sexta-feira, 28 de abril de 2006
Um daqueles problemas que há muito mereceriam mais atenção da ciência
Por que motivo, em todas as estações da CP, há uma certa zona escolhida por uma nuvem de moscas para voar em círculos?
quinta-feira, 27 de abril de 2006
Peculiaridades do português do Brasil
O português do Brasil tem peculiaridades curiosas. Uma delas é a palavra "queima" que, para lá do significado vulgar assume também o de "saldo". A expressão, suponho, deverá ter vindo de "queima de stocks" ou algo de semelhante, e que dito assim a coloca num plano mais banal e menos exótico.
Outra das peculiaridades do português do Brasil é ter-se optado por não traduzir a sigla inglesa de Objecto Voador Não Identificado, que por cá deu no neologismo ovni. Por lá ficou ufo (de Unidentified Flying Object), e deu origam a mais algumas palavras, como por exemplo ufológico.
Vem tudo isto a propósito de um spam que eu recebi e que anunciava cheio de entusiasmo uma "grande queima de material ufológico".
E eu desejei que se tratasse de uma quema a sério, com altas labaredas. Afinal de contas, um dos processos aceites para nos desembaraçarmos de lixo é a incineração.
Outra das peculiaridades do português do Brasil é ter-se optado por não traduzir a sigla inglesa de Objecto Voador Não Identificado, que por cá deu no neologismo ovni. Por lá ficou ufo (de Unidentified Flying Object), e deu origam a mais algumas palavras, como por exemplo ufológico.
Vem tudo isto a propósito de um spam que eu recebi e que anunciava cheio de entusiasmo uma "grande queima de material ufológico".
E eu desejei que se tratasse de uma quema a sério, com altas labaredas. Afinal de contas, um dos processos aceites para nos desembaraçarmos de lixo é a incineração.
terça-feira, 25 de abril de 2006
Hoje é um ganda dia!
É o único dia do calendário que vale mesmo a pena comemorar. A festa do 1º de Maio devia ser hoje. E o Ano Novo também.
(Eu também comemoro o dia de ontem, mas isso é por motivos íntimos e privados)
(Eu também comemoro o dia de ontem, mas isso é por motivos íntimos e privados)
domingo, 23 de abril de 2006
Dezoito planetas
Dezoito planetas
Já aqui falei sobre isto, mas uma conversa na lista de correio electrónico sobre ficção científica fez-me voltar ao assunto, reflectir um pouco mais sobre ele e garatujar um esquema numa folha de word (papel? bah!). E, se há esquema mais vale partilhá-lo.
É a grande discussão que grassa entre astrónomos e astrónomos, curiosos e curiosos e curiosos e astrónomos sobre o que raio, afinal, é um planeta. Parece que está previsto que uma resposta a essa pergunta seja finalmente dada em Setembro deste ano pela União Astronómica Internacional, mas as coisas parecem encaminhar-se para o estabelecimento de um diâmetro limite arbitrário qualquer que faria com que ficássemos no Sistema Solar com X (provavelmente 10) "planetas", todos aqueles corpos com maior diâmetro que aquele limite, e tudo o resto que estivesse abaixo, independentemente das suas características, seria chamado asteróide, planetóide, ou coisa que o valha. Espero estar enganado, mas parece que é para aqui que as coisas se encaminham.
E espero estar enganado porquê?
Porque é absurdo. Porque separa em categorias diferentes mundos praticamente idênticos. Nada há de substancialmente diferente entre um mundo com 2001 km de diâmetro a orbitar numa certa região do espaço e um outro com 1999 km de diâmetro a orbitar na mesma região. E porque há uma forma muito melhor para decidir se algo é planeta ou não: a forma.
Como sabe quem presta alguma atenção às fotografias que as sondas nos enviam do sistema solar, temos dois tipos de objectos: aqueles que nos aparecem redondos e aqueles que aparecem com formas irregulares. Há ainda os cometas, com as suas longas caudas, mas as fotografias recentes dos núcleos de alguns mostram-nos irregulares; a cauda é apenas um tipo especial de atmosfera que se perde no espaço. Ora, há um motivo para isso: de uma forma geral, os objectos redondos (i.e., esféricos ou esferóides, condição que é determinada por fórmulas matemáticas) são-no porque têm massa suficiente para que a sua própria gravidade os arredonde; os outros, mais pequenos, não têm gravidade que chegue, e assim ficam com formas que por vezes podem ser muito bizarras (há um asteróide, por exemplo, que tem tal e qual a forma de um osso de cão).
