabalhar em casa

Jorge, isto; Jorge, aquilo; Jorge, aqueloutro...

Opelarias

Se bem estão lembrados (partindo do princípio que o caro amigo que está a ler isto neste preciso momento - seja ele, o momento, qual for - é leitor habitual da Lâmpada e não alguém que aqui aterrou por um acaso qualquer), já aqui falei da Opel. Disse umas coisas mais ou menos interessantes, espero. O giro é que muitas desas coisas me chegaram há dias por intermédio de um email assinado por um tal Manuel F. Ribeiro (que eu não conheço, mas é blogueiro) que já faz, parece, parte de uma campanha. Transcrevo-o de seguida na íntegra:

A postura da Opel e o seu abandono das instalações em Portugal, deixando centenas de pessoas no desemprego, é um comportamento inaceitável.

O Governo português vai fazer accionar e muito bem todos os mecanismos legais de modo a sancionar este comportamento e devolver ao Estado Português todos os incentivos recebidos.

Considero que todos devemos apoiar esta medida.

Os portugueses têm dado exemplos magníficos de união como exemplo a movimentação para o Euro e o Mundial.

Aproveitemos esse movimento, façamos uma cadeia para demonstrar a nossa força: façamos correr por todos os nossos contactos esta mensagem:

OS PORTUGUESES NÃO COMPRAM AUTOMÓVEIS OPEL!

Talvez assim, apesar de sermos pequenos no mercado ibérico, motivo pelo qual se mudam para Espanha, sirva de exemplo para esta e outras empresas com estes comportamentos.

Os trabalhadores da Opel e suas famílias precisam da tua ajuda.

Spam político

Se eu fosse brasileiro, já teria o meu voto marcado: Lula.

É que já estou pelos cabelos com a chuva de spam que tenho recebido vindo de quem me quer convencer a não votar no Lula. Os idiotas são tão estúpidos que nem sequer se apercebem de que o meu endereço acaba em PT.

Safa!

sábado, 15 de julho de 2006

A Lâmpada Mágica, Janeiro de 2004

Livros

- <-------- Os livros que estão ali
- <-------- Os livros que estão ali
- <-------- Os livros que estão ali
- <-------- Os livros que estão ali

Spamesia

241. Nunca morrerá
242. Grande sensação
243. O frenesi de saque no gueto
244. A sua herança
245. Colono
246. Betão
247. Mais uma vez
248. Muito raro
249. A andesina de Colombo
250. Filha com o pai
251. Ásia
252. Produto gratuito inverte o envelhecimento
253. Sexta-feira
254. Carta
255. O pato do contra
256. Onde?
257. O degrau
258. Brisa
259. Diverte
260. Genitivo
261. Bagatela corruptível
262. Não é aldrabice
263. Estudantes
264. Como vai a família?
265. O gato farfalhudo
266. Cinto
267. Fugiu
268. Erro
269. Esta informação é útil para a sua saúde

Ficções

Historinhas Ene

- Historinhas Ene IV
- Historinhas Ene V
- Historinhas Ene VI
- Historinhas Ene VII

Este blog e os outros

- Um segredo. Não digam a ninguém
- LOL!
- As dúvidas excruciantes da blogosfera
- Ah! Parece que não é mesmo ela!

Edições, tentativas e críticas

- I'm a translated author!
- I'm a translated coiso e tal, mas também publico em português

FC&F

- Él es un autor traducido!

Tentativas de humor

- Pela inclusão na língua portuguesa do verbo bisnacar
- Bisnaquemos então sobre o verbo
- Surrealismo, o que é?
- Xiii! Que anedota tão foleira!...

Internet

- Uma perplexidade que nunca me largará
- Mais uma sobre o mydoom
- Resposta ao hmbf
- Isto é...
- Novidade!
- O primeiro defeito do w.bloggar

sexta-feira, 14 de julho de 2006

Nazis

É o que os israelitas são. Nazis. O estado terrorista por excelência. Profundamente nazi.

quinta-feira, 13 de julho de 2006

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Syd Barrett

É assim que compreendemos que a adolescência começa finalmente a morrer.

terça-feira, 11 de julho de 2006

Receita para deixar de ser meu amigo

Chamar-me coisas "simpáticas" como estalinista ou nazi.

É tiro e queda.

Claro: tinham de vir os gajos da bola estragar a festa

Pensando bem, era inevitável, não era? Todos sabemos bem o tipo de gentinha que dirige o nosso futebol. Até podemos esquecer-nos daquilo que a casa gasta enquanto a selecção vai jogando bem e ganhando, mas chega sempre o dia seguinte. A gentalha da bola não consegue erguer-se acima do seu rasteiro nível habitual. Mais tarde ou mais cedo (mais cedo que mais tarde) acaba a demonstrá-lo. Desta vez bastaram três dias.

