Na quinta-feira resolvi desligar o assassino de spam, porque estou à espera de um mail automático que é necessário mas nunca mais chega. Consequência: um alagamento imediato por 100 mensagens-lixo, entre as quais vinha uma com o curioso título de "what's up QFI 95". Que será um QFI 95? Não faço ideia, portanto resolvi seguir o exemplo de todos os inventores de mitos e inventei o meu próprio QFI 95:
Que se passa QFI 95?
Que se passa, QFI 95?
Porque encolheste os teus manípulos de zinco?
Uma fuga de óleo, um rangido
estranho
que não está incluído
nos protocolos de funcionamento
da tua armadura
de estanho?
Se for assim, lamento
a vida é dura
mesmo a vida sem vida de um robot espacial
de um objecto utilitário feito de metal
e por isso vamos ter que desligar-te
e reinicializar-te
para podermos fazer todo o diagnóstico
e obter um prognóstico
sobre o que há a esperar do teu futuro
E quanto ao furo
que tentavas furar no permafrost de Calisto
vai ter de ser abandonado
está mais que visto
não podemos fazer nada com um robot estragado
Que me dizes, QFI 95?
Que estás fechado numa espécie de recinto?
Rodeado de quê? De vinte objectos todos iguais?
É isso?
Erguem para ti vinte manípulos horizontais
e tentam abrir o teu painel de serviço?
Não te entendo. Estás a chegar com muita estática
e a comunicação, que já era pouco prática
com tantos minutos a separar a pergunta da resposta
está agora fraccionada, decomposta
Já não te ouço. Já não te sinto.
QFI 95?
QFI 95!
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