sábado, 28 de março de 2009

Semana

Cá temos mais uma no fim, inesperado acontecimento que se repete todas as semanas. É assim como os festejos de fim de ano, ou do carnaval: há todos os anos, mas todos os anos enchem páginas e páginas de jornais e longos minutos de noticiário televisivo. Aqui as minhas notas têm a vantagem de serem mais variadas, pelo menos nas leituras e no que vou dizendo sobre elas.

Sim, porque quando falo de trabalho pouco há a dizer, além de informar (desta vez) que a revisão do último livro do Martin está prestes a terminar. E estou a gostar do resultado do labor destes últimos meses, francamente. É sempre bom quando isso acontece.

No wiki, a semana foi gasta principalmente a adaptar as páginas das colecções ao novo formato, aproveitando para corrigir alguns erros e acrescentar alguma informação em falta. Mesmo assim, subiu às 16 021 páginas, o que significa 40 novidades.

E agora, leituras:

Em estrangeiro resumiram-se a New Lightning, um pequeno poemita de Ruth Berman sobre os novos tipos de relâmpago de grande altitude que têm sido descobertos recentemente. Achei muito fraquinho e desinteressante, francamente.

Que Será Feito de Sally?, de Ray Bradbury é um conto mainstream sobre um homem de meia-idade a quem uma canção tocada num bar faz lembrar uma antiga namorada do liceu e que decide procurá-la, acabando desiludido. Está bem escrito, é verdade, mas não é nada de especial, até porque há histórias destas ao pontapé, tanto na literatura como no cinema.

Também de Bradbury, Nada Muda é um conto fantástico no qual um homem repara que as mesmas caras se repetem nos livros de curso dos liceus ao longo dos anos... incluindo a dele. É um bom conto, apesar de lhe faltar o golpe de asa dos melhores contos de Bradbury.

O Decendente, de H. P. Lovecraft, não passa dum fragmento de uma história, no qual se faz referência ao Necronomicon mas que tem pouco mais do que isso. Além de eu não gostar do estilo de Lovecraft, tenho de dizer que a tradução do meu amigo Gabriel Boz deixa muito a desejar. É preciso ser-se um tradutor bastante bom e experiente para se conseguir deixar Lovecraft legível, e o Boz tentou dar um passo maior do que a perna. A soma de um mau texto de Lovecraft com uma má tradução é, inevitavelmente, bastante má.

De Saramago li mais uma crónica pessoal, intitulada Carta Para Josefa, Minha Avó. É um texto onde ele revela a sua incompreensão perante a resignação, e mesmo o contentamento, com que a avó aceita os seus horizontes limitados, e tem esse interesse, além da escrita competente que seria de esperar.

Também li mais um muito pequeno conto de Bradbury, O Contribuinte, sobre um homem que acha que, porque paga os seus impostos, tem direito a embarcar para Marte no foguete que se prepara para partir. É outro dos contos que valem mais pelo efeito que têm no livro em que se incluem do que por si próprios. Este caracteriza o clima emocional, e mesmo político, que se vive na Terra enquanto se explora Marte.

Por fim, li As Cartas, de um autor que desconhecia, Mendes A. E não posso dizer que tenha ficado bem impressionado com este exercício de estilo de fundo católico. Muito pelo contrário.

Li outras coisas, uns artigos, uma curta BD lovecraftiana, avancei algumas dezenas de páginas em dois romances. Mas destes falarei apenas quando os terminar, e daqueles não me parece que valha a pena falar. De BD percebo ainda menos do que de literatura, e nenhum dos artigos foi suficientemente desenvolvido ou relevante para me levar a ter uma opinião. Quanto ao resto...

