domingo, 8 de novembro de 2009

Lido: Aventuras

Aventuras, do polaco Witold Gombrowicz, é um conto surrealista sobre, lá está, as aventuras mirabolantes do narrador, que anda o conto todo em bolandas sujeito aos caprichos de um tal "Negro", capitão de navio carregadinho de má índole. Começa por resgatar o narrador às águas do Mediterâneo, para dentro do qual caíra de um navio com destino ao Cairo, para imediatamente o aprisionar e atirar ao Atltântico dentro de um balão de vidro. O narrador consegue ter a sorte de escapar ao balão de vidro, só para ser recapturado pelo Negro e ser atirado ao mar dentro de uma bola de aço, ou talvez um cone, desta feita no ponto mais profundo do Pacífico. Também deste triste fim o narrador se salva, apenas para embarcar em nova aventura da mesma índole, e noutra, e noutra a seