Lá se foram mais uns jogos olímpicos. Segundo as estatísticas, foram os melhores de sempre para os atletas portugueses. É certo que as estatísticas foram muito ajudadas pelo fenómeno Obikwelu, mas não menos certo é que não me lembro de ter havido lugares de destaque em tantas e tão díspares modalidades. Já estávamos mais ou menos habituados ao atletismo e à vela, mas trampolins, ciclismo, canoagem e triatlo são novidades.
Ainda bem. Significa que o desporto português não é só futebol. E ainda bem.
Mas a manada não se interessa por tais detalhes. A selecção de meninos mimados, burros e excessivamente bem pagos que parece que dá pontapés numa bola portou-se vergonhosamente? Então, para a manada, isso só pode querer dizer que a participação portuguesa nos JO foi satisfatória (42%) ou má (37%). Os números vêm do barómetro que o Público publica hoje.
Então e os outros?
Quais outros?, pergunta a manada entre uma ruminadela e um mugido, boca cheia de relva e cachecóis do clube preferido pendurados do badalo.
segunda-feira, 30 de agosto de 2004
domingo, 29 de agosto de 2004
Uma pérola da blogosfera
Via Paulo Querido, acabei de ler o melhor texto sobre o aborto que já li, num blogue que desconhecia. Obrigado, Paulo.
sábado, 28 de agosto de 2004
Quando as experiências inibem a vida
O José Mário Silva casou-se. Deu conta do facto numa série de posts, culminando num entusiasmado "É hoje". Um gajo que eu conheço viu, clicou no linkzinho dos comentários, leu os que já lá estavam e começou a escrever um de moto próprio. Queria felicitar o nubente e desejar-lhe um casamento agradável e longo.
Escreveu e apagou várias mensagens até que desistiu e fechou a janela sem deixar nenhum sinal da sua passagem. Talvez por causa de recordações da sua própria vida, havia em todas as mensagens um mas que se insinuava entre as palavras e lhes fazia perder a honestidade que seria de todo desejável.
Era só uma mensagem, mas às vezes é a vida.
Escreveu e apagou várias mensagens até que desistiu e fechou a janela sem deixar nenhum sinal da sua passagem. Talvez por causa de recordações da sua própria vida, havia em todas as mensagens um mas que se insinuava entre as palavras e lhes fazia perder a honestidade que seria de todo desejável.
Era só uma mensagem, mas às vezes é a vida.
As perguntas que eles fazem
O jornalismo televisivo de vez em quando atinge um destes pontos altos. Aeroporto de Lisboa. Francis Obikwelu e Rui Silva dão uma conferência de imprensa, cada um de medalha ao peito, cada um com um sapato de corrida ao colo, mostrando às câmaras a marca que os patrocina. O jornalista da RTP, depois de um par de perguntas inconsequentes a Obikwelu, sai-se com esta:
— E então, que pesa mais: a medalha ou os sapatos?
O nosso medalhado imigrante nem soube que responder a pergunta tão profunda. Mas eu, daqui, deixo ao Chico uma sugestão para uma próxima oportunidade:
— Olhe, não sei. Por acaso não tem aí uma balançazinha para a gente as pesar, não?
— E então, que pesa mais: a medalha ou os sapatos?
O nosso medalhado imigrante nem soube que responder a pergunta tão profunda. Mas eu, daqui, deixo ao Chico uma sugestão para uma próxima oportunidade:
— Olhe, não sei. Por acaso não tem aí uma balançazinha para a gente as pesar, não?
segunda-feira, 23 de agosto de 2004
Versos avulso
Dias
Há dias que é melhor nem acordar
nem sequer entreabrir um olho
resmungar qualquer coisa
- talvez um insulto, um "vai-te cagar" -
virar para o outro lado e regressar
ao mundo de esquecimento
onde a vida sem ser vida
é mais vida que no mundo deste lado
Há dias que a vontade
ao encontrá-los a espreitar do calendário
é arrancá-los, sem qualquer anestesia
devagarinho e com requintes de sadismo
Mais do que isso não merecem, os cabrões
Há dias que é melhor nem acordar
nem sequer entreabrir um olho
resmungar qualquer coisa
- talvez um insulto, um "vai-te cagar" -
virar para o outro lado e regressar
ao mundo de esquecimento
onde a vida sem ser vida
é mais vida que no mundo deste lado
Há dias que a vontade
ao encontrá-los a espreitar do calendário
é arrancá-los, sem qualquer anestesia
devagarinho e com requintes de sadismo
Mais do que isso não merecem, os cabrões
sexta-feira, 20 de agosto de 2004
Oh, raios partam!
Tava tão lindinha, a Lâmpada. Mais mágica que o Mandrake, mais azul que o céu nublado, com as letras todas nos seus sítios devidos e devidamente visíveis para todos os que as quisessem ver. Mas eis que chegou a inovação: uma barra que permite não sei quê, duplicando as referências ao blogger no meu blog e mais não sei quantos, e que ainda por cima resolve tapar metade (OK, sou exagerado - processem-me) do título.
Oh, raios partam!
E eu, que já tenho pouco que fazer, entre isto e aquilo, vou ter agora de perder uma porção de tempo à procura da razão por que o título já não se chega para baixo do que o blogger resolve meter no topo da página, como acontecia antes, e a arranjar uma maneira de devolver ao título a sua dignidade perdida. E os diacríticos também.
Oh, raios partam!
Oh, raios partam!
E eu, que já tenho pouco que fazer, entre isto e aquilo, vou ter agora de perder uma porção de tempo à procura da razão por que o título já não se chega para baixo do que o blogger resolve meter no topo da página, como acontecia antes, e a arranjar uma maneira de devolver ao título a sua dignidade perdida. E os diacríticos também.
Oh, raios partam!
quarta-feira, 18 de agosto de 2004
Hoje nasceu qq coisa
Vamos a ver agora como se desenvolve, se suja muito as fraldas, se grita muito à noite, se dá aos papás o que os papás esperam dela.
quinta-feira, 12 de agosto de 2004
Efeitos secundários de se saber demais
Quanto mais informação nos chega sobre os últimos escândalos mais se torna óbvio que o estado, em Portugal, não passa de um grande bando de malfeitores. Os liberais apontam para as empresas como exemplos a seguir e à primeira vista têm razão - a quantidade de ruído que nos chega das empresas é bem menor que a que nos chega do estado -, mas quando se olha para os currículos dos malfeitores que actualmente se encontram encvolvidos em certas coisas, em todos eles se encontram longos e proveitosos laços com o mundo empresarial. Ou seja, as empresas, em Portugal não são outro bando de malfeitores: são o mesmo.
Claro, há uma terceira hipótese: a de que neste país não existam jornalistas, mas sim um enorme e barulhento bando de intriguistas.
Claro, há uma terceira hipótese: a de que neste país não existam jornalistas, mas sim um enorme e barulhento bando de intriguistas.
sábado, 7 de agosto de 2004
Versos avulso
As palavras
As palavras
são como
as pessoas
há algumas muito feias
e há outras que são belas
A maior parte
no entanto
nem é carne
nem é peixe
É marisco
As palavras
são como
as pessoas
há algumas muito feias
e há outras que são belas
A maior parte
no entanto
nem é carne
nem é peixe
É marisco
quinta-feira, 5 de agosto de 2004
Só para que conste
Malta, o Luis Rainha escreve num blog. É só para que se saiba. Mas não vai a encontros de geeks, hã? Nada de confusões.
Subscrever:
Mensagens (Atom)