Quando se cibernavega há muitos anos, como eu, arranjam-se ciberamigos. Um dos meus é um tal "Muguele", que resolveu há dias abrir um blog. Ainda está na infância mais infante, mas conhecendo o Mug, o blogue dele promete. O nome, Mug Music, identifica o âmbito que ele pretende para o blog, mas, conhecendo o Mug, cheira-me que não se vai ficar por aí.
Vão lá ver. Várias vezes.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2005
domingo, 30 de janeiro de 2005
Campanha
Cá está ela, bem lançada, mesmo que lhe ponham um pré à frente. A campanha eleitoral chegou, com o seu duche diário de banha da cobra cienificamente estudada para levar indecisos a decidir-se à última da hora pela candidatura xis ou pela candidatura ipsilon. Já se sabem até detalhes dos programas eleitorais ou de governo, documentos que ninguém faz a mínima tenção de cumprir mas que são apresentados com a pompa e circunstância das coisas superlativas.
Estou-me nas tintas. Estou-me, mesmo, supremamente nas tintas.
É que as eleições são como exames, e as campanhas são como aquelas maratonas de marranço destinadas a meter na cabeça à pressão, à martelada, factos inúteis que se esquecem no dia a seguir ao exame.
E eu cá sou defensor da avaliação contínua.
Estou-me nas tintas. Estou-me, mesmo, supremamente nas tintas.
É que as eleições são como exames, e as campanhas são como aquelas maratonas de marranço destinadas a meter na cabeça à pressão, à martelada, factos inúteis que se esquecem no dia a seguir ao exame.
E eu cá sou defensor da avaliação contínua.
Um pequeno exercício de sátira política
O Santana Lopes anda tão preocupado com o casamento homossexual que um tipo fica a perguntar a si próprio se o homem andará a pensar casar-se...
sábado, 15 de janeiro de 2005
Umas curiosidadezinhas para gordos
Bem, eu cá sou gorducho. O peso, de 97 kg, poderia fazer supor que sou mesmo gordo, mas como também sou alto não passo do gorducho, sem demasiadas redondezas em sítios esquisitos. Em todo o caso, depois de escrever o post anterior, fiquei curioso de ir ver quanto é que eu pesaria nos corpos onde já andámos a pousar. É uma autêntica dieta!
Uma corridinha até Vénus, peso-me e descubro que me fico pelos 88 kg. Não se perdeu grande coisa, e ainda é um pouco de excesso de peso, de modo que toca a fazer um jogging até Marte. Com a sauna que houve em Vénus e a corrida, a coisa parece que resultou: chego a Marte com menos de 37 kg. Aos anos que já não tenho 37 kg! Sinto-me lindamente, e dou um saltinho até à Lua, onde me peso e descubro que passei a ter só 16 kg. Diabo! É um bocado leve demais, mas a verdade é que me sinto forte, de modo que agarro numa sanduiche e vou até Titã, ver as vistas. Lá chegado volto a pesar-me: 14 kg. A sandocha fez efeito, e não perdi muito peso nesta longa viagem. Boa onda. Mas agora tenho de regressar, passando por Eros, e a fome aperta. Quando chego ao asteróide, apanho um susto: estou reduzido a 58 gramas! Pareço um montinho de fatias de fiambre! Toca prá Terra, almoçar!
Feitas as contas, ter 97 quilos não é tão mau como isso...
Uma corridinha até Vénus, peso-me e descubro que me fico pelos 88 kg. Não se perdeu grande coisa, e ainda é um pouco de excesso de peso, de modo que toca a fazer um jogging até Marte. Com a sauna que houve em Vénus e a corrida, a coisa parece que resultou: chego a Marte com menos de 37 kg. Aos anos que já não tenho 37 kg! Sinto-me lindamente, e dou um saltinho até à Lua, onde me peso e descubro que passei a ter só 16 kg. Diabo! É um bocado leve demais, mas a verdade é que me sinto forte, de modo que agarro numa sanduiche e vou até Titã, ver as vistas. Lá chegado volto a pesar-me: 14 kg. A sandocha fez efeito, e não perdi muito peso nesta longa viagem. Boa onda. Mas agora tenho de regressar, passando por Eros, e a fome aperta. Quando chego ao asteróide, apanho um susto: estou reduzido a 58 gramas! Pareço um montinho de fatias de fiambre! Toca prá Terra, almoçar!