... quanto ao resto fica para o futuro. Que começa a revelar-se já na semana que vem. Até lá.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Interrupções na disponibilidade de sites

OK, malta, isto é um aviso a todos os visitantes dos sites que eu alojo nos domínios bibliowiki.com.pt, e-nigma.com.pt e ficcao.com.pt. Devido a trabalhos de manutenção e upgrades nos sistemas da empresa que os aloja, é provável que eles fiquem intermitentemente indisponíveis ao longo da madrugada de sábado para domingo (hora portuguesa). Em princípio, no domingo tudo já deverá ter voltado ao normal.

Peço desculpa pelo incómodo que isso poderá causar a alguns de vocês, mas é por uma boa causa.

terça-feira, 24 de março de 2009

Acontecem coisas estranhas com as minhas críticas

Agora foi uma crítica publicada há sete anos, no E-nigma, sobre o romance de Clifford D. Simak Estação de Trânsito que apareceu parcialmente republicada num blogue afiliado à biblioteca do Instituto Politécnico de Bragança. Como? Porquê? Não sei, visto que ninguém me contactou, ninguém me disse nada, ninguém me pediu autorização (embora este tipo de republicação possa estar abrangido pelo conceito de fair use). Em princípio, não tenho nada a opor a que as minhas críticas surjam noutros sítios, mas gostaria de saber antecipadamente onde e porquê, especialmente num caso como este em que ela surge pela metade. E embora registe com agrado que o nome do autor está lá, o que nem sempre acontece (há muita, muita falta de ética por aí), gostaria que também estivesse uma ligação para a publicação de onde ela foi retirada, até para que quem quisesse a pudesse consultar na íntegra.

sábado, 21 de março de 2009

Semana

Já todos sabem, não é? Pelo menos todos os que se interessam por tal informação. Escuso, portanto, de informar o mundo que a tradução está concluída e à espera que eu desanuvie (se os montes de esterco barulhentos que moram por cima de mim deixarem) o suficiente para me lançar a uma revisão atenta e com calma.

(Alguém conhece um mafioso simpático que parta pernas a um preço camarada? Conhecem? Sorte a vossa.)

Naturalmente, o wiki, que já andava a ficar tristonho com a falta de atenção, voltou a mexer de forma visível, embora em boa medida graças a algumas ajudas. Tem neste momento 15 981 páginas, mais 89 do que na semana passada. Mas as alterações não se resumiram a criar páginas novas: também temos uma nova forma de apresentar as colecções, exemplificada com a Bang! e já implementada em cerca de 20 outras colecções mais pequenas. Dá mais trabalho, sim, mas também fornece muito mais informação apresentada de um modo fácil de consultar, o que constitui todo o objectivo da coisa.

Nas leituras, acabei uma antologia de FC francesa lendo o artigo que a encerra, basicamente uma bibliografia daquilo que, segundo a organizadora, merece mais relevo no que foi publicado no género até ao início dos anos 70. O livro chama-se O Sexo na Moderna Ficção Científica, e é um título algo desadequado. Não que não contenha FC, embora alguns dos contos se desviem mais para outros registos, não que não tenha sido mais ou menos moderna na época em que o livro saiu, mas sexo tem muito pouco. Debruça-se sobre muitas questões relacionadas com o género, com os afectos, mas sexo propriamente dito, daquele que justifica todos aqueles pénis tentaculares da capa e das ilustrações interiores, tem muito pouco. Salvo uma ou duas excepções, é um livro francamente púdico. E também é um livro bastante irregular a todos os níveis: não havendo nenhum conto muito bom, há dois ou três bons, uma série de contos interessantes, alguns maus e um horrendo; e a tradução oscila entre o bom e o muito mau, às vezes assinada pela mesma pessoa (os tradutores são três). Somando tudo obtém-se um livro medianozinho, mais desviado para o lado mau do que para o bom, embora não deixe de ter o seu interesse. Afinal de contas, a edição de FC francesa em Portugal foi rara a partir dos anos 70 do século passado, e este é o único exemplo que eu conheço de uma antologia de autores franceses (e contém a única obra que muitos deles publicaram por cá).