Segundo a Wikipédia, o limite entre os objectos que têm massa suficiente para ficarem arredondados e os que não a têm situa-se algures na zona dos 1019 - 1020 kg. Não é um limite inteiramente bem definido porque a quantidade de gravidade necessária para arredondar um corpo depende dos materiais de que esse corpo é feito (é mais fácil arredondar algo feito de gelo do que algo feito de pedra) e de o corpo estar, ou não, sujeito a stress provocado por marés capazes de o liquefazer parcialmente. Mas mesmo assim, excluindo os corpos cuja forma ainda não se conhece (as recentes descobertas de mundos relativamente grandes para lá de Neptuno, muitos dos quais ainda nem sequer têm nomes propriamente ditos), há apenas dois casos de mundos cuja forma destoa das formas dos mundos da mesma classe de massa: o asteróide 2 Pallas, que é irregular e está "rodeado" de esferóides, e a lua de Saturno Mimas, que já se situa na zona dos irregulares embora seja arredondada.
Ora, assumindo que nunca será possível estabelecer um limite inteiramente bem definido entre o que é planeta e o que não o é (até o limite arbitrário irá necessariamente criar distorções como "asteróides" com mais massa que "planetas"), este critério da esfericidade provocada pela massa parece-me o mais sólido de todos. Fundamentalmente porque é o único baseado exclusivamente nas propriedades físicas dos objectos e, portanto, pode ser adoptado sem adaptações para todos os sistemas planetários que se venham a descobrir e para todos os corpos que ainda faltarão descobrir no nosso.
Mas o que isto implica é que o nosso sistema deveria ter 18 planetas conhecidos em vez de 9!
Nada mudaria na zona dos planetas interiores, com os cinco corpos planetários que conhecemos, quatro planetas e uma lua: Mercúrio, Vénus, Terra, Marte e a Lua. Mas depois haveria três pequenos planetas "novos" no cinturão dos asteróides: Vesta, Ceres e Hygiea. Na zona dos gigantes gasosos também nada se alteraria, com os seus 21 corpos planetários, 4 planetas e 17 luas: os gigantes gasosos propriamente ditos, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno; 4 luas de Júpiter: Io, Europa, Ganimedes e Calisto; 7 luas de Saturno: Mimas, Encelado, Tétis, Dione, Rea, Titã e Iapeto; 5 luas de Urano: Miranda, Ariel, Umbriel, Titânia e Oberon; 1 lua de Neptuno: Tritão. As grandes novidades chegariam da zona para lá de Neptuno, com, para já, e supondo que os maiores corpos que ainda têm forma desconhecida mas massa suficiente são, efectivamente, esferóides, 8 corpos planetários, 7 planetas e uma lua: Plutão, Varuna, 2003 EL61 (informalmente chamado "Santa"), Quaoar, 2003 UB313 (informalmente chamado "Xena", ou "o 10º planeta", isto á quem forçou todo este burburinho por ser maior que Plutão), 1996 TL66 e Sedna e a lua de Plutão, Caronte.
Como vêem se seguirem os links, todos estes corpos são arredondados. Todos eles se qualificariam, à primeira vista, e se não soubéssemos deles nada além do seu aspecto, como "planeta" ou como "lua". E na realidade é isso que é importante, porque se é verdade que partilham esta característica que é terem mais ou menos a forma de uma bola, também não deixa de ser verdade que todos eles são mundos únicos e diferentes de todos os outros, com a sua individualidade muito própria. De alguns sabemos já muito, outros são ainda completos desconhecidos, recém-detectados nos confins do sistema, onde a luz do Sol quase não chega e o frio é quase absoluto. Os nossos 18 planetas e as nossas 19 luas ali estão para atrair-nos, para despertar a nossa ancestral vontade de explorar novos territórios.
E não é muito melhor ter 18 do que apenas 9?...