Agora, os meninos ricos querem ser isentados de IRS. O país inteiro sufoca à míngua de dinheiro, o governo, pela primeira vez na história, vai tomando algumas medidas tímidas para que a gatunice da fuga ao fisco se atenue, para pôr alguma moral no sistema, e os meninos ricos querem ser isentados de IRS. Os meninos ricos que ganham num mês mais do que muitos de nós ganharemos durante toda a vida. Os meninos ricos que, ainda por cima, aumentaram bastante o seu valor no mercado ao jogarem bem e terem sucesso. Os meninos ricos que quando acabarem a carreira de futebolista poderão viver confortavelmente o resto da vida de rendimentos, se souberem gerir o dinheiro ganho. Pagando escrupulosamente os impostos todos. Sem fazer nenhum. E querem isenção de IRS. E provavelmente haverá muito papalvo por este país fora que acha que sim senhor.

É por coisas destas que muitos de nós, que até gostamos de futebol, nos borrifamos para a bola. É por coisas destas, pela completa falta de nível, e mesmo de decência, que este tipo de coisa revela que muitos de nós, salvo situações excepcionais, voltamos costas a toda esta cambada. Que se lixem. Que se danem. Que vão para o diabo que os carregue.

Raios partam os gajos da bola.

Que se lixem Sagres e Faro

Anda um gajo, suor a escorrer pela testa, preocupado com a incongruência de ter nas previsões da meteorologia temperaturas que não sente. Anda um tipo convencido que que tem de certeza o termostato avariado, só pode, porque não será verdade de que a temperatura real no ar que o rodeia só pode ser a média aritmética das temperaturas observadas em Sagres e em Faro? Anda um tipo, enfim, preocupado, hipocondríaco, já a pensar que anda a beber água a mais, ou a menos, ou a não fazer praia que chegue, maldito o trabalho que não mostra vontade de ter fim e malditas as doenças na família que não parecem ter vontade de acabar.

Quando afinal, o IM é que sabe, e o que o IM sabe é diferente do que diz o senso comum. Afinal, a média aritmética não é para aqui chamada. Afinal Sagres é Sagres, Faro é Faro e o que fica no meio é o que fica no meio, vasos separados, só parcialmente comunicantes. Afinal sempre é verdade que está mesmo mais calor do que os 23 graus com pozinhos que Faro e Sagres apresentam. Afinal estão mais de 27. Ah, bom. Assim já se conversa.

Deixem-me cá ir abrir mais uma janela para ver se faz corrente de ar.

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Portugal tem neste momento menos de 3 mil padres

(ouvido na TV)

E já são demasiados!

(ouvido nos pensamentos)

Io-io

OK, já está tudo online de novo.

Quanto ao mail, está a chegar-me de hoje, de ontem e de anteontem, tudo misturado. O que provavelmente significa que os relays armazenaram tudo e mo irão enviar ao longo das próximas horas.

A coisa vai-se compondo, parece.

Inacreditável!

Já se foi tudo abaixo outra vez!

Desculpem, mas...

Pu-ta-que-pa-riu!

Não chegou às 48 horas

Mas foi por pouco!

(sim, os sites estão de novo no ar, desde há minutos. Agora vou ver o que aconteceu ao correio)

domingo, 9 de julho de 2006

37 horas

... and counting...

Aí está

Há agora um dia inteiro que os responsáveis por um datacenter nos EUA resolveram, ao que tudo indica, ir curtir o fim de semana em vez de reparar uma avaria que me deixou (e a toda a Netcode) sem correio electrónico e sem site(s).

O próximo paspalho que resolva vir para o pé de mim clamar contra a incompetência e improdutividade dos portugueses, tecendo elogios à ética de trabalho americana fica sem dentes.

sábado, 8 de julho de 2006

Faltam duas horas

... para estar há um dia inteiro sem email e sem site. Eficiência americana! Órraite!

Netcode, não mudem de datacenter, não, que vão ver a clientela toda a bater a asa...

Por

ra!

A interrogação começa a ser se chegará às 24 horas. Já não faltam muitas.

Mer

da!

Estou outra vez, há cerca de 12 horas, sem email, sem site, sem coisa nenhuma. Deu um chilique qualquer ao servidor da Netcode. Datacenters americanos e pelos vistos muito pouco competentes, é o que dá.

Não me enviem nada. Até que a coisa volte a erguer-se não poderei responder e nem mesmo tenho a certeza de que o correio electrónico acabará por chegar. Em princípio, deve ficar guardado nos relays à espera de melhores horas (ia escrevendo "dias"! Safa!), mas isso é só em princípio.