Feitas as contas, ter 97 quilos não é tão mau como isso...
Alguns factos do mundo da Lua
Em Fevereiro de 1966, a sonda soviética Luna 9 foi o primeiro objecto de origem terrestre a pousar suavemente na superfície de outro mundo, depois de uma outra sonda da série Luna ter sido o primeiro objecto lançado da Terra a esmagar-se contra a Lua. Ambas transformaram o satélite da Terra no primeiro corpo celeste a ser quase directamente visitado pela humanidade. A visita directa ficaria para poucos anos mais tarde.
Em Dezembro de 1970, a Venera 7, também soviética, foi a primeira sonda a pousar suavemente na superfície de Vénus, também depois de várias sondas se terem esmagado contra essa mesma superfície. Vénus tornava-se, assim, no segundo corpo celeste visitado por engenhos oriundos da Terra.
Em 1971, foi ainda soviética a primeira sonda a descer suavemente sobre a superfície de Marte, mas quase não conta porque a sonda Mars 3 só funcionou durante 20 segundos depois de atingir o solo. Seja como for, foi essa sonda que transformou o planeta vermelho no número 3 desta série, embora tudo aquilo que dele já sabemos hoje, devido a pousos posteriores, faça com que mais pareça o número 1.
Seja como for, foi preciso esperar 30 anos, até Fevereiro de 2001, para se encontrar o número 4 na série de mundos onde sondas humanas pousaram de forma suave, e desta vez não se tratou nem de um planeta, nem de um satélite: tratou-se do pequeno asteróide 433 Eros, onde ainda se deve encontrar em boas condições, mas sem energia, a sonda NEAR Shoemaker, da NASA, que nem sequer foi concebida para a proeza.
E agora, 2005 e um imenso salto até às paragens longínquas dos planetas gigantes trouxeram-nos o número 5, a lua de Saturno Titã. Trouxeram-nos também a estreia da ESA nestas andanças e nestes pioneirismos. E fecharam a lista dos corpos relativamente pequenos com atmosferas relativamente densas onde é relativamente fácil abrandar um veículo com pára-quedas. Os próximos pousos serão mais complicados.
Mas este, é histórico. Ao todo, é só o quinto, mas é o primeiro em muitos detalhes.
Em Dezembro de 1970, a Venera 7, também soviética, foi a primeira sonda a pousar suavemente na superfície de Vénus, também depois de várias sondas se terem esmagado contra essa mesma superfície. Vénus tornava-se, assim, no segundo corpo celeste visitado por engenhos oriundos da Terra.
Em 1971, foi ainda soviética a primeira sonda a descer suavemente sobre a superfície de Marte, mas quase não conta porque a sonda Mars 3 só funcionou durante 20 segundos depois de atingir o solo. Seja como for, foi essa sonda que transformou o planeta vermelho no número 3 desta série, embora tudo aquilo que dele já sabemos hoje, devido a pousos posteriores, faça com que mais pareça o número 1.
Seja como for, foi preciso esperar 30 anos, até Fevereiro de 2001, para se encontrar o número 4 na série de mundos onde sondas humanas pousaram de forma suave, e desta vez não se tratou nem de um planeta, nem de um satélite: tratou-se do pequeno asteróide 433 Eros, onde ainda se deve encontrar em boas condições, mas sem energia, a sonda NEAR Shoemaker, da NASA, que nem sequer foi concebida para a proeza.
