sexta-feira, 30 de março de 2007

Que bom que é

Vivo c'uma faca espetada nas costas, ai!
que bom que é que bom que é que bom que é!

segunda-feira, 26 de março de 2007

Ui, kórror, ganhou o botas, ui, ui!

O Botas ganhou aquele programa pequenininho pomposamente chamado "grandes portugueses". Há por aí uns tipos muito assanhados, contristados, contrariados, carrancudos, enfim, marafados com a coisa. Pela parte que me toca, só encolho os ombros; sempre achei este o desfecho mais provável. Porquê?

Porque não conheço uma única pessoa inteligente que tenha gasto um cêntimo que fosse com SMSs para o concurseco, a não ser que não saiba o que fazer ao dinheiro que tem.

Eu cá sei. E também sei o que fazer ao tempo, que é bem mais bem empregue noutras coisas do que a ver aquilo. Daí que, apesar (e se calhar também por causa) de todo o burburinho à volta daquela treta não perdi nem um minuto a assistir a ela e só vi a Elisa de raspão, no meio dos zappings.

(Aliás, raspões na Elisa são sempre bem dados. Mas fecha parêntesis.)

E por fim, nunca encontrei o mais pequeno interesse em saber quem seria o melhor português de sempre, mesmo que a determinação desse magnífico espécime da raça lusa (soa tanto a PNR, não soa?) tivesse um mínimo de credibilidade, coisa que o concurseco definitivamente não tem nem nunca teve. Não será com o culto de putativos heróis que este país melhorará, nem que para que os heróis o fossem de facto não fosse preciso limpar-lhes as biografias e personalidades de canalhices e defeitos. E tantos daqueles heróis de pacotilha foram absolutos filhos de puta, a começar pelo "vencedor"! Este país talvez melhorasse, sim, se conseguisse precisamente o contrário: libertar-se destas poeirentas nostalgias de um passado que nunca existiu, deste sebastianismo mofento e serôdeo que enche de nevoeiro as caixas cranianas de tantos dos meus caríssimos compatriotas. E compreender duma vez por todas que o que formos depende de nós, não da porcaria dos egrégios avós que já há muito foram comidos pelas larvas e dos quais nada resta. De nós, os que estamos vivos hoje, e dos que estarão amanhã.

Se o caro leitor destas linhas for um daqueles frágeis egos que só conseguem dormir à noite se souberem quem exatamente foi o maior português de sempre, pois fique sabendo que é um tipo qualquer que ainda não nasceu. E que no instante preciso em que esse maior português de sempre nascer passará a ser outro, igualmente não-nascido.

E cague-se de vez no velho Sebastião, que se estivesse vivo igualmente se cagaria em si.

domingo, 25 de março de 2007

Ah, já se vê alguma coisinha

Acabei de reparar que Portimão foi finalmente contemplada com uma imagem de satélite de definição aceitável no Google Maps, embora muito sobre-exposta. Não é o ideal, mas já é qualquer coisita... e já não era sem tempo, catano!

quinta-feira, 22 de março de 2007

Diz que os portugueses descobriram a Austrália

África, América, Índia, Japão, agora Austrália... Não tarda, descobre-se que a única coisa que os portugueses não descobriram foi a maneira de se suportarem uns aos outros.

terça-feira, 20 de março de 2007

O peão Allgarvio e o outro

Por outro lado, este "blogger emigrado, descendente de algarvia" também tem a sua razão. Mas julgo que é só alguma, porque se a campanha é suposto ser publicitária, deverá ser aceite ou contestada principalmente enquanto tal. Embora já tenha assistido a esse fenómeno variadíssimas vezes, custa-me a perceber as reações a campanhas de marketing que as tratam como se fossem algo mais do que campanhas de marketing.

Neste caso concreto, o marketing é tão desastrosamente mentecapto que tem um enorme potencial para prejudicar seriamente o produto que pretende publicitar. E, ao prejudicar o produto (o Algarve enquanto destino turístico), prejudica o setor económico da região que depende desse produto, logo, como esse setor é bastante importante para a economia regional (e eu até acho que esse facto é infeliz, mas as coisas são como são e não adianta fingir que são diferentes), prejudica a região como um todo. Não é que o Algarve se resuma ao turismo, mas esta campanha, porque é dirigida ao potencial turista, o que pode prejudicar mesmo é o turismo, acabando a causar dano ao Algarve por via indireta.

Mudando ligeiramente de assunto, da próxima vez que alguém me vier tentar vender a ideia de que os profissionais é que sabem, porque patati e a escola patata e o curso e etc., mando-os ver como alguém que aparentemente nem sequer é amador fez, se calhar em dez minutos e certamente de graça, um logotipo e slogan incomensuravelmente melhores do que a cretinice que saiu dos nossos "grandes" profissionais.

segunda-feira, 19 de março de 2007

Dia do pai

O meu pai tem uma entrada na Wikipédia. E nem fui eu que a escrevi, nem mais ninguém da família.

(Eu também tenho, é verdade, e tampouco foi escrita por algum de nós. Mas hoje é dia do pai, não do filho.)

