terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Gutenberg d'Azevedo

Ou Guilherme d'Azevedo, mais precisamente, um poeta razoavelmente obscuro do século XIX, cujo livro "A Alma Nova" acaba de ser acrescentado ao Gutenberg.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Chamando a musa, II

O amor
é
apenas
o que sentimos
quando não sabemos
o que sentimos

Peço a indulgência do estimável público

Peço a indulgência do estimável público

Estimável público, peço a vossa indulgência para o que se segue. Acontece que tenho para traduzir um soneto e me sinto preso de uma imensa falta de veia poética, indispensável para que o trabalho saia a contento. Anda arredia, a musa. Anda escusa. Devolve-me olhares de recusa quando a tento. De modo que decidi pôr-me a versejar de moto e tema próprios, para tentar fazer com que as palavras certas comecem por fim a cair nos lugares certos. Afinal, há quem diga que a mãe do talento se chama prática e o pai trabalho. E decidi também pôr esses versos aqui para me confrontar com eles. Serão, necessariamente, muito maus, pelo menos a princípio. Não existem milagres. Mas espero que, a pouco e pouco, melhorem um pouco, e me sirvam para treinar a mão o suficiente para acabar o trabalho que tenho em mãos. Quanto a vocês, se quiserem passar à frente, façam favor. Na verdade, até talvez seja melhor. Mas se quiserem ir lendo, podem depois falar mal deles, sugerir temas, até sugerir-me que pare com esta palermice, embora deva prevenir desde já que só o farei quando e se me der na realíssima gana. Afinal, estão avisados e portanto não podem alegar ignorância.

E aí vem o primeiro conjunto de versos:

Como será o dia da minha morte?
Trovejará? Alguém gritará de alegria
ao ver-se contemplado pela sorte
quem sabe se pela primeira vez na vida?
Alguém beijará outro alguém no momento
em que o meu coração deixar de bater?
E se o fizer, que poderá isso querer dizer?
Alguém chorará? Alguém ficará preso
de uma sensação indefinida como se
de algum modo sentisse o fim da minha vida
sem compreender, sem sequer querer saber?
Deixará esse dia de ser para alguém
apenas um dia igual a todos os outros?
E se sim, para quem?

Quem sentirá a minha falta
quando já cá não estiver?
Alguém que me esteja a ler?
Talvez tu, mulher?

sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

Mais uma novidade europeia

Desta vez foi a Letónia a trazer um visitante à Lâmpada pela primeira vez desde que comecei a prestar atenção. Alguém que terá vindo à procura de calor, provavelmente. Se foi, uma novidade, pá: não há.

Os cinco anos mais quentes do último século

Segundo um estudo que a NASA acabou de divulgar, o ano de 2005 terá sido o ano mais quente em mais de um século, quando são tomadas as temperaturas médias à escala global. Isto não significa necessariamente que no lugar de Carrapiolheira de Baixo o ano tenha sido particularmente quente, mas sim que a temperatura média do planeta todo, de norte a sul e de leste a oeste, foi a mais elevada do último século. Escrevo isto porque em conversas sobre este assunto não é nada raro que me contraponham coisas como "ai, não acho nada, passei um frio louco no ano passado", o que é, está bem de ver-se, pateta.

Mesmo que este estudo não seja inteiramente correcto, outros estudos apontam para 2005 como o segundo ano mais quente dos últimos 100 anos, logo a seguir a 1998, um ano de forte El Niño. No ano passado não houve El Niño nenhum.

Mas, pior do que isso, o mesmo estudo da NASA indica quais foram os cinco anos mais quentes do último século. A ordem é a seguinte: 2005, 1998, 2002, 2003 e 2004. Quatro foram os últimos quatro anos, e o quinto foi há apenas oito.

Mas apesar disto, ainda há gente que continua a negar a evidência do aquecimento global. Ainda há quem continue a achar que não precisamos para nada de energias alternativas. Ainda há quem continue a encolher os ombros à destruição da floresta tropical. Ainda há quem não se aperceba das consequências devastadoras de termos de repente um bilião de chineses a descer das suas bicicletas e a entrar em automóveis novinhos em folha, produzidos em fábricas onde não é gasto um centavo com protecção ambiental (ou social, já agora).

E assim vamos caminhando alegremente para a catástrofe. Vai ser lindo, o mundo que vamos deixar aos nossos filhos. Não haja dúvida.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Hoje espanca-se

Hoje espanca-se

É a Florbela Espanca e os seus tristíssimos e apaixonadíssimos (e muitos mais íssimos) versos que acabaram de se somar ao Gutenberg. Através do Livro de Máguas. Máguas? Máguas. É assim que lá está escrito.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Um teste para trintões

Faz-se num tirinho e copia-se para o blog à velocidade da luz. O meu deu em:

Você é “Too Shy” dos Kajagoogoo (1983):

O seu objectivo é passar despercebido. Se olham para si, fica em pânico. Se falam consigo, fica automaticamente sem palavras. Você tem um lado sensível e altamente interessante mas que dificilmente consegue partilhar com os outros.…


Não comento.

