segunda-feira, 31 de outubro de 2005

Colecção, quarto dia

Hoje só houve um país novo, e na Europa: a Hungria.

domingo, 30 de outubro de 2005

Colecção, terceiro dia

Mais novidades, poucas, na Europa: Suécia e Suíça. E vão 15.

Literatura fantástica é o quê, afinal?

Pois, é uma grande interrogação.

Entre quem se move mais ou menos por ela, seja como leitor, seja como produtor, mas não faz parte dos círculos académicos - ou seja, entre gente como eu -, tende-se a utilizar o termo "fantástico" como uma espécie de toldo genérico no qual cabem todos os géneros e subgéneros que lidam primariamente com o imaginário: a ficção científica, a fantasia, o maravilhoso, o realismo mágico, até o surrealismo, etc. No entanto, para a academia o termo tem um significado bem diferente, referindo-se a um tipo muito específico do "nosso" fantástico.

Se tiverem interesse em saber um pouco mais sobre o assunto, podem por exemplo dar uma vista de olhos a este post de um blog brasileiro que acabei de descobrir chamado "O Fantástico Mundo da Literatura".

BlogSearch rula!

sábado, 29 de outubro de 2005

Uma esperança sem grande esperança

Espero que alguém (alô Pedro) esteja a contar o tempo de antena que têm tido os vários candidatos à presidência, contando, como é óbvio, com o tempo de antena que é dado aos seus apoiantes quando eles falam dos candidatos. Tenho a certeza de que os resultados seriam extremamente interessantes e mostrariam com clareza cristalina quem é filho e quem é enteado nesta "democracia" mediática que temos.

Colecção, segundo dia

Mais uns cromos. Nenhum na língua portuguesa, mas há novidades na Europa (Holanda), América do Norte (Canadá) e Ásia (Singapura). Quando tiver 10 cromos novos, actualizo a lista.

sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Breve comentário sobre política internacional

O novo presidente do Irão é um completo atrasado mental.

Início de colecção

O SItemeter tem agora um brinquedo novo e porreirinho: uma espécie de mapa físico da Terra, feito a partir de fotografias de satélite (e usado, este ou outros semelhantes, numa série de programas na qualidade de texturas) onde é indicada a proveniência dos últimos visitantes do site analisado. O máximo é de 100 para a versão gratuita, e 500 para a paga. É mesmo giro.

Usando esse brinquedo, dou hoje início a uma colecção de países aqui na Lâmpada. Vamos lá ver se consigo completar o mapa-mundi, e caso consiga quanto tempo demoro a fazê-lo.

Então, para já, temos:

Lígua portuguesa:
- Portugal;
- Brasil;

Europa:
- Espanha;
- Itália;
- França;
- Reino Unido;

América do Sul:
- Chile;
- Peru;

América do Norte:
- Estados Unidos;

Ásia:
- Arábia Saudita

Amanhã há mais, provavelmente.

Alguém tem por aí 26 mil dólares?


My blog is worth $25,968.84.
How much is your blog worth?



Lá que me faziam um jeitaço, isso faziam...

quinta-feira, 27 de outubro de 2005

Bender

Olhem, meninos, há um óptimo post no Intergalacticrobot acerca da série Futurama e do seu robot mais altruísta (not!), o Bender. Vão lá ler, andem.

Bizarrias do clima

Quem olhasse lá para fora neste momento e visse despenharem-se as cataratas do Niagara dificilmente diria que estamos em seca.

quarta-feira, 26 de outubro de 2005

"Pesquisa histórica inversa"

E é assim, graças ao blogsearch do Google, que topo com mais um blogue que parece ser bastante interessante e que se socorre da ficção científica para dois posts (aqui e aqui) em que reflecte sobre a evolução futura do mundo contemporâneo.

'Tão a ver? A coisa é mesmo porreirinha!...

terça-feira, 25 de outubro de 2005

Sobre o Glossário da Sociedade da Informação

Há um par de dias ouvi pela primeira vez falar de uma coisa que eu, em princípio, achava utilíssima e que já fazia falta há muito, muito tempo. É que sou, há muito, defensor de que todos lucraríamos com uma adaptação bem feita da miríade de anglicismos que nos têm entrado à martelada na língua por via da informática. Defendo, entre outras coisas, que os brasileiros deviam deixar-se de "mouses" a adoptar o nosso "rato" e que é bom que nós paremos de falar em barbarismos como "dauneloudear" ou "fazer dauneloude" e adoptar o "baixar" brasileiro duma vez por todas.

Hoje, resolvi ir lá ver que tal era, afinal, o novíssimo Glossário da Sociedade da Informação, formal e academicamente disponível aqui (em PDF).

Aparentemente, o glossário junta terminologia bem estabelecida, descrevendo o significado e indicando o equivalente (ou a ascendência) inglês a tentativas de tradução e adaptação de termos que nós teimamos em usar em inglês. Parece bem feito, em geral, mas padece de um enorme defeito que, na minha modesta opinião, irá corroer grande parte da sua eficácia.

Para explicar melhor, deixem-me divagar um pouco. Tudo na minha modestíssima opinião, bem entendido.

Uma das forças da língua inglesa, e um dos motivos por que se presta tanto à penetração noutros idiomas (àparte o poderio comercial de coisas como a música ou o audiovisual) é a facilidade, o à-vontade e mesmo o humor com que integra e desenvolve neologismos ou adapta palavras para tudo quanto surja de novo. "Bit" é simplesmente uma nova palavra que resulta da contracção de "binary digit", o seja "dígito binário". "Byte", por seu lado, significa "mordida" e é um caso de aplicação cheia de humor de uma palavra pré-existente a um novo conceito por via da sua semelhança fonética e gráfica com o neologismo bit. Se fôssemos transpor esta filosofia para o português, ao bit chamaríamos "dib", e ao byte "bibe", ou algo de semelhante (um bibe, afinal, é algo usado pelos putos).

Mas no português não temos essa tradição. Especialmente em Portugal. Tratamos a língua de um modo demasiado sisudo, demasiado sacrossanto, demasiado inflexível na plasticidade que as palavras poderiam ter. A excepção são as camadas mais marginalizadas, onde surgem gírias e termos novos que, no entanto, é raro atravessarem a barreira da exclusão e entrarem no léxico comum, muito menos em léxicos especializados como o informático. O Brasil, nisso, tem a grande vantagem de ser mais aberto à experimentação, mas a verdade é que os resultados são frequentemente catastróficos, porque em vez de se basearem no conhecimento da língua se baseiam principalmente na sua ignorância. O mesmo, diga-se de passagem, aconteceria em Portugal caso por cá arriscássemos mais. Se há coisa que nos une aos brasileiros é o nosso fraco conhecimento da língua que partilhamos.

Além disso, em Portugal há muito quem tenha orgasmos quando consegue complicar o que é simples.

E é assim que no tal glossário que é o tema deste post aparecem termos como "administrador web" (para "webmaster" - e podia ser-se tão criativo com "webmaster"), "análise criptográfica" (para "criptoanalysis" - mas que mal tem "criptoanálise"?!), "barreira de segurança" (para "firewall"), "caixa de envio" (para "outbox"), "centro de atendimento" (para "call center"), etc., etc.

Se repararem bem, todos estes exemplos têm uma coisa em comum. Ou antes: duas. Em primeiro lugar são traduções sem qualquer imaginação. Em segundo, as expressões portuguesas são maiores que as inglesas. E este último facto é quase omnipresente em todo o glossário, com raríssimas excepções.