Raios partam as avarias! Especialmente as que se eternizam!

sexta-feira, 7 de julho de 2006

Até podemos ser 10 milhões, mas

Hoje, folheando revistas velhas antes de as deitar fora, à procura de algum motivo para as guardar durante algum tempo, deparei com uma crónica do Agualusa onde ele fala sobre o João Afonso. Encontrei o Agualusa uma vez. Ele estava atrás de uma mesa, eu no público da apresentação de um dos seus livros. Perguntei-lhe já não me lembro o quê, ele respondeu-me já não me lembro o quê, repetindo fielmente a rotina daquele tipo de eventos. O curioso é que também encontrei o João Afonso uma vez, em casa do irmão dele, o Pedro. Nessa época, eu e o Pedro (e o outro Pedro, primo de ambos) éramos colegas de turma na Universidade do Algarve e juntávamo-nos regularmente com um punhado de outros colegas para fazer trabalhos ou estudar para testes e exames. Ou para ir para os copos. Um desses dias, lá estava o João, já enrolado sobre a viola mas ainda antes de gravar o primeiro disco, ainda ninguém sabia quem ele era.

É por estas coisas que nós até podemos ser dez milhões, mas não parece. Toda a gente conhece alguém que conhece alguém que conhece alguém. Daí, se calhar, esta claustrofobia, este sentimento de pequenez e irrelevância, esta sensação de vivermos numa grande aldeia sem futuro.

Vendo o lado positivo da derrota

Ontem, numa das reportagens de um dos canais sobre o jogo com a França, apareceu um cretino qualquer, emigra (emigra? assim depreciativo? sim, emigra. este é) em França, a cantar o hino nacional português, embrulhado numa bandeira, e a fazer a saudação nazi.

Foi com grande satisfação que vi o mesmo paspalho, mais tarde na mesma reportagem, a chorar baba e ranho.

Bem feita!

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Fui roubado!

Acabaram de me chamar a atenção para o regresso à activa do Gato Fedorento, e logo com um post parecidíssimo a este. É inacreditável! Inaceitável! Incompreensível! Fui sacanamentissimamente roubado! E, pior ainda, fui sacanamentissimamente roubado a priori, que o velhaco do Araújo Pereira teve o desplante, a falta de vergonha, a realíssima marialvice de me roubar o post com dois dias de antecedência!

Sic transit gloria portugalia comedia!

Designações ambíguas

Há umas designações muito ambíguas por aí. Por exemplo, sempre que ouço falar do "assassino em série de Santa Comba Dão" fico na dúvida se se referem ao GNR que tinha a fotografia do outro em casa, se ao outro propriamente dito.

Entrevistaram-me

Entrevistaram-me. Isto é, fizeram-me perguntas. Foi no Edit on web, o tema foi ficção científica e fantástico, e usaram as minhas respostas, em conjunto com as do João Seixas e de uma senhora brasileira que eu não conhecia, para fazer um trio de artigos. Bastante bem feitos, por sinal. Sem pôr na minha boca nada que eu não tenha dito e citando fielmente tudo o que cita. Gostei. Vão lá ler. Podem começar por este, mas não percam os outros dois. Foi uma mudança de posição engraçada para mim, depois de ter entrevistado uma série de gente nos meus dois anos de jornalista.

Embora os artigos estejam bastante bem feitos, naturalmente que nem tudo o que respondi à Filipa acabou publicado. Sou capaz de acabar por publicar aqui as respostas todas e completas daqui a algum tempo. Talvez. Não sei ainda. Por enquanto, vão lá ler.

quarta-feira, 5 de julho de 2006

Da tuguice universal

Nunca entendi esta: porque é que não há tuga que resista à tentação de prognosticar resultados antes dos jogos.

E menos ainda percebi esta: porque é que esta tão típica tuguice é tão comum em todos os adeptos das outras selecções.

A explicação de Pauleta

A bola não é um queijo.

A Lâmpada Mágica, 2003

Aqui têm links para os índices mensais da Lâmpada referentes a 2003:

- Abril e Maio
- Junho
- Julho
- Agosto
- Setembro
- Outubro
- Novembro
- Dezembro

Pondo as coisas nos seus devidos lugares

Não percebo toda esta exaltação. Afinal de contas, o que se vai jogar esta noite é só a meia final do campeonato da União Europeia!...

terça-feira, 4 de julho de 2006

A Lâmpada Mágica, Dezembro de 2003

Para acabar o ano de 2003, falta apenas Dezembro, e foi isto que se publicou por aqui durante esse mês:

Intimidades

- Isto não é um parabéns a você...
- Regresso
- 2003 em substantivos e alguns adjectivos - uma visão semi-umbigal