Das outras leituras consta O Sapateiro Prodigioso, uma crónica de José Saramago sobre um sapateiro que terá conhecido, supõe-se, e que, apesar do título, nada tem de fantástico. O prodígio está no homem se dedicar a profundas questões filosóficas quando menos se esperaria.

Também consta Os Homens da Terra, de Ray Bradbury, um óptimo conto, cujo grande ponto forte é o modo como toda a inverosimilhança que encerra acaba por encaixar no fim. À primeira vista é um conto sobre o primeiro contacto entre terrestres e extraterrestres (neste caso, marcianos), mas vai bastante além da primeira vista.

A segunda leitura mainstream da semana foi O Homem da Luz, um conto do José Eduardo Agualusa sobre a loucura da guerra civil e a magia do cinema. Também gostei bastante.

Rejection, de Robert Reed, foi a leitura em estrangeiro da semana, um conto de ficção científica que também se debruça sobre o primeiro contacto entre nós e os ETs. Mas este é tratado duma forma curiosa, como se fosse um namoro, com as suas hesitações, idas e vindas e frustrantes investimentos emocionais. Não posso dizer que tenha gostado assim muito, mas a ideia é engraçada.

E por fim, as leituras concluíram-se com Conduzindo às Cegas, outro conto de Bradbury sobre um homem misterioso que aparece numa cidadezinha americana a vender carros com um capuz opaco enfiado na cabeça, despertando todas as curiosidades (e fartando-se de vender carros) e a amizade curiosa de um rapazinho. Outro bom conto, entre o fantástico e a americana, pendendo para aquele à superfície e para esta em profundidade.

E é isso o que tenho para vos dizer sobre a semana que passou. Portem-se bem, se for essa a vossa inclinação.

sábado, 14 de março de 2009

Semana

Pronto, já ali está a dar o top+, de modo que é capaz de ser sábado outra vez. Mas isto hoje vai ser curto, que não tenho muito tempo.

A semana correu melhorzinho, ténquiuvérimóche. O livro, que é o que interessa mesmo a metade do pessoal que lê estes posts, está a 81 páginas do fim, e é possível que o tenha pronto ainda durante a semana que vem.

O wiki cresceu pouco, mas cresceu. Neste momento com 15 892 páginas, só tem mais 35 do que há uma semana.

A parte das leituras é que tem mais que se diga, porque li uma série de coisas, embora quase todas muito curtas.

Li A Aparição, de José Saramago, uma historieta de fantasmas que talvez não seja mesmo uma historieta de fantasmas. Bom. E o mais curioso (curioso com um pendor algo diabolicozinho, admito) é eu ter a certeza de que quem não gosta de Saramago era capaz de gostar desta história... desde que não soubesse que é dele.

Li A Noite de Verão, de Ray Bradbury, historinha sobre uma sociedade atacada por visões colectivas. É mais uma história que vale mais pelo efeito que tem sobre o livro em que se enquadra do que por si própria.

Li O Celacanto, de Mário de Carvalho, conto fantástico algo surrealista sobre os problemas que causa a uma galeria de arte um celacanto (sim, o peixe) que resolve pôr-se a passear do lado para o outro armado em balão. Divertido, e tecnicamente muito bem feito.

Em estrangeiro só li um poeminha muito pequeno, Poor Richard's Analogue, de Steven Utley. Uma brincadeira de história alternativa centrada em Benjamin Franklin. Escapatório.

Regressando a Bradbury, li Fi Fa Fó Fum. Sob este título bizarro esconde-se um conto francamente bom sobre uma velha paranóica (e provavelmente mais do que um pouco demente) que está convencida de que o marido da neta a quer matar com um leão disfarçado de triturador. E se calhar quer mesmo. Mas a velha é mulher para lhe dar a volta, oh se é!

