Criaturas piedosas, afastai-vos! Ide para longe! Erguei uma vedação contra tal mafarrico! Pois que o teste da pureza divina o condenou ao sexto nível do mais dantesco dos Infernos. Ide! Fugi! Não lhe tocai, pois podeis ficar contaminados pela sua impiedade. Sim, pois que a heresia é uma doença que se pega aos mais incautos e além disso é brutalmente divertida.
Oh! O que eu fui escrever!
Estou perdido! Toquei-lhe. Aí vou eu também para a Cidade de Dis! Orai pela minha alma, beatos e beatas tementes a deus e ainda não fumados, pois que até já escrevo deus com minúscula e tudo! Oh, desgraça! Oh, perdição! Oh, Satanás, como tens passado? Tás bom, pá? E este tempo, hã? Quentinho, não? Porreiro, pá. Olha lá, a propósito, tu não terás por acaso nada a ver com o aquecimento global, não? Ah, isso é obra dos crentes? Eh pá, pronto, desculpa lá, mas julguei ver uma relação. Inferno, chamas eternas, quentinho, aquecimento, e tal. Não? Pronto, tá bem, já não está cá quem falou.
Então o que é que se bebe aqui por Dis? Tou cá com uma sede!...
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
domingo, 25 de novembro de 2007
Isto está mesmo bom
Anteontem: falha de luz. Duas horas e tal que deviam ter sido gastas a trabalhar passadas a olhar o negro da noite. O luar de lua cheia fazia umas sombras nítidas e conseguiam-se distinguir as cores, mas quinze minutos teriam bastado para satisfazer o urbanita desabituado de ver as estrelas devido ao brilho da iluminação pública.
Ontem: falha de luz. Não sei quanto tempo durou porque estava a dormir, mas sei que o despertador se esqueceu das horas, e por isso acordei duas ou três horas depois do que devia. Ou seja: trabalhei duas ou três horas menos do que devia.
Hoje: falha de água. Rebentou uma conduta, parece, e cortaram a água. Já há por aí uns cheiros esquisitos a flutuar pela cidade, ou será cá em casa?
Isto está mesmo, mesmo bom. Que se segue? A internet? O ar?
Ontem: falha de luz. Não sei quanto tempo durou porque estava a dormir, mas sei que o despertador se esqueceu das horas, e por isso acordei duas ou três horas depois do que devia. Ou seja: trabalhei duas ou três horas menos do que devia.
Hoje: falha de água. Rebentou uma conduta, parece, e cortaram a água. Já há por aí uns cheiros esquisitos a flutuar pela cidade, ou será cá em casa?
Isto está mesmo, mesmo bom. Que se segue? A internet? O ar?
terça-feira, 20 de novembro de 2007
See you later, spammygator
É com este post que a lista dos spamemas que foram publicados aqui na Lâmpada desaparece da página inicial, onde tem estado nos últimos meses. Mas nada temam, ó fãs de tal absurdo empreendimento: essa mesma lista está a partir de agora e para todo o sempre (ou pelo menos enquanto existir o archive.org) ligada desde a definição da coisa ali do lado direito. Podem continuar a deliciar-se ou enojar-se ou irritar-se ou encolher os ombros com a minha reciclagem.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
A Antologia
Estão a ver o boneco aqui ao lado? É a capa de um projecto com mais de dois anos que finalmente viu a luz do dia há pouco mais de uma semana.
Nasceu de uma irritação. A irritação de ver que neste país, sistematicamente, as coisas se fazem com base na panelinha, e que em todas as antologias de contos ligadas à ficção científica e ao fantástico que são publicadas os autores não submetem as suas obras à apreciação dos editores, mas são convidados a participar, por critérios que até podem ser honestos mas não se livram da suspeita de se regerem mais por amiguismos e cumplicidades do que pela qualidade. Especialmente porque o resultado é invariavelmente que as antologias que acabam por ser publicadas são coisas coxas e estropiadas, com um punhado de contos bons, quando os têm, ao lado de outros tão maus que de outra forma nunca seriam publicados. É praga já antiga e que não parecia haver meio de solucionar, tendo atacado todas as antologias que conheço, da velha O Atlântico tem Duas Margens, da Caminho, às mais recentes antologias publicadas pela Chimpanzé Intelectual e pela "minha" Saída de Emergência (a antologia lovecraftiana seria muito boa com metade daqueles contos), passando pelas iniciativas mais ou menos simétricas que viram a luz do dia nos entretantos.