E agora, 2005 e um imenso salto até às paragens longínquas dos planetas gigantes trouxeram-nos o número 5, a lua de Saturno Titã. Trouxeram-nos também a estreia da ESA nestas andanças e nestes pioneirismos. E fecharam a lista dos corpos relativamente pequenos com atmosferas relativamente densas onde é relativamente fácil abrandar um veículo com pára-quedas. Os próximos pousos serão mais complicados.
Mas este, é histórico. Ao todo, é só o quinto, mas é o primeiro em muitos detalhes.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2005
Batendo no Technorati
De vez em quando bato no Technorati. Vou contra a corrente, que parece que toda a gente acha que o instrumento é inestimável, mas a minha experiência pessoal é de que é pouco menos que inútil, para ser bondoso, ou potencial fonte de injustiças, irritações, frustrações e conflitos, para ser realista.
Seria isso que diria ao Pedro Magalhães em resposta ao seu desabafo sobre estar baralhado com o Technorati, acrescentando provavelmente a explicação de que se trata de uma ferramenta de tal modo falível, que ignora tantos links, que tentar saber com algum grau de certeza quem nos linka através dela é pura perda de tempo. Para isso, mais vale usar o pequeno javascript que eu uso na Lâmpada, da TrueFresco, ou analisar os últimos referentes que costumam ser listados por quem fornece serviços de contagem de hits.
Suspeito, no entanto, que nunca direi tal coisa ao Pedro Magalhães. É que para que isso acontecesse, seria necessário que o Technorati detectasse os links que da Lâmpada faço ao blogue dele, o que é, naturalmente, duvidoso que algum dia aconteça.
Seria isso que diria ao Pedro Magalhães em resposta ao seu desabafo sobre estar baralhado com o Technorati, acrescentando provavelmente a explicação de que se trata de uma ferramenta de tal modo falível, que ignora tantos links, que tentar saber com algum grau de certeza quem nos linka através dela é pura perda de tempo. Para isso, mais vale usar o pequeno javascript que eu uso na Lâmpada, da TrueFresco, ou analisar os últimos referentes que costumam ser listados por quem fornece serviços de contagem de hits.
Suspeito, no entanto, que nunca direi tal coisa ao Pedro Magalhães. É que para que isso acontecesse, seria necessário que o Technorati detectasse os links que da Lâmpada faço ao blogue dele, o que é, naturalmente, duvidoso que algum dia aconteça.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2005
Uma das coisas boas que a vida nos proporciona
É bom sentir a saúde voltar a encher os músculos do seu sumo, depois de a febre os ter espezinhado durante alguns dias. É bom. Até as irritações parece que irritam menos.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2005
Margens de erro
As eleições americanas deste ano foram por mim seguidas com bastante mais proximidade do que eu próprio estaria à espera, em grande medida devido a um site chamado Electoral Vote Predictor (sim, ainda lá está, mas parado desde pouco depois das eleições), que analisou ao longo de vários meses toda a informação que ia recolhendo sobre as tendências de voto dos americanos. Esse site, ou, mais propriamente, o seu feed RSS, forneceram-me informação fresca todos os dias, e várias vezes dei por mim a pensar que seria óptimo que se fizesse qualquer coisa do género em Portugal também.
Não sei se terá sido essa a fonte de inspiração do Pedro Magalhães para criar o Margens de Erro, mas o que é verdade é que este blog parece ser exactamente um EVP à portuguesa. Só posso achar a ideia óptima. E o seu feed, claro, já faz parte da lista do meu agregador.
Não sei se terá sido essa a fonte de inspiração do Pedro Magalhães para criar o Margens de Erro, mas o que é verdade é que este blog parece ser exactamente um EVP à portuguesa. Só posso achar a ideia óptima. E o seu feed, claro, já faz parte da lista do meu agregador.
Gripe
A gripe é tramada. Ataca um gajo quando um gajo está de costas, nem aviso dá, e um gajo não pode fazer nada que não seja cair de cama, torcendo-se com a dor de cabeça e as convulsões da tosse, enquanto desespera pela hora de tomar a dose seguinte de comprimidos que baixem a febre dos 39 e contribuam, deseja-se, para uma cura rápida.
