Cá temos mais uma no fim, inesperado acontecimento que se repete todas as semanas. É assim como os festejos de fim de ano, ou do carnaval: há todos os anos, mas todos os anos enchem páginas e páginas de jornais e longos minutos de noticiário televisivo. Aqui as minhas notas têm a vantagem de serem mais variadas, pelo menos nas leituras e no que vou dizendo sobre elas.
Sim, porque quando falo de trabalho pouco há a dizer, além de informar (desta vez) que a revisão do último livro do Martin está prestes a terminar. E estou a gostar do resultado do labor destes últimos meses, francamente. É sempre bom quando isso acontece.
No wiki, a semana foi gasta principalmente a adaptar as páginas das colecções ao novo formato, aproveitando para corrigir alguns erros e acrescentar alguma informação em falta. Mesmo assim, subiu às 16 021 páginas, o que significa 40 novidades.
E agora, leituras:
Em estrangeiro resumiram-se a New Lightning, um pequeno poemita de Ruth Berman sobre os novos tipos de relâmpago de grande altitude que têm sido descobertos recentemente. Achei muito fraquinho e desinteressante, francamente.
Que Será Feito de Sally?, de Ray Bradbury é um conto mainstream sobre um homem de meia-idade a quem uma canção tocada num bar faz lembrar uma antiga namorada do liceu e que decide procurá-la, acabando desiludido. Está bem escrito, é verdade, mas não é nada de especial, até porque há histórias destas ao pontapé, tanto na literatura como no cinema.
Também de Bradbury, Nada Muda é um conto fantástico no qual um homem repara que as mesmas caras se repetem nos livros de curso dos liceus ao longo dos anos... incluindo a dele. É um bom conto, apesar de lhe faltar o golpe de asa dos melhores contos de Bradbury.
O Decendente, de H. P. Lovecraft, não passa dum fragmento de uma história, no qual se faz referência ao Necronomicon mas que tem pouco mais do que isso. Além de eu não gostar do estilo de Lovecraft, tenho de dizer que a tradução do meu amigo Gabriel Boz deixa muito a desejar. É preciso ser-se um tradutor bastante bom e experiente para se conseguir deixar Lovecraft legível, e o Boz tentou dar um passo maior do que a perna. A soma de um mau texto de Lovecraft com uma má tradução é, inevitavelmente, bastante má.
De Saramago li mais uma crónica pessoal, intitulada Carta Para Josefa, Minha Avó. É um texto onde ele revela a sua incompreensão perante a resignação, e mesmo o contentamento, com que a avó aceita os seus horizontes limitados, e tem esse interesse, além da escrita competente que seria de esperar.
Também li mais um muito pequeno conto de Bradbury, O Contribuinte, sobre um homem que acha que, porque paga os seus impostos, tem direito a embarcar para Marte no foguete que se prepara para partir. É outro dos contos que valem mais pelo efeito que têm no livro em que se incluem do que por si próprios. Este caracteriza o clima emocional, e mesmo político, que se vive na Terra enquanto se explora Marte.
Por fim, li As Cartas, de um autor que desconhecia, Mendes A. E não posso dizer que tenha ficado bem impressionado com este exercício de estilo de fundo católico. Muito pelo contrário.
Li outras coisas, uns artigos, uma curta BD lovecraftiana, avancei algumas dezenas de páginas em dois romances. Mas destes falarei apenas quando os terminar, e daqueles não me parece que valha a pena falar. De BD percebo ainda menos do que de literatura, e nenhum dos artigos foi suficientemente desenvolvido ou relevante para me levar a ter uma opinião. Quanto ao resto...
... quanto ao resto fica para o futuro. Que começa a revelar-se já na semana que vem. Até lá.
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