Já aqui falei sobre isto, mas uma conversa na lista de correio electrónico sobre ficção científica fez-me voltar ao assunto, reflectir um pouco mais sobre ele e garatujar um esquema numa folha de word (papel? bah!). E, se há esquema mais vale partilhá-lo.
É a grande discussão que grassa entre astrónomos e astrónomos, curiosos e curiosos e curiosos e astrónomos sobre o que raio, afinal, é um planeta. Parece que está previsto que uma resposta a essa pergunta seja finalmente dada em Setembro deste ano pela União Astronómica Internacional, mas as coisas parecem encaminhar-se para o estabelecimento de um diâmetro limite arbitrário qualquer que faria com que ficássemos no Sistema Solar com X (provavelmente 10) "planetas", todos aqueles corpos com maior diâmetro que aquele limite, e tudo o resto que estivesse abaixo, independentemente das suas características, seria chamado asteróide, planetóide, ou coisa que o valha. Espero estar enganado, mas parece que é para aqui que as coisas se encaminham.
E espero estar enganado porquê?
Porque é absurdo. Porque separa em categorias diferentes mundos praticamente idênticos. Nada há de substancialmente diferente entre um mundo com 2001 km de diâmetro a orbitar numa certa região do espaço e um outro com 1999 km de diâmetro a orbitar na mesma região. E porque há uma forma muito melhor para decidir se algo é planeta ou não: a forma.
Como sabe quem presta alguma atenção às fotografias que as sondas nos enviam do sistema solar, temos dois tipos de objectos: aqueles que nos aparecem redondos e aqueles que aparecem com formas irregulares. Há ainda os cometas, com as suas longas caudas, mas as fotografias recentes dos núcleos de alguns mostram-nos irregulares; a cauda é apenas um tipo especial de atmosfera que se perde no espaço. Ora, há um motivo para isso: de uma forma geral, os objectos redondos (i.e., esféricos ou esferóides, condição que é determinada por fórmulas matemáticas) são-no porque têm massa suficiente para que a sua própria gravidade os arredonde; os outros, mais pequenos, não têm gravidade que chegue, e assim ficam com formas que por vezes podem ser muito bizarras (há um asteróide, por exemplo, que tem tal e qual a forma de um osso de cão).
Segundo a Wikipédia, o limite entre os objectos que têm massa suficiente para ficarem arredondados e os que não a têm situa-se algures na zona dos 1019 - 1020 kg. Não é um limite inteiramente bem definido porque a quantidade de gravidade necessária para arredondar um corpo depende dos materiais de que esse corpo é feito (é mais fácil arredondar algo feito de gelo do que algo feito de pedra) e de o corpo estar, ou não, sujeito a stress provocado por marés capazes de o liquefazer parcialmente. Mas mesmo assim, excluindo os corpos cuja forma ainda não se conhece (as recentes descobertas de mundos relativamente grandes para lá de Neptuno, muitos dos quais ainda nem sequer têm nomes propriamente ditos), há apenas dois casos de mundos cuja forma destoa das formas dos mundos da mesma classe de massa: o asteróide 2 Pallas, que é irregular e está "rodeado" de esferóides, e a lua de Saturno Mimas, que já se situa na zona dos irregulares embora seja arredondada.
Ora, assumindo que nunca será possível estabelecer um limite inteiramente bem definido entre o que é planeta e o que não o é (até o limite arbitrário irá necessariamente criar distorções como "asteróides" com mais massa que "planetas"), este critério da esfericidade provocada pela massa parece-me o mais sólido de todos. Fundamentalmente porque é o único baseado exclusivamente nas propriedades físicas dos objectos e, portanto, pode ser adoptado sem adaptações para todos os sistemas planetários que se venham a descobrir e para todos os corpos que ainda faltarão descobrir no nosso.
Mas o que isto implica é que o nosso sistema deveria ter 18 planetas conhecidos em vez de 9!