Uma das desvantagens em ter Cavaco presidente

É não arrumar já as botas políticas. Assim, ainda seremos obrigados a ouvir pelo menos mais uma vez (ou melhor: uma porção de vezes durante algum tempo) o mais malcriado dos slogans da democracia portuguesa:

- Ca-vá-cu!
- Ca-vá-cu!
- Ca-vá-cu!

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

Dois países novos

Vindos da Europa de Leste e da América do Sul: a Roménia e a Colômbia. Vampiros e cocaína, ora aí está uma mistura explosiva!

Um frade no Gutenberg

É o Frei Luiz de Sousa que acaba de bater à porta. Levado pelo Almeida Garrett, claro. É quem o leva para todo o lado.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Assim é gozar com um gajo!

Está um tipo aqui a tremer de frio, vai ao Sitemeter ver se houve alguma visita vinda de um país esquisito e o que vê lá a rir de volta? Aruba! Em plenas Caraíbas!

Assim é gozo!

BN e Gutenberg

Recebi um email da Biblioteca Nacional que passo a transcrever na íntegra, para vossa informação. Os links fui eu que acrescentei:

A Biblioteca Nacional, no âmbito da iniciativa da Biblioteca Nacional Digital, decidiu apoiar o incremento de obras em língua portuguesa na colecção do Projecto Gutenberg.

O «Distributed Proofreaders» (DP) é um projecto cooperativo utilizando a Internet para correcção de textos resultantes do reconhecimento óptico de caracteres (OCR) de páginas digitalizadas de livros do domínio público. O propósito da revisão é eliminar os erros desses textos, os quais se destinam à colecção do Projecto Gutenberg (livros disponíveis na Internet, de acesso gratuito).

Neste momento estamos a precisar de mais voluntários fluentes na Língua Portuguesa nos esforços de revisão de textos e de submissão de projectos.

Ajude-nos a divulgar!

domingo, 22 de janeiro de 2006

Instantâneos do quotidiano, IX

Interromper uma conversa por não saber o que dizer. Há ocasiões em que a paralisia é a única reacção possível aos acontecimentos.

Não a única reacção desejável, é certo. Mas a única possível.

A democracia

Diga-se o que se disser das paupérrimas escolhas feitas por este povo quando chega a hora de pôr a cruzinha no papel (em grande medida determinadas pelas paupérrimas opções que lhe são propostas), a verdade é que não há dia em que se veja tanta gente pelas ruas e cafés como em dia de eleições.

É bonito. Diga-se o que se disser de tudo o resto.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

Ena! Que fartura!

Aqui a Lâmpada leva semanas e semanas em que só recebe malta vinda dos sítios do costume: Portugal, Brasil, a Europa mais próxima e os EUA. Coisas novas, nada. E depois, de repente, hoje, recebe logo duas visitas vindas de países novos: a Polónia e a Guatemala...

Mistérios da net.

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Continua a mais recente onda

Continua a mais recente onda

Isto de coisas em português no Gutenberg funciona por ondas. E a mais recente continuou hoje, com a inclusão de Os Simples, de Guerra Junqueiro.

Um e-livro dedicado a todos os votantes de Cavaco Silva.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

"Eu não faço nada para descredibilizar a democracia portuguesa"

Cavaco dixit. E portanto, não ao debate. Debater é descredibilizar a democracia. Corrigir da maneira possível a exclusão completamente anti-democrática de um candidato dos debates a dois de antes da campanha é descredibilizar a democracia. Pois. O outro já dizia que a democracia era uma perda de tempo. Pois. Com tamanhas demonstrações de espírito democrático vindas daquele lado não consigo compreender como é que alguém tem o desplante de fazer comparações com figuras gradas do tempo da outra senhora. É que não me entra mesmo na cabeça. Mesmo.

Pois.

A União Europeia soma mais um

Na minha colecçãozinha de países que trouxeram cá gente, a UE tem país novo: a Eslovénia. E como acho que está na horinha de fazer um ponto da situação, cá vai:

Língua portuguesa:
- Portugal;
- Brasil;
- Macau;
- Angola;

Europa:
- Espanha;
- Itália;
- França;
- Reino Unido;
- Holanda;
- Suécia;
- Suíça;
- Hungria;
- Luxemburgo;
- Bélgica;
- Alemanha;
- Finlândia;
- Noruega;
- Rússia;
- Grécia;
- Eslovénia;

América do Sul:
- Chile;
- Peru;
- Bolívia;
- Uruguai;
- Paraguai;
- Argentina;
- Venezuela;

América do Norte:
- Estados Unidos;
- Canadá;
- México;

Ásia:
- Arábia Saudita;
- Singapura;
- Japão;
- Israel;
- Taiwan;
- Azerbaijão;

Oceania:
- Samoa

domingo, 15 de janeiro de 2006

Instantâneos do quotidiano, VIII

A água que gorgoleja lá fora, entre o céu e os túneis escuros dos algerozes, e o ar que falta cá dentro como se em vez de pulmões houvesse brânquias, cobertas de detritos, incapazes de filtrar o oxigénio da água desta espécie de aquário.