Hihihi

Nada como o circo para animar a malta. E quando um circo tem tradições, como acontece com o Grande Circo Cêdêiéssi, melhor ainda!

sábado, 17 de março de 2007

Allgarve

Esta história da marca "Allgarve" é de um grau de imbecilidade tão grande, mas tão, tão tão tão grande, que só podia mesmo sair das cabeças vazias dos nossos publicitários. Em vez de investirem num nome de produto que é mundialmente conhecido e reconhecido pela sua qualidade, estes rematados idiotas mudam o nome, trocam as voltas, e inventam esta cretinice sem pés nem cabeça. É como rebatizarem o vinho do Porto como "vinho de Oporto", ou o da Madeira como "Wood wine". O estrangeiro olha, coça a cabeça, pergunta para os seus botões "what the fuck?!", encolhe os ombros e parte para outra.

A imagem que o "Allgarve" projeta é assim como o Adidas de Monchique ou aqueles magníficos relógios Rotex: produto de fancaria, falsificado, vendido na feira por homens mal encarados e de barba por fazer, que abre costuras e deixa de funcionar ao fim da primeira semana de uso. Uma merda, em suma.

O mais surpreendente é esta gente conseguir comer a sopa sem se babar.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Auto-caricatura

Anda aí pela blogosfera um daqueles questionários cheios de auto-análise (ou umbiguismo, se preferirem) atribuído, provavelmente para dar estilo, a Marcel Proust. Porreiro. Sempre gostei destas coisas. E assim, sem que ninguém me peça, também respondo:

1. Qual é a sua maior qualidade?
R: Não tenho. E se alguém disser que tenho, eu nego com veemência.

2. E o seu maior defeito?
R: Também não tenho. Sou rigorosamente baço.

3. A característica mais importante num homem?
R: Ser maricas. Ter mau gosto para mulheres também serve, mas se for maricas tanto melhor.

4. E numa mulher?
R: Não poder passar nem mais um minuto sem mim.

5. O que mais aprecia nos seus amigos?
R: Amigos? Quais amigos?

6. A sua atividade favorita é...
R: Estar inativo.

7. Qual a sua ideia de felicidade?
R: Viver completamente só num asteróide terraformado, com todas as mulheres que não podem passar nem mais um minuto sem mim.

8. E o que seria a maior das tragédias?
R: Ser toda a vida a mesma pessoa.

9. Quem gostaria de ser, se não fosse você mesmo?
R: Um peixe.

10. E onde gostaria de viver?
R: No aquário da Charlize Theron.

11. Qual a sua cor favorita?
R: Cor de burro quando foge. Sempre me fascinou a cor de burro quando foge, especialmente quando foge muitomuitomuitomuito depressa e começa a desviar para o vermelho. (Relatividade, e tal e coiso...)

12. Uma flor?
R: Cenoura.

13. Um pássaro?
R: Rato-toupeiro nu.

14. Os seus autores preferidos?
R: Deixa-me ver... hum... o Zé Cabra, claro. E... hum... não, é mesmo só o Zé Cabra.

15. O os poetas de que mais gosta?
R: O Zé Cabra, já disse. Oh, esse vate!

16. Quem são os seus heróis de ficção?
R: O George W. Bush.

17. E as heroínas?
R: Heroínas não tenho. Mas se quiserem cocaínas, arranja-se.

18. O seu compositor favorito é...
R: Arre! São de compreensão lenta, ou quê? O Zé Cabra!

19. E os pintores de que mais gosta?
R: O Arnaldo. Deixou-me a casa de banho um mimo.

20. Quem são as suas heroínas na vida real?
R: É a do Zé Tremoços, que vende ali prós lados da baixa, e às vezes, quando a coisa aperta, a da Xica.

21. E quem são os seus heróis?
R: Os rins, o baço, os pulmões, os intestinos, a bexiga e, acima de todos, o estômago.

22. Qual a sua palavra favorita?
R: Cagando.

23. O que mais detesta?
R: Toda a gente.

24. Quais são os personagens históricos que mais despreza?
R: O Rato Mickey, o Pato Donald e o Pateta.

25. Quais os dons naturais gostaria de possuir?
R: A Charlize Theron.

26. Como gostaria de morrer?
R: Ressuscitando.

27. Qual o seu atual estado de espírito?
R: Nem tenho estado, nem tenho espírito.

28. Que defeito é mais fácil perdoar?
R: Em mim? Todos. Sou adorável.

29. Qual é o lema da sua vida?
R: Estar vivo é o contrário de estar morto-vivo.

PS: Quatro destas respostas são a mais pura das verdades.
PPS: As outras também.

quarta-feira, 14 de março de 2007

O museu católico

Ao ler a notícia no Público, a acompanhar a bica pós-almoço, pensei precisamente o que o Daniel pensou, e pensei em dar dois dedos de prosa sobre aqui no blog. Mas depois meteu-se a vida e os seus afazeres e não houve tempo. Agora que há tempo descobri que já alguém o disse. E ainda bem.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Frias Cores Quentes

Jovem! Se andas a ressacar com falta de ficção científica em português, acorda, pára com os suores frios e prepara a seringa, pois o último número do boletim de astronáutica Em Órbita traz uma dose, pequena, mas que talvez te dê para afastar a ressaca por alguns dias.