Por fim, li Voltemos Para Casa, Masculamor, de Bernard Mathon, um conto de ficção científica contado pela IA de um elevador, que vai assistindo, patamar a patamar, ao desenrolar de um drama familiar (heterossexual) numa sociedade de homossexualidade normalizada e dominada pelas mulheres. Não será propriamente bom, mas é curioso.

E foi isto. Também ando a ler um romance, mas dele falarei quando o terminar. Até ao próximo sábado.

sábado, 7 de março de 2009

Semana

Tenho de arranjar tempo para escrever uns posts que tenho aqui já matutados na cabeça. Isso e mais uma série de coisas. Contos, e tal. Mas enquanto não dá, a Lâmpada vai ter de continuar reduzida a estes updates semanais e a pouco mais. Para compensar, acrescentei ali ao fundo da barra da direita uma caixinha nova com os updates que vou fazendo no meu twitter.

Para mim, o twitter tem uma grande vantagem sobre o blog tradicional: serve para comunicação directa com as pessoas, quase em regime de mensagens instantâneas, para pensamentos rápidos, para desopilar e aliviar a pressão intelectual do trabalho, para disparatar à vontade. Desde que tenho twitter, nunca mais houve aqui na Lâmpada posts curtos de uma ou duas linhas, que constituíram uma boa percentagem do conteúdo deste blogue em certas fases da sua vida: isso foi transferido para o twitter. Aqui ficou apenas aquilo que não pode ser dito num instante. E como aquilo que não pode ser dito num instante também não pode ser pensado num instante, o conteúdo actual da Lâmpada exige tempo. Que é coisa que não abunda.

Mas divago. Este post pretende ser sobre a semana que passou.

Passou a traduzir, naturalmente. O saldo, contudo, foi fraco: só 45 páginas. Estou FARTO, assim mesmo, em maiúsculas, itálico e negrito, de viver rodeado por gente que acha que pode fazer o escarcéu que lhe dá na real gana às horas que muito bem entende, e mais farto ainda das leis deste país serem uma merda que não protege quem precisa de sossego porque trabalhar, para nós, significa usar o cérebro, o que implica concentração e exige noites bem dormidas, o que implica silêncio. Tivesse eu dinheiro, e mudava-me para o campo. Ontem.

Sim, que furar os tímpanos é capaz de ser solução demasiado radical.

Adiante. O wiki subiu para 15 857 páginas, com uma ajudinha dum amigo, o que equivale a 63 novidades. Também não é grande coisa.

Só nas leituras a semana foi igual às outras.

Terminei um romance bastante bom de ficção científica ciberpunk. Snow Crash, de Neal Stephenson, que em português recebeu o disparatadíssimo título de Samurai: Nome de Código. Uma idiotice, este título, capaz de fazer supor o pior da tradução, mas quem culpar o tradutor está a cometer uma tremenda injustiça, pois a tradução, que não é fácil, está muito boa, e tudo indica que o título não foi da responsabilidade do tradutor e sim da editora. Cheguei a essa conclusão sherlockianamente, mas para explicar isto vou falar um pouco do livro.

O romance conta a história de um hacker, Hiro Protagonista, que se vê envolvido numa movimentada trama em que se mistura a vida real passada nuns Estados Unidos pulverizados anarquicamente numa imensidão de minúsculos estados soberanos corporativos, e uma realidade virtual chamada "metaverso", e mete cultos antigos, umas ideias malucas do Stephenson sobre neurolinguística e os paralelismos entre a programação de computadores e a do cérebro. Tudo sustentado por uma súbita infecção de um terrível vírus que infecta tanto computadores como cérebros, a que ele chamou, precisamente, "snow crash". É esta infecção que constitui a linha dorsal do romance, motivo pelo qual o Stephenson escolheu o nome do vírus para título do livro.

