terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Dez leituras em Algol-7

As Leiturtugas foram, até à pausa, o tipo de post mais popular aqui na Lâmpada. Não deixa de ser curioso que nesta época em que cada site tenta guardar ciosamente para si a atenção de quem o visita, recorrendo para isso a todos os truques, quantas vezes sujos, que encontra na manga, aqui a Lâmpada tenha tido numa série de posts que envia os leitores para outros lados o seu principal motivo de sucesso. Dá que pensar sobre a diferença imensa entre a web que queremos ter e aquela que nos querem enfiar pela goela abaixo, não dá?

As Leiturtugas, pelos vistos, eram parte da web que queremos ter. Uma web hiperligada.

Mas o que é certo é que a pausa as matou.

Eram posts que davam trabalho e gastavam tempo e, se não me parece que tenha estaleca para continuar a ter esse trabalho, o que não tenho mesmo com toda a certeza é esse tempo. Portanto as Leiturtugas não voltarão. Duraram enquanto duraram, e depois morreram, como tudo no universo.

Por outro lado...

Por outro lado, eu continuo a ter os feeds RSS de todas as minhas fontes aqui a mostrar-me sempre que ligo o Thunderbird o que vai sendo publicado. Está cá tudo, quase tudo por ler, e talvez se arranje tempo para ir deitando umas vistas de olhos a esses feeds de vez em quando. E para anotar aqui sempre que encontrar alguma coisa de interessante. Algo com FC, fantasia, fantástico, horror, realismo mágico, enfim aquilo a que gosto de chamar as literaturas do imaginário. Algo que, quando as Leiturtugas estavam vivas, as alimentaria.

Imagino que o resultado seja uma espécie de Leiturtugas aperiódicas, em que as coisas irão aparecer mais ou menos ao calhas, sem nenhuma cronologia definida. Quando se juntarem n links — digamos, 10, para ser redondinho? — publica-se o post, e siga para o próximo. Se houver tempo para ler muitos feeds, publicam-se vários posts desses razoavelmente depressa; se não houver, aparecem períodos longos entre um post e o seguinte. Tudo sem pressas e sem pressões, ao sabor do que a vida trouxer.

Fazer a coisa assim talvez seja sustentável.

Estive aqui a pensar num nome, já que recauchutar Leiturtugas não me parece certo. Dez Leituras em Algol-7 é capaz de ser giro. Algol-7 é um dos planetas que o Mário-Henrique Leiria inventou para os seus Casos de Direito Galático, o que me parece uma referência porreira para o âmbito da coisa, e as dez leituras são... bem... dez leituras. Autoexplica-se. Mas se alguém tiver ideia melhor, sou todo ouvidos. Ou olhos.

E sim, ainda ando naquela fase dos inícios (ou reinícios, no caso), em que se gasta mais tempo e energia a fazer planos do que a pôr mãos à obra. Passará. De resto, a decisão de fazer isto assim foi um bom avanço, porque me andava a incomodar (e um pouco a paralisar) o facto de não saber o que fazer às Leiturtugas — sabia que não ia poder voltar ao mesmo esquema, mas não queria deitar a ideia fora. Agora tomei uma decisão. E como consequência, daqui por diante a coisa seguirá com mais agilidade.

Espero.

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