Spamesia

208. A loja do vidro
209. Má memória
210. Comida livre
211. Acredito em ti
212. Violino
213. Só para o pai
214. Desejamos-lhe um feliz Natal
215. Presente para a mulher que se ama
216. Ficção científica
217. Nota
218. Afrodisíaco
219. Desarrumado
220. Segunda-feira
221. Impressione-a como a luz do dia
222. No mínimo
223. Um pequeno duende tem uma mensagem para ti
224. Tempo de férias
225. U
226. Fique em forma para as festas
227. Ler para reflectir
228. Preocupado?
229. Tão doce...
230. O tempo é da essência
231. Jogos
232. Ideias para ele e para ela
233. Viagens dentro do orçamento
234. Sou eu
235. O útil óleo
236. É o Perfeito
237. Super cargas
238. Descansa, touro, eu não digo a ninguém
239. Ano novo vida nova
240. Palmada

Este blog e os outros

- Ah! Então é por isso!
- Não percebo o blogue dos Marretas
- Blogue dos Marretas
- As curiosas noções de respeito dos peluches
- Alguém por aí sabe o que se passa com o Blogger?
- Repararam?

Política e afins

- Uma questão de prestígio
- Intervenção cívica
- D'ya know The Idiot Son of an Asshole?

Livros

- <-------- Os livros que estão ali

Ficções

Historinhas Ene

- Historinhas Ene I
- Historinhas Ene II
- Historinhas Ene III

Edições, tentativas e críticas

- Criticaram-me a Sally!

segunda-feira, 3 de julho de 2006

A Lâmpada Mágica, Novembro de 2003

Mais um mês de posts, no já longínquo (em termos de internet, pelo menos) e muito acidentado ano de 2003:

Este blog e os outros

- Novo sistema de comentários
- Linques
- Eu não percebo nada de poesia, mas...
- Um post absolutamente brilhante. Noutro blog, claro
- O Technorati até que falha bastante...
- Outro que faz coisas giras...
- Olha que giro! Será resposta?

Spamesia

178. OK
179. Exemplar
180. Um pouco de ajuda nunca fez mal a ninguém
181. A prenda ideal para o seu natal
182. O prazer dela
183. As pinturas a óleo
184. Remendo
185. Com medo da fechadura
186. Escrevi este livro
187. Enquanto o Diabo esfrega o olho...
188. Leia isto bem
189. A modos que falido de momento?
190. Há uma Lua lá fora esta noite
191. Agora?
192. Pinta essa porta de preto
193. Saudável e
194. Não apague, dê uma chance à vida!
195. Adolescentes inocentes que o fazem como putas
196. Viril
197. O sistema perfeito
198. Ouve, queres saber um segredo?
199. Pensas que é possível?
200. Quando dizes “amo-te”
201. Algo para lamentar
202. Livre durante um mês
203. Convite
204. Sabia que a violência doméstica
205. Maria
206. Informação de que necessitava
207. Cigarros

Intimidades

- A excepção - um post umbiguista
- Uma noite inesquecível
- Uma noite inesquecível (actualização)

Livros

- <-------- Os livros que estão ali

E se os matássemos nós?

Israelitas e palestinianos andam há décadas a tentar matar-se uns aos outros. Dois povos repugnantes, ainda que um deles tenha pelo menos a relativa atenuante de estar há décadas sujeito a uma ocupação humilhante e brutal. Dois povos que usam tácticas de vómito e que não deixam o resto do mundo ter sossego. Dois povos que usam a democracia para eleger os líderes mais criminosos que poderiam escolher. E dois povos profundamente incapazes, que nem em acabar com a raça um do outro, o que é evidente ser o seu único objectivo, têm tido sucesso.

Dada a incompetência de israelitas e palestinianos, e que tal se os matássemos nós? A ambos? Um genocídio duplo mas definitivo? Transformar a dita terra santa (mas que nome tão apropriado) numa grande cratera radioactiva? Que tal se acabássemos duma vez por todas com aqueles dois cancros? Não seria boa ideia?

É claro que isto não é a sério. É apenas um exercício que leva a mesma lógica daqueles animais ao seu corolário. É apenas um exercício que parte de um ponto de partida simples: "e se nós fôssemos como eles?"

E eu não sou nem israelita nem palestiniano.

domingo, 2 de julho de 2006

Das coimas

De quanto será a coima por matar na arena o Pedrito de Portugal?

Será que os aficionados dão uma ajudinha?

sábado, 1 de julho de 2006

Queixa sobre a fidelidade do público

Basta passar uns dias sem actualizar o blog, o número de visitas baixa logo. Vocês são uns infiéis, pá!

(Disclaimer: caso alguém não tenha entendido, e para evitar hate mail de leitores indignados, convém esclarecer que o parágrafo acima foi escrito com um sorrisinho brincalhão a recurvar as bochechas. E eis que o disclaimer ganhou o dobro do tamanho do post.)