Ora, como os feitores do glossário tinham obrigação de saber, a língua, especialmente a oral (que é a que realmente interessa), é preguiçosa. Tende a seguir atalhos sempre que os encontra, para poupar tempo e esforço. E é por esse motivo que ninguém dirá coisas como "administrador web" quando pode dizer "webmaster". Só se tivesse de enrolar muito a língua, o que não é o caso (facilmente se pronuncia a palavra "uebmasster"). E é por isso que me parece que este glossário será em grande medida ineficaz. Toda a gente continuará a preferir "email" a "correio electrónico" ou "e-trade" a "trocas comerciais electrónicas" (gah!) por falta de uma alternativa realmente boa. E isso, é uma pena.

segunda-feira, 24 de outubro de 2005

Autarquias, participação e cidadania

O Baeta tem uma interessante, embora curta, reflexão acerca do que significa (ou não) a tomada de posse dos novos órgãos autárquicos na sexta-feira passada e da completa indiferença com que o povo em geral encara essa data.

Pois é. Pois é.

Mas, convenhamos, essas cerimónias são tremendas secas. E eu, que tive de assitir a várias quando era jornalista, bem o sei.

Além disso, o povo alheia-se porque se trata de um acto normal, consequência directa de umas eleições, em que tomam posse exactamente aquelas pessoas que os eleitores escolhem. A tomada de posse é, portanto, secundária. Na verdade, é o acto da vida democrática em que menos importa que haja uma participação popular, ou, até, informação. Seria muito mais importante que as pessoas participassem, assistissem ou procurassem informar-se do que se vai passando nas assembleias municipais, por exemplo. Também são tremendas secas, que se arrastam invariavelmente durante horas e acabam em adiamento de metade da ordem de trabalhos para uma assembleia municipal extraordinária, porque os senhores deputados querem ganhar mais uns cobres, mas ao menos discutem-se aí assuntos relevantes para a vida dos municípios.

Há muita falta de participação cívica nesta terra, é um facto. Mas estaríamos muito bem se toda essa falta se resumisse à indiferença perante tomadas de posse e cerimónias similares e se o povo participasse naquilo que realmente importa.

domingo, 23 de outubro de 2005

E entretanto, no Antoloblogue...

... terminou o prazo de recepção de originais. O blogue passa a estado latente até serem escolhidos os contos que farão parte da antologia, talvez com uma nota sobre o progresso das rejeições de vez em quando.

Eu afinal sempre tinha razão

Aqui há tempos escrevi na Lâmpada que era raríssimo que aparecesse algo em português (novo ou actualizado) no Projecto Gutemberg, e logo surgiram umas quantas obras num espaço de tempo muito curto, como que a contradizer-me. Mas como a verdade sempre vem ao de cima, eis que foi preciso esperar mais de mês e meio para que a língua portuguesa voltasse a aparecer na lista de novidades.

A novidade agora é o tomo segundo dos Opúsculos de Alexandre Herculano.

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

quarta-feira, 19 de outubro de 2005

Muito interessante...

Se gostam de astronomia e astrobiologia, em especial no que nelas diz respeito à possível existência de outras civilizações sob a luz de outros sóis, se consomem ficção científica e gostariam de ter uma ideia mais precisa sobre o que as histórias de aventura espacial têm de cientificamente provável, se gostariam de saber mais antes de saber o que pensar sobre relatos de OVNIs, se sabem inglês, então aconselho vivamente a leitura deste artigo. É muito, muito interessante.

terça-feira, 18 de outubro de 2005

Google, blogs e RSS

Hoje estou muito tecnológico, eu sei, mas tenho de dizer isto.

O serviço Blog Search do Google é um serviço interessante... até ser conjugado com um leitor de feeds (RSS ou Atom). A partir desse momento, passa a ser inestimável.

Para quem não conhece, eu esboço uma explicação. Os feeds são conteúdos codificados de uma maneira especial, chamada XML (eXtended Markup Language), que são gerados automaticamente pela maioria do software de blogging e também por outros gestores de conteúdos. Não têm grande utilidade imediata, mas através de outros tipos de software, os agregadores de RSS, permitem fazer uma série de coisas. O mais comum é servirem para entregar comodamente ao utilizador, assim que sejam publicados, os conteúdos dos sites (blogues e outros) que publicam feeds, sem que esses utilizadores sejam forçados a ir de facto aos sites verificar o que há de novo e se há alguma coisa de novo.

