A gripe é tramada. Ataca um gajo quando um gajo está de costas, nem aviso dá, e um gajo não pode fazer nada que não seja cair de cama, torcendo-se com a dor de cabeça e as convulsões da tosse, enquanto desespera pela hora de tomar a dose seguinte de comprimidos que baixem a febre dos 39 e contribuam, deseja-se, para uma cura rápida.
Ao fim de demasiados dias, pois são sempre demasiados, chega a convalescença, aquela fase ridícula em que ainda se está doente mas já não se está propriamente doente, em que se faz uma vida que se tenta ir fazendo regressar ao normal mas com muito, muito cuidadinho, como se ela, a vida, se tivesse de repente tornado frágil como cascas de ovos.
Mas nem tudo é mau. Na convalescença, enquanto se espera que o corpo recupere o suficiente para tomar um banho e sair para a rua a fazer a vida de todos os dias, há tempo e disponibilidade de pôr algumas coisas em dia. E para fazer um primeiro post no blog.
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