segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
Comentário a Rui Tavares
O Rui Tavares pôs hoje no blogue dele uma posta salomónica, com a qual concordo quase por inteiro. Mas como falta o quase, tentei deixar lá um comentário a explicar o quase que falta. Só que o weblog.com.pt está transformado na maior porcaria que já vi e o comentário não entrou. Assim, aqui fica:
Hm... não pode ser que andes a ler o que eu escrevo em sites de redes sociais... ou pode? Não, não pode!
Como já tinha escrito noutro sítio muito do que escreveste aqui, em forma condensada, menos desenvolvida e menos clara, o amen é óbvio e evidente. Só num ponto discrepo, e discrepo de modo fundamental: nos clássicos.
Não, não devem ser os clássicos a fornecer o esteio do ensino da literatura. Os clássicos atraem os miúdos que gostam de história mas afastam e reforçam o preconceito de que ler é chato em todos os outros. O ensino da literatura deve ser equilibrado, com material clássico, moderno, futurista, etc. e tal e coiso, mas fundamentalmente com material que não só seja boa literatura mas seja também divertido. Que ensine aos putos que ler pode estar muito longe de ser a seca que pensam que é.
Só assim se vai lá. Não com clássicos cheios de teias de aranha e chatos como a potassa, e/ou demasiado complexos para mentes imaturas, descrevendo mundos que não só já não existem mas que não lhes interessam nem um bocadinho. Ainda me lembro das estuchas que apanhei na escola a tentar ler alguns clássicos; se não tivesse já o hábito de ler e livros que realmente me interessavam com fartura, estou convencido de que teria pura e simplesmente desistido.
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