Ou seja, desde que instalei o agregador em vez de perder uma hora por dia a verificar um a um todos os blogues na minha lista de favoritos, ponho o agregador a verificar as novidades e depois gasto alguns minutos a passar os olhos por elas e só vou aos blogues quando e se há alguma coisa que me interessa mesmo. Mantenho-os debaixo de olho, mas gasto com eles muito menos tempo. A eficiência é muito maior. E quem diz blogues diz fóruns, sites noticiosos, etc.

O reverso da medalha é que passei a frequentar muito menos aqueles blogues que optaram por não publicar um feed ou que não têm o feed funcional. Alguns dos blogues que tenho linkados ali à esquerda são desses. Pouco tenho seguido o blogue do Miguel Vale de Almeida ultimamente, por exemplo. Ou o do Cachapa. Ou até o do Luís Filipe Silva.

E agora, surge o Blog Search. O Blog Search, à primeira vista, parece apenas um serviço de busca destinado a blogues, mas aqueles links que tem na parte de baixo da página transformam-no em muito mais do que isso. Porque o Blog Search permite assinar um feed personalizado com qualquer busca que se pretenda fazer, ou seja, permite que eu, aqui em casa, saiba quase no mesmo momento quem e onde publicou o quê sobre qualquer assunto que me interesse, mesmo em blogues cuja existência ignorava por completo. Basta escolher bem os termos da busca, organizá-los não por relevância (o Google tem umas manias com a relevância e perde-se muita coisa) mas sim por data de publicação, escolher poucos ou muitos resultados e assinar o feed.

Eu tenho assinados feeds sobre ficção científica, science fiction e "literatura fantástica", e sei desde já que este post aparecerá dentro de muito pouco tempo em todos eles. Este e todos os outros posts que se façam por essa blogosfera fora sobre o assunto. Tenho descoberto coisas e blogues interessantíssimos, assim.

Mas lá está: o Luís bem pode escrever e escrever e escrever, que como não publica o feed o Blog Search não o detecta. Mete RSS nesse Tecnofantasia, pá. A malta agradece!

Xi!

Houve um tipo que teve a paciência de pegar em alguns milhares de capas de livros e revistas de ficção científica, organizá-las por data de edição e pela tonalidade média da ilustração, e fazer isto.

Há quem tenha muuito tempo livre, realmente!...

terça-feira, 11 de outubro de 2005

Comentários

Meus caros utilizadores dos comentários. Devo avisá-los de que comentários exclusivamente publicitários, aqui na Lâmpada, são apagados. Liminarmente e sem contemplações. Seja qual for o item publicitado. Entendido?

Portimão e o BE

Este fenómeno é curioso. Verifiquei hoje aqui (cuidado: é um PDF) que no país todo só houve 11 municípios onde o BE teve melhor percentagem, nas eleições para a assembleia municipal, do que em Portimão, e a grande maioria destes municípios pertencem às grandes áreas urbanas. Não me peçam uma explicação concreta, que não sou sociólogo, mas tenho uma ideia. Sempre achei que Portimão era uma grande cidade de pequenas dimensões, isto é, uma cidade pequena (a caminhar para média) com espírito, mentalidade e ambiente de grande cidade, contrastando nesse aspecto com alguns aglomerados urbanos até maiores que, no entanto, mantém uma maneira de olhar para o mundo bem mais aldeã.