A irritação não me atacou só a mim, mas de todos os outros irritados só o Luís Filipe Silva respondeu ao desafio que lancei de fazer qualquer coisa a respeito. E deitámos os dois mãos à obra, construindo a antologia à vista de toda a gente, centralizando o trabalho num blogue, sem fazer um único convite, e em vez disso avaliando o material original que nos era enviado de moto próprio por escritores de ambos os lados do Atlântico. A participação excedeu as nossas expectativas, apesar da notória ausência de alguns dos nomes mais sonantes no género, em especial em Portugal (imagina-se que estariam desconfiados de que o processo nunca chegaria ao fim... ou então que estão demasiado confortáveis com a cegarrega dos convites para se arriscarem a ter o seu trabalho avaliado antes de ser aceite). E apesar de algumas peripécias pelo caminho, quatro meses mais tarde tínhamos uma antologia pronta para ser anunciada no Fórum Fantástico de 2005, e que poderia ter sido editada dois ou três meses mais tarde.
Não foi. E os motivos por que não foi dariam uma história demasiado longa e triste para ser contada aqui. Mete narizes a bater na porta de editoras atrás de editoras, antes ainda de ler uma palavra, só à menção da terrível expressão "ficção científica", prazos sucessivos e sucessivamente quebrados, telefonemas por atender, mails por responder e uma cada vez maior impaciência de minha parte (e, naturalmente, de parte de pelo menos alguns dos autores que ma faziam chegar porque era principalmente eu quem contactava com eles). Até que acabei por bater calmamente com a porta. A intenção? Forçar a uma clarificação de parte do parceiro: se quisesse mesmo avançar com o processo, que fizesse alguma coisa por isso; se não, que ficasse ele com essa responsabilidade, caso em que eu planeava pegar nas coisas onde ele as tivesse deixado.
Felizmente, ele decidiu levar as coisas adiante. Ano e meio depois do que seria desejável, mais de um ano depois do que seria possível, oito ou nove meses depois do que tínhamos combinado, mas como nestas coisas não existem tardes demais, o projecto está agora de novo nos eixos, e o Luís até está a fazer um bom trabalho de divulgação do produto final.
E que produto final é esse? Está descrito aqui e aqui. São 14 contos de 13 autores, mais uma introdução do Luís. Três são contos fantásticos, dois são de terror, um é história alternativa e os outros oito são de ficção científica (tornando, portanto, a capa enganadora, mas não muito). Um pertence a um universo partilhado brasileiro que já gerou também uma antologia em papel, muitos outros contos e pelo menos um romance. Um outro é sequela de um conto nomeado para um grande prémio internacional. Um conto é uma colaboração de pai e filho, algo que tanto quanto sei é inédito na FC&F portuguesa. Outro é, ao que sei, a única incursão na FC&F adulta até agora de uma autora experiente na literatura para a infância e juventude. Vários outros são estreias, por um motivo ou por outro, primeiro conto aceite para um livro, primeira publicação em livro, primeira publicação em livro em Portugal, primeira publicação em Portugal, etc. E embora haja, naturalmente, contos de que os seleccionadores gostam mais e outros de que gostam menos, embora talvez nenhum deles seja uma das obras-primas que nos deixam com aquele uau na boca depois de ler, nenhum é um mau conto, e estão todos bem acima dos impublicáveis que teimam em surgir nas antologias feitas por convite.
Chama-se Por Universos Nunca Dantes Navegados e vale muito a pena ler. Bem sei que sou suspeito para dizer isto, mas vão por mim que não se enganam. E depois de o lerem, digam o que acharam. Estou muito curioso com as vossas opiniões.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Dir-se-ia
Há tantas obras neste momento em Portimão que dir-se-ia que o ano que vem é ano de eleições...
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