PS: O Caio de Gaia, que sofre de fascínio pelo sítio que serve de paisagem ao conto, talvez goste dele. Ou talvez não.

quinta-feira, 8 de março de 2007

O Plano

Pela pimbocentésima vez, mandaram-me por e-mail um

PLANO PARA SALVAR PORTUGAL DA CRISE


Cedendo à insistência, e como desta vez até vem mais ou menos a propósito, resolvi pô-lo aqui. Pode ser que os meus amigos mais divertidos fiquem assim a saber que já conheço o plano. E aprovo. Cá vai:

Passo 1:
Trocamos a Madeira pela Galiza, mas os espanhóis têm que levar o Alberto João Jardim.

Passo 2:
Os galegos são uma boa onda, não dão chatices e ainda ficamos com o dinheiro gerado pela Zara (é só a 3ª maior empresa de vestuário). A indústria têxtil portuguesa é revitalizada. A Espanha fica encurralada pelos Bascos e Alberto João Jardim.

Passo 3:
Desesperados, os espanhóis tentam devolver a Madeira (e Alberto João Jardim). A malta não aceita.

Passo 4:
Oferecem também o Pais Basco. A malta mantém-se firme e não aceita.

Passo 5:
A Catalunha aproveita a confusão para pedir a independência. Cada vez mais desesperados, os espanhóis oferecem-nos: a Madeira, Pais Basco e Catalunha. A contrapartida é termos que ficar com o Alberto João Jardim e os Etarras.
A malta arma-se em difícil mas aceita.

Passo 6:
Dá-se a independência ao País Basco, a contrapartida é eles ficarem com o Alberto João Jardim. A malta da ETA pensa que pode bem com ele e aceita sem hesitar. Sem o Alberto João a Madeira torna-se um paraíso. A Catalunha não causa problemas (no fundo no fundo são mansos).

Passo 7:
Afinal a ETA não aguenta com o Alberto João Jardim, que entretanto assume o poder.
O País Basco pede para se tornar território português.
A malta aceita (apesar de estar lá o Alberto João Jardim).

Passo 8:
No País Basco não há Carnaval. O Alberto João Jardim emigra para o Brasil...

Passo 9:
O Governo brasileiro pede para voltar a ser território português. A malta aceita e manda o Alberto João Jardim para a Madeira.

Passo 10:
Com os jogadores brasileiros mais os portugueses (e apesar do Alberto João Jardim), Portugal torna-se campeão do mundo de futebol!
Alberto João Jardim enfraquecido pelos festejos do Carnaval na Madeira e Brasil, não aguenta a emoção, e morre na miséria, esquecido de todos.

Passo 11:
Os espanhóis, desmoralizados, e económica e territorialmente enfraquecidos, não oferecem resistência quando mandamos os poucos que restam para as Canárias.

Passo 12:
Unificamos finalmente a Península Ibérica sob a bandeira portuguesa.

Passo 13:
A dimensão extraordinária adquirida por um país que une a Península e o Brasil, torna-nos verdadeiros senhores do Atlântico, de uma costa à outra e de norte a sul.
Colocamos portagens no mar, principalmente para os barcos americanos, que são sujeitos a uma pesada sobretaxa por termos de trocar os dólares em euros, constituindo assim um verdadeiro bloqueio naval que os leva à asfixia.

Passo 14:
Eles querem-nos aterrorizar com o Bin Laden, mas a malta ameaça enviar-lhes o Alberto João Jardim (que eles não sabem que já morreu). Perante tal prova de força, os americanos capitulam e nós tornamo-nos na primeira potência mundial.

É FÁCIL!

terça-feira, 6 de março de 2007

Alberto João Ceausescu?

Serei só eu a encontrar semelhanças entre o Ceausescu do Bandeira e o bode imarcescível vulgarmente conhecido como Alberto João Jardim?

Da condição nacional

Em todos os países do mundo, fazer as coisas bem feitas leva tempo.

Em Portugal, fazê-las mal feitas ou não as fazer de todo também.

sábado, 3 de março de 2007

Olho pela janela, e o que vejo?

Um tal João Henriques, que desconheço, resolveu republicar o meu sétimo spamema como "sugestão do dia". O gesto, que parece que nos tempos que correm é entendido como simpático, sê-lo-ia mais se eu tivesse sido consultado e se houvesse no post um link para cá para a Lâmpada.

Agora o que eu decididamente não percebo é o motivo porque o João achou por bem suprimir dois versos do spamema, precisamente aqueles dois que eu acho que são o seu centro, aquilo que lhe dá força e o afasta das poemices inócuas e desinteressantes que tanto se vêem por aí.

Qué xplicá?

Oliveirice

Este é o post mais bem amanhado que vejo desde há muito, muito tempo.