quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Interruptores? Não: injeções

Ao contrário do que dizia o Herman (através de que personagem? Alguém se lembra? Estou aqui a ter uma branca), a vida não será propriamente como os interruptores, mas é certo que tende a vir em ondas. Pelo menos a minha. Às vezes parece parar, só para passados uns tempos me cair toda em cima como se tivesse pressa de acontecer.

Podia estar mais bem distribuída, convenhamos, no que de resto está longe de estar sozinha. Há carradas de coisas por aí que podiam e deviam estar mais bem distribuídas.

Mas é o que temos, e é com o que temos que temos de lidar.

Com a catadupa de vida que me caiu em cima agora — e logo agora, raios partam! — tenho lidado pondo algumas coisas em espera. Mas hoje tive uma abertazinha, portanto vamos lá despachar um bocadinho do expediente.

Lembram-se de A Injeção Financeira? Uma microficção cuja vida começou aqui mesmo na Lâmpada ainda nos tempos da ortografia antiga e depois se pôs a passear por outros lados já no tempo da nova? Pois agora não se limitou a mudar de ortografia; mudou de língua. Mudou de língua, para castelhano, e vestiu-se de Una Inyección Financiera. E foi publicada na Argentina (ou melhor: na web argentina), num apanhado de microficções que inclui não só um dos primeiros autores que traduzi, ainda amadoríssimo no ofício de pôr em português textos estrangeiros, mas outros dois lusófonos, um português e uma brasileira. O meu antigo traduzido é o Frank Roger, holandês (aliás, uma das histórias que traduzi nessa altura foi o conto que dá título a este livro dele, curiosamente). O português é o inevitável João Ventura. E a brasileira a Ana Cristina Rodrigues. E há mais uma porção de gente, alguma da qual conheço pelo menos de nome (o Gareth D. Jones, o Oscar de los Ríos, o Federico Schaffler, o José Luís Zárate, o Sergio Gaut vel Hartman), a maioria que me é desconhecida. O que não surpreende: a maioria são autores de língua espanhola, e já se passaram muitos anos desde que andei a passar os olhos por aquilo que se ia fazendo na língua hermana.

E era isso o que vos queria dizer hoje. Hasta luego, pues.

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