Na tradução portuguesa, o tradutor decidiu chamar ao vírus "nevão marado". Assim, a seco, é uma opção discutível, mas perfeitamente compreensível dada a dificuldade de traduzir numa palavra suficientemente ágil o conceito de crash informático (motivo que leva, aliás, toda a gente a dizer coisas como "o computador crashou"). Lendo-se o livro, compreende-se que essa opção joga perfeitamente com todo o estilo do texto. E ao chegar ao fim, se se lerem os agradecimentos, lê-se uma frase que começa com "Para terminar, depois da saída da primeira edição de Nevão Marado [...]", o que indica que foi esse o título escolhido, correctamente, pelo tradutor. Aparentemente, a editora teve medo dum título assim tão iconoclasta. E alterou-o para o absurdo que ficou. Sem alterá-lo onde aparecia no corpo do livro, o que também é típico.

Esquecendo o título português, o livro é muito bom. Bem traduzido, bem concebido e bem concretizado, encontro-lhe apenas dois defeitos: torna-se algo maçudo durante os infodumps que Stephenson usa para explicar as ideias que o levaram a esta história (e as ideias são suficientemente estrambólicas para abalar significativamente a suspensão da descrença), e felizmente que só os introduziu depois de passar de meio, e, bem... ser ciberpunk, um estilo demasiado preso ao presente da época em que é escrito para continuar a funcionar bem enquanto FC alguns anos mais tarde. E Snow Crash foi publicado em 1992, já vai quase para vinte anos. Está demasiado repleto de anos 80.

E também li uns contos, não foi só o romance.

Um Natal há Cem Anos é uma pequena vinheta de José Saramago sobre a desilusão infantil de não se ser levado a sério. A identificação com o miúdo que tenta sem sucesso contar uma história aos adultos foi total. Julgo que algo de semelhante terá acontecido à maioria de nós em crianças. Muito bom.

Ylla, de Ray Bradbury, é um conto sobre o sonho e o ciúme. O Marte bradburiano está cheio de americanos, com algumas diferenças mas muito mais semelhanças com os seus compatriotas terrestres, e esta história é uma das que tornam isso mais evidente. O espantoso é ele conseguir safar-se com isso, graças a uma escrita de altíssima qualidade e a uma forma soberba de contar histórias.

Sete Andares, de Dino Buzzati, é um conto kafkiano que, em jeito de parábola sobre a vida, descreve o modo como um homem é internado com uma doença ligeira num sanatório, organizado por forma a que os casos mais leves fiquem no último dos sete andares e os irremediáveis no primeiro. Apesar de previsível desde as primeiras páginas, não deixa de ser um conto interessante.

Pick my Bones With Whispers, de Sally McBride, é uma óptima história de ficção científica, passada num mundo extraterrestre em estudo por um grupo de exploradores, que constituem uma sociedade isolada em que a generalidade dos membros se transferiu para a virtualidade, abandonando a biologia (mesmo assim transumanística, complementada com implantes cibernéticos e biónicos) excepto no que toca à reprodução. Vemos essa sociedade pelos olhos de uma jovem que vai ser forçada, por forças fora do seu controlo, a fazer o que não quer.

Lembra-se de mim?, de Ray Bradbury, é outra história mainstream sobre o encontro casual de dois americanos, vagamente conhecidos, em Itália. Nada de transcendente, sob todos os aspectos.

Finalmente, O Encontro no Sul, de Michel Jeury, é um conto fronteiriço entre a fantasia, o horror e a ficção científica, no qual um homem se vê compelido a procurar uma mulher que lhe invade o cérebro com um chamamento telepático a que ele não é capaz de resistir. Mas o mundo em que vive é um futuro violentamente distópico, no qual a noite está entregue a um banditismo mais ou menos institucionalizado. De modo que o homem vai encontrar a mulher mas não como estava à espera. Razoável.

E foi isso. Foi uma boa semana no que toca a leituras, mas má sob todos os outros aspectos. Oxalá a próxima seja melhor.