sexta-feira, 27 de abril de 2007

Paradoxo

Hoje não tenho muito tempo para isto, de modo que esta vai ser curta e as mais longas vão ter de continuar a esperar.

Diz-se que vivemos num tempo frenético, em que há que fazer tudo em segundos para manter a atenção do público, que esta é volátil e saltita ao ritmo estroboscópico dos jogos de computador e dos videoclipes, que não se pensa porque não há tempo para pensar, que não se constroem ou mantém relações pessoais porque os múltiplos afazeres do dia-a-dia não o permitem.

Diz-se, e se calhar diz-se com razão. E no entanto...

E no entanto, um dos grandes sucessos de audiências nesta mesma internet de todos os frenesis é uma página que mostra... o apodrecimento de um queijo Cheddar, ao vivo e em direto, através de uma webcam.

Vá-se lá perceber estes paradoxos.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Do medo

Começa-se tudo por algum sítio, e neste caso pouco importa o sítio por onde se começa. Porque sim, o que é o mesmo que dizer por nenhum motivo em especial, vou começar pelo medo. E pelo PC.

O PC andou anos a dizer que não era preciso referendo nenhum à despenalização do aborto, que a assembleia da república tinha toda a competência para decidir despenalizá-lo sozinha, sem perguntar ao povo o que o povo preferia.

E tinha razão. Formalmente, pelo menos, a AR podia ter decidido com toda a legitimidade. Se deputados eleitos pelos cidadãos, conhecendo de antemão esses cidadãos a posição dos seus partidos no que toca ao aborto, tivessem decidido no parlamento o destino a dar ao problema, isso não seria nem mais nem menos democrático do que legitimar a decisão por via referendária, especialmente se vários partidos não se tivessem comprometido com o referendo em campanha eleitoral. Coisa que o PC não fez, logo tinha toda a legitimidade para defender o que defendia.

Até aí tudo certo, portanto.

Mas a porca tinha de torcer o rabo um dia. Sabe-se bem como as porcas, essas porcas, adoram andar por aí a torcer rabos como se fossem algumas... bem... porcas.

É que agora, nem três meses depois, vem o PC dizer, a propósito da posição do Cavaco sobre o eventual referendo ao tratado constitucional europeu, que recusar fazer referendos é ter medo do voto popular. Donde se conclui, ou a lógica é um tubérculo qualquer, que a posição original do PC sobre o referendo à despenalização da IVG não seria tanto uma posição de princípio mas precisamente isso: medo do voto popular.

Tivesse o PC admitido antes que tinha medo do voto popular no que toca à despenalização da IVG, até daria para aplaudir esta honestidade. É raro, e poderia até ser refrescante, ver os partidos admitirem desta forma cândida que na sua forma de fazer política a democracia é só quando convém e que vale tudo para ganhar, votos ou o que seja. Todos funcionam desta forma, mas não é comum que o deixem assim tão cristalino. Seria de dar vivas ao PC.

Mas não. Não era medo do voto popular que o PC argumentava para pedir que a AR despachasse o assunto do aborto.

Ora bolas...

Os deadlines são tramados

Os deadlines são tramados. Especialmente os deadlines auto-impostos. Põem um gajo de cócoras, a trabucar feito louco, de ideia fixa, sem ligar a mais nada semanas a fio. Mas o fio do tempo não pára e os acontecimentos, como dizia a lengalenga, sucedem-se sem cessar, estejamos atentos ou não.

O que isto quer dizer é que agora que o trabalho foi cumprido antes do fim do prazo há uma série de coisas a dizer aqui na Lâmpada, coisas relacionads com aquilo que todos sabem, aquilo que vem nos jornais e de que nos falam as televisões, e também com aquilo que aparece noutros blogues. Será durante os próximos dias, em doses que se pretende que não sejam excessivas, até porque além da Lâmpada há outras coisas em que recuperar o tempo perdido.

Ou ganho. Depende do ponto de vista.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

3 x Nós = Caos

Ouvi dizer na TV que a população do Algarve se prepara para triplicar durante uns dias. Um milhão de turistas, que se somam aos 400 mil que nós somos. É o caos típico de Agosto que por aí vem. Ou quase; em Agosto, nos melhorespiores anos, os turistas são milhão e meio, às vezes mais ainda, o que dá mais de dois milhões de pessoas encavalitadas, quase todas, numa faixa de 100x10 km junto ao mar cujas infrastruturas estão realmente preparadas aí para metade desse número.

Vá lá que é só por uns dias.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Estes gajos fedem que é uma delícia

Parece que isto:



Está desde há bocado mesmo ao lado do cartaz dos Palhaços Naturalmente Ridículos, em Lisboa, no Marquês.

Que coisinha tão, mas tão, bem feita!...

(Via Arrastão)