Teria sido uma óptima solução, não há dúvida

Se deus tivesse mesmo dado um preservativo a Adão, ter-se-ia poupado muita coisa.

Alguém pediu uma relíquia?

Se pediu, ela foi entregue hoje no Gutenberg. A do Eça, mais precisamente.

sábado, 14 de janeiro de 2006

Instantâneos do quotidiano, VII

Água quente a correr sobre a pele... Algures, no passado longínquo da espécie, um grupo de proto-homens hirsutos deve ter vivido num lugar como Yellowstone. Só assim pode explicar-se que uma cascata de água quente saiba tanto a casa.

E o mais rasca dos candidatos é...

Manuel Alegre.

Contra Louçã, que atacou uma estratégia de campanha que não é só a ele que incomoda (e não um homem - dizer que "fulano faz uma campanha de cemitérios" não é um ataque pessoal nem aqui nem na Cochinchina), responde o enfatuado Alegre com ataques pessoas dos mais soezes (dizer que "Beltrano é um Cavaco ao contrário" é um insulto ad hominem em qualquer parte do mundo e arredores), com insinuações das mais asquerosas (a bojarda canalha dos fundos), com palavras das mais abjectas. Só há uma conclusão a tirar. Manuel Alegre é o mais rasca dos candidatos a presidente, bem pior que Cavaco Silva. Nunca pensei dizer isto, mas é verdade.

Espero que não passe à segunda volta, porque se passar já tenho o meu voto marcado: nulo. Com um belíssimo "vão os dois para o raio que vos parta" escrito sobre o boletim. Alegre, nunca! Falta-lhe por completo a formação cívica e, por estranho que possa parecer, o espírito democrático necessários para ser presidente. Ou deputado. Ou dirigente político.

Instantâneos do quotidiano, VI

Alguém perguntar que são estes instantâneos do quotidiano, ficção ou realidade.

Qual a diferença?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

Instantâneos do quotidiano, V

À falta de melhor, teclar. À falta de melhor. À falta da emoção completa e dos seus cheiros e sons e olhares e sorrisos.

Melhor que nada, teclar.

Desta vez é Trindade Coelho

E os seus amores. Ou, de forma mais formal, "Os meus amores", de Trindade Coelho, acabou de ser adicionado ao Gutenberg.

Instantâneos do quotidiano, IV

Acordar com a boca a saber a papéis de música sem ter bebido na noite anterior. Nem comido papéis de música.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Esta merecia ser copiada centenas de vezes por toda a blogosfera

Falta raiva à política portuguesa. Estamos num país de falinhas mansas, em que todos aceitamos os pequenos insultos e as repetidas injustiças diárias, com um ar de destino complacente. Há anos que as nossas vidas pioram, e nós incorporamos o triste fado, como se de um caminho imutável se tratasse. Somos colaboracionistas do nosso próprio falhanço, da nossa total miséria, porque não conseguimos ter a coragem de dizer não.
Vivemos, independentemente do resultado destas eleições, em pleno rotativismo sovaquista (uma espécie de Sócrates com Cavaco). O país está na merda, mas os eleitores insistem em votar nos seus carrascos. Há quem garanta, como um aventurado apoiante de Cavaco, que Portugal está à beira do abismo e que o Professor é a nossa tábua de salvação. Resta saber o que faz uma tábua junto a um precipício: prancha de saltos?


Nuno Ramos de Almeida, na Aspirina B

Instantâneos do quotidiano, III

Um longo zapping termina num programa, finalmente, que desperta algum interesse. É precisamente então que o écran resolve ficar negro.

Coisas da tvcabo.

Instantâneos do quotidiano, II

O som mais solitário do mundo: o apito ritmado de uma chamada que ninguém atende.

Instantâneos do quotidiano, I

E então, chegaram visitas para a família, e o trabalho, que rendia, deixou de ser possível.

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Eu não digo?

É só sítios esquisitos, nos últimos tempos. O último foi o Azerbaidjão.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

"À primeira volta sem perder mais tempo"

... diz aquele a quem Valentim Loureiro chamou um "mini-político", Marques Mendes. Para ele a democracia é uma perda de tempo. Já desconfiava. Mas é sempre bom ver por momentos a hipocrisia habitual posta de lado e ouvir esta gente dizer o que realmente pensa.

sábado, 7 de janeiro de 2006

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

domingo, 1 de janeiro de 2006

Voto de ano novo

Nunca mais voltar a fazer votos de ano novo.