Porquê? Não faço a mais pequena ideia. Poderia ser do turismo, mas outras cidades turísticas não mostram esse espírito (pelo menos não o mostram de forma tão acentuada). Talvez tenha a ver com a sua vocação cosmopolita, de porto de arribação de gente proveniente dos lugares mais distantes, que o é, no mínimo, desde que me conheço e conheço a cidade. Talvez venha de um certo espírito mercantil que, tendo embora aspectos bastante negativos, tem uma componente de abertura ao mundo que é profundamente urbana. Talvez seja outra coisa qualquer, algo que eu sou incapaz de identificar. Não sei.

O que sei é que, como todas as cidades, Portimão tem a sua própria personalidade. Uma personalidade de cidade verdadeira. E que as votações obtidas aqui pelo Bloco podem bem ser uma consequência disso.

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Portimão, uma cidade decididamente de esquerda

Sempre foi, a verdade é essa, mas nestas eleições essa característica da minha cidade ficou talvez mais clara que nunca.

É que na maior parte dos outros lados quando o PS desce quem sobe é o PSD. O eleitorado flutua ao centro, entre os dois partidos grandes do "centrão", à procura, tantas vezes em vão, de diferenças entre os dois. Em Portimão, não. Em Portimão o PS quase que perde a maioria absoluta mas quem ganha com isso não é o PSD, que desce quase tanto quanto (o PS caiu quase 1600 votos e a coligação PSD-PP-PPM-MPT teve menos quase 1400 votos que a soma do PSD e da coligação PP-PPM de há quatro anos), mas sim a CDU (mais 650 votos e um vereador) e, principalmente, o Bloco de Esquerda, que, embora não tenha repetido o estrondoso score das legislativas, andou lá perto graças a 1200 votos a mais do que há quatro anos. Se continuar a subir, daqui a 4 anos entra na vereação.

Ou seja, em Portimão o eleitorado flutua à esquerda. Nesta cidade o PSD só terá hipótese de ganhar a câmara num dia em que um executivo PS for tão irremediavelmente desastroso que o povo de esquerda prefira votar PSD a deixar continuar a catástrofe. Esteve quase para acontecer uma vez, com o PS a ganhar a câmara por 47 votos e a perder duas das três juntas de freguesia, no estertor do desastre Martim Gracias.

E não só flutua à esquerda, como mesmo com perdas do PS a esquerda avança. Fazendo umas contas, tem-se que as três candidaturas de esquerda arrebanharam mais 300 votos do que há quatro anos, totalizando quase 62% dos votos, ao passo que as direitas perderam esses 300 votos, isto assumindo que a candidatura "independente" é de direita, o que não é, pelo menos, assumido. Mais: a nível do Algarve terá sido Portimão a única boa notícia que os comunistas tiveram, e também para o Bloco Portimão se destaca, com a mais elevada percentagem da região e dois dos 6 deputados municipais com que o partido sai destas eleições cá em baixo (os outros são de Faro, Vila do Bispo, Loulé e Silves, um em cada assembleia).

O reverso da medalha é que também é dos sítios onde as candidaturas menos entusiasmam. É, pelo menos, isso que eu depreendo de uma taxa de participação que não foi além dos 51%. Qualquer dia nem metade das pessoas vota. Ah, e dos brancos e nulos, claro. Juntos, os brancos e nulos somaram 5,5%. Foram mais de 1100 votos. Houve mais gente a deixar o papelinho em branco ou a mandar uma frase célebre do que os que votaram "Independente". Todo o ganho em eleitores nestes 4 anos (cerca de mil novos eleitores) foi parar a este tipo de voto de protesto.

Daria que pensar, se os políticos deste país pensassem.

domingo, 9 de outubro de 2005

Fátima Felgueiras a iniciar o comício comemorativo de vitória

— Povo de Sucupira...

E não fui mesmo lá

Não só pelo que ficou dito abaixo, é bom esclarecer. Também porque estava a chover e porque passei ontem o dia inteiro com febre e uma dor de cabeça ensurdecedora. De modo que, sem grande incentivo à partida, não houve motivação para arriscar uma recaída e enfrentar o mau (bom) tempo. Caso contrário, teria acabado por ir votar, nem que fosse para votar em branco. Não seria a primeira vez.

sábado, 8 de outubro de 2005

Parabéns

Parabéns ao cliente Telepac que chegou ao meu blog num PC equipado com um Windows XP e um Internet Explorer! Foste o 60 000º visitante contabilizado, pá! Ganhaste de prémio o direito a voltar sempre que te dê na telha.