Ao fim de demasiados dias, pois são sempre demasiados, chega a convalescença, aquela fase ridícula em que ainda se está doente mas já não se está propriamente doente, em que se faz uma vida que se tenta ir fazendo regressar ao normal mas com muito, muito cuidadinho, como se ela, a vida, se tivesse de repente tornado frágil como cascas de ovos.
Mas nem tudo é mau. Na convalescença, enquanto se espera que o corpo recupere o suficiente para tomar um banho e sair para a rua a fazer a vida de todos os dias, há tempo e disponibilidade de pôr algumas coisas em dia. E para fazer um primeiro post no blog.
Ao fim de demasiados dias, pois são sempre demasiados, chega a convalescença, aquela fase ridícula em que ainda se está doente mas já não se está propriamente doente, em que se faz uma vida que se tenta ir fazendo regressar ao normal mas com muito, muito cuidadinho, como se ela, a vida, se tivesse de repente tornado frágil como cascas de ovos.
Mas nem tudo é mau. Na convalescença, enquanto se espera que o corpo recupere o suficiente para tomar um banho e sair para a rua a fazer a vida de todos os dias, há tempo e disponibilidade de pôr algumas coisas em dia. E para fazer um primeiro post no blog.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2005
Gargalhadas onomásticas
Acabei de dar com as listas de "vocábulos não admitidos como nomes próprios", no site da Direcção Geral de Registos e Notariado. É de rir até às lágrimas! Os nomes que este povo tenta atirar para cima dos pobres filhos são completamente hilariantes.
Está aqui, em ficheiros PDF. Divirtam-se. Ou espantem-se. Ou divirtam-se espantados.
Está aqui, em ficheiros PDF. Divirtam-se. Ou espantem-se. Ou divirtam-se espantados.
terça-feira, 4 de janeiro de 2005
Palavras enviadas directamente ao cérebro e distribuídas em partes iguais pelos centros emocionais e pelos centros racionais
Tenho de chamar a atenção (e de aplaudir de pé) para os dois últimos posts do Diário Ateísta. Com as pequenas contradições entre um e outro e tudo.
A verdade
A verdade é que as catástrofes, seja qual for a sua origem, humanamente natural ou naturalmente humana, despem de subterfúgios o que de melhor e de pior há no Homem.
Talvez não fosse assim se vivêssemos nus uns para os outros.
Talvez não fosse assim se vivêssemos nus uns para os outros.
domingo, 2 de janeiro de 2005
2005
Diz o Cachapa:
Não podia estar mais de acordo.
Mas, por outro lado, quando paramos de tentar alcançar algo mais, paramos de ser humanos. A insatisfação com o presente é uma das mais importantes coisas que nos mantém de pé. No momento em que a vida é posta em causa, é ela a coisa mais importante, mas assim que a ameaça passa um pouco outras coisas surgem no topo das prioridades. A dignidade. A justiça. O futuro. O modo como seremos lembrados - e se seremos lembrados - quando a vida se nos esgotar. Essas coisas.
Então, se calhar, e afinal de contas, concordo discordando...
Ia escrever: "2005 não poderá ser pior", mas vêm-me à memória as imagens trágicas em directo dos paraísos para ocidentais. E todas as certezas caem por terra. Mesmo as que se referem à importância das coisas que por aqui se discutem. Todos os sobreviventes do maremoto diziam "estou vivo e isso é que interessa". Que nos fique a lição para o ano que começa.
Não podia estar mais de acordo.
Mas, por outro lado, quando paramos de tentar alcançar algo mais, paramos de ser humanos. A insatisfação com o presente é uma das mais importantes coisas que nos mantém de pé. No momento em que a vida é posta em causa, é ela a coisa mais importante, mas assim que a ameaça passa um pouco outras coisas surgem no topo das prioridades. A dignidade. A justiça. O futuro. O modo como seremos lembrados - e se seremos lembrados - quando a vida se nos esgotar. Essas coisas.
Então, se calhar, e afinal de contas, concordo discordando...
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