Estou aqui a ouvir o Toni Vitorino, e está-me a soar a eurocepticismo. Fala o homenzinho da Holanda e do resultado das eleições holandesas, dizendo que "subiram os eurocépticos da esquerda e da direita". Como é que ele sabe que os que subiram são eurocépticos? Nada mais simples: quem está/esteve contra o abortado projecto de constituição europeia, é eurocéptico; quem está/esteve a favor, não é.
Ou seja, eu, europeísta, que nada tenho contra uma constituição europeia que não seja um documento neocon da cabeça aos pés, bem mais reaccionário do que a constituição portuguesa, sou eurocéptico. Eu, europeísta, que seria favorável a um documento que protegesse o sistema social europeu em vez de ir buscar inspiração ideológica aos Estados Unidos da América, sou eurocéptico. Para ser europeísta, eu, europeísta, teria de apoiar um documento eurocéptico, que recusa aquilo que a Europa tem de melhor. Como não apoio, sou eurocéptico. Eu, europeísta. Eurocéptico.
Por isso, cheira-me que o Toni Vitorino, o europeísta, é um eurocéptico. Diria mesmo mais, à Dupond (ou será Dupont?): um ganda eurocéptico.
O século XXI é mesmo muito complicado! Fosga-se!
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