Declaração de provável não voto

Ainda não decidi, mas começa a ser provável que amanhã não me incomode a ir votar, pela primeira vez em muitos, muitos anos. Por uma razão simples: não há em quem votar e nem há qualquer relevância no voto.

O PS, que já ganhou, como de costume em Portimão, mantém-se enredado na sua teia de cumplicidades menos claras com os construtores civis e leva sistematicamente anos a mais para concluir todos os projectos a que põe mãos à obra. Não que eles sejam maus, pelo menos não são todos, mas não é compreensível e dificilmente é desculpável que praticamente tudo o que se começa a fazer nesta cidade demore eternidades a estar pronto, no meio duma série de confusões e trapalhadas que metem quase sempre estudos mal feitos, imprevistos cujas consequências são sempre para pior e nunca para melhor e, em geral, uma imagem de laxismo, incompetência e deixa-andar com custos económicos elevados.

O PSD, que desta vez arranjou um trio de insignificâncias para se armar em coligação (PP, PPM e MPT pouca ou nenhuma expressão têm por cá), tem uma ideia de cidade que iria destruir o pouco de bom que este executivo implantou por cá - alguma actividade cultural, por exemplo, para a qual os alaranjados e penduras não demonstram a mais pequena sensibilidade - e não ia construir nada de satisfatório no seu lugar, muito pelo contrário. Os projectos que apresentaram há quatro anos para a frente ribeirinha eram de pôr os cabelos em pé, com torres a fazer lembrar as Amoreiras espetadas à pressão mesmo junto ao rio, tapando dele o resto da cidade e submergindo uma zona que já tem gravíssimos problemas de trânsito em mais uma onda provável de carrinhos e carripanas. E pelo que tenho lido este ano, a filosofia geral, a maneira de pensar(?), mantém-se.

A CDU reapresenta um candidato que perde sempre, eleição atrás de eleição. Já foi vereador no tempo do Martim Gracias, e pouco ou nada fez para tentar travar os desmandos da mais desastrosa administração camarária que esta cidade já teve, escudando-se na falta de poder de um vereador isolado. Perdeu o lugar de vereador porque o povo da cidade compreendeu, e muito bem, que não estava lá a fazer nada. Mas volta a candidatar-se, provavelmente na esperança que as pessoas não tenham memória.

O Bloco avança com um candidato sem carisma, pouco simpático e com problemas na articulação do discurso. Nunca lá esteve e por isso é uma incógnita o que faria, mas é outro que se candidata ano após ano (julgo, não tenho a certeza, que já era candidato quando ainda havia UDP) e não consegue nunca convencer gente suficiente a dar-lhe a confiança do voto, de modo que não acredito que consiga também desta vez. E andar pela cidade a fazer propaganda de mercedes também não ajuda.

E finalmente a lista "independente", encabeçada pelo presidente da associação do comércio tradicional, um homem que, segundo o PSD, se inscreveu no partido para ser candidato à câmara e avançou com a candidatura dele quando percebeu que não lhe iam fazer a vontade. Um homem com todo o aspecto (e a fama) de ambiciosozinho, daqueles que querem o poder pelo poder e apenas pelo poder. Uma lista de gente que passa a vida a queixar-se da vida, tadinhos dos comerciantes, avassalados pelos mauzões das grandes superfícies, mas que no entanto lá arranjou dinheiro, sabe-se lá onde, para fazer uma campanha mais gastadora e ruidosa do que as dos grandes partidos.

Enfim, um deserto, vazio e seco.

quinta-feira, 6 de outubro de 2005