Nada mudaria na zona dos planetas interiores, com os cinco corpos planetários que conhecemos, quatro planetas e uma lua: Mercúrio, Vénus, Terra, Marte e a Lua. Mas depois haveria três pequenos planetas "novos" no cinturão dos asteróides: Vesta, Ceres e Hygiea. Na zona dos gigantes gasosos também nada se alteraria, com os seus 21 corpos planetários, 4 planetas e 17 luas: os gigantes gasosos propriamente ditos, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno; 4 luas de Júpiter: Io, Europa, Ganimedes e Calisto; 7 luas de Saturno: Mimas, Encelado, Tétis, Dione, Rea, Titã e Iapeto; 5 luas de Urano: Miranda, Ariel, Umbriel, Titânia e Oberon; 1 lua de Neptuno: Tritão. As grandes novidades chegariam da zona para lá de Neptuno, com, para já, e supondo que os maiores corpos que ainda têm forma desconhecida mas massa suficiente são, efectivamente, esferóides, 8 corpos planetários, 7 planetas e uma lua: Plutão, Varuna, 2003 EL61 (informalmente chamado "Santa"), Quaoar, 2003 UB313 (informalmente chamado "Xena", ou "o 10º planeta", isto á quem forçou todo este burburinho por ser maior que Plutão), 1996 TL66 e Sedna e a lua de Plutão, Caronte.
Como vêem se seguirem os links, todos estes corpos são arredondados. Todos eles se qualificariam, à primeira vista, e se não soubéssemos deles nada além do seu aspecto, como "planeta" ou como "lua". E na realidade é isso que é importante, porque se é verdade que partilham esta característica que é terem mais ou menos a forma de uma bola, também não deixa de ser verdade que todos eles são mundos únicos e diferentes de todos os outros, com a sua individualidade muito própria. De alguns sabemos já muito, outros são ainda completos desconhecidos, recém-detectados nos confins do sistema, onde a luz do Sol quase não chega e o frio é quase absoluto. Os nossos 18 planetas e as nossas 19 luas ali estão para atrair-nos, para despertar a nossa ancestral vontade de explorar novos territórios.
E não é muito melhor ter 18 do que apenas 9?...
sábado, 22 de abril de 2006
O absurdo dia da Terra
A propósito de um comentário deixado ali em baixo, tenho a dizer o seguinte: o Dia da Terra é absurdo. Só teremos salvação quando todos os dias de todos os anos forem dias da Terra, pois é a Terra que nos alimenta e sustenta.
sexta-feira, 21 de abril de 2006
O Zé Pacheco fez das suas
O Zé Pacheco vltou a fazer das suas. Na sua coluna no Público, e dando mostras de um sentido de oportunidade a todos os títulos notável, entreteve-se a discorrer sobre as caixas de comentários e seus comentadores (está-se mesmo a ver que nesta altura do campeonato, em que nada se passa de relevante na nossa terra e nas dos outros, o tema mais adequado para uma página de jornal quase inteira são... as caixas de comentários).
Mas enfim, o homem é livre de escrever o que bem entende, parece, e se lhe pagam para escrever aquilo, pois que escreva.
O problema, que não é novo, antes é característica do personagem, é que o Pacheco não mente, propriamente, mas anda perto, a rondar a mentira como um abutre ronda uma carcaça enquanto ela é devorada por um grupo de hienas, cheio de vontade de ferrar o bico, mas sem ter coragem de chegar-se com medo de levar uma dentada. O Pacheco é assim e, parece, não há nada a fazer. Tem uma relação com a verdade feita de metades que nunca se juntam num todo inteiro, usando os fragmentos de verdade que escolhe cuidadosamente como meio de confundir em lugar de esclarecer, tantas vezes em benefício próprio, aproveitando-se para isso da generalizada ignorância sobre as coisas de que fala.
Desta vez fala das caixas de comentários. Fala dos "especialistas" dos comentários, daqueles a quem alguns chamam os parasitas das caixas de comentários, aquela pequena meia-dúzia de personagens que usam as caixas de comentários de meia-dúzia de blogues políticos com ampla visibilidade como pequenas tribunas pessoais. Cita nomes, ou melhor, cita nicks, escolhendo também aqui com cuidado os nicks que cita, não vá algum deles ter por hábito dizer coisas que lhe agradam. E fala dessa gente, ou dessas máscaras se preferirem, como se todo e cada um dos comentários na blogoesfera portuguesa fosse escrito por um ou outro desses casos que apresenta quase como clínicos. Clínicos psiquiátricos, entenda-se.
Das caixas de comentários que servem de ponto de encontro de amigos de carne e osso não fala; as caixas de comentários que servem como espaços de criatividade (e estou-me a lembrar dos comentários aos desenhos do Bordalo, no extinto Barnabé, por exemplo) não lhe interessam; os comentadores que em vez de habituais e obsessivos são ocasionais e só comentam quando têm de facto alguma coisa a dizer de relevante para o tema do post não existem. A verdade, estilo Zé Pacheco, a pseudo-verdade feita dos seus estilhaços preferidos de verdade verdadeira, é que as caixas de comentários são microcosmos cheios de gente doida. E, como diria o outro malcriadote, mainada.
O povéu, que não lê blogues mas até lê as coisas que o Zé Pacheco debita nos jornais, porque o homem (ena pai!) até aparece de vez em quando na televisão, fica assim esclarecido sobre este tema tão mais importante que a subida do preço do petróleo: as caixas de comentários dos blogues portugueses estão cheias de gente doida. Este homem é um senhuêre, carago!
Ah pois é! Então não é?
Mas enfim, o homem é livre de escrever o que bem entende, parece, e se lhe pagam para escrever aquilo, pois que escreva.
O problema, que não é novo, antes é característica do personagem, é que o Pacheco não mente, propriamente, mas anda perto, a rondar a mentira como um abutre ronda uma carcaça enquanto ela é devorada por um grupo de hienas, cheio de vontade de ferrar o bico, mas sem ter coragem de chegar-se com medo de levar uma dentada. O Pacheco é assim e, parece, não há nada a fazer. Tem uma relação com a verdade feita de metades que nunca se juntam num todo inteiro, usando os fragmentos de verdade que escolhe cuidadosamente como meio de confundir em lugar de esclarecer, tantas vezes em benefício próprio, aproveitando-se para isso da generalizada ignorância sobre as coisas de que fala.
Desta vez fala das caixas de comentários. Fala dos "especialistas" dos comentários, daqueles a quem alguns chamam os parasitas das caixas de comentários, aquela pequena meia-dúzia de personagens que usam as caixas de comentários de meia-dúzia de blogues políticos com ampla visibilidade como pequenas tribunas pessoais. Cita nomes, ou melhor, cita nicks, escolhendo também aqui com cuidado os nicks que cita, não vá algum deles ter por hábito dizer coisas que lhe agradam. E fala dessa gente, ou dessas máscaras se preferirem, como se todo e cada um dos comentários na blogoesfera portuguesa fosse escrito por um ou outro desses casos que apresenta quase como clínicos. Clínicos psiquiátricos, entenda-se.
Das caixas de comentários que servem de ponto de encontro de amigos de carne e osso não fala; as caixas de comentários que servem como espaços de criatividade (e estou-me a lembrar dos comentários aos desenhos do Bordalo, no extinto Barnabé, por exemplo) não lhe interessam; os comentadores que em vez de habituais e obsessivos são ocasionais e só comentam quando têm de facto alguma coisa a dizer de relevante para o tema do post não existem. A verdade, estilo Zé Pacheco, a pseudo-verdade feita dos seus estilhaços preferidos de verdade verdadeira, é que as caixas de comentários são microcosmos cheios de gente doida. E, como diria o outro malcriadote, mainada.
O povéu, que não lê blogues mas até lê as coisas que o Zé Pacheco debita nos jornais, porque o homem (ena pai!) até aparece de vez em quando na televisão, fica assim esclarecido sobre este tema tão mais importante que a subida do preço do petróleo: as caixas de comentários dos blogues portugueses estão cheias de gente doida. Este homem é um senhuêre, carago!
Ah pois é! Então não é?
quarta-feira, 19 de abril de 2006
Tribunaladas trequianas
Ao ouvir falar dos nossos tribunais, não posso deixar de perguntar a mim próprio se teremos o sistema de justiça infiltrado por borgs.
Ele é o "colectivo" para cá, ele é o "colectivo" para lá... Só falta algum sôtorjuiz terminar uma sentença com as palavras "prepare-se o réu para ser assimilado. A resistência é fútil".
Ele é o "colectivo" para cá, ele é o "colectivo" para lá... Só falta algum sôtorjuiz terminar uma sentença com as palavras "prepare-se o réu para ser assimilado. A resistência é fútil".
Subscrever:
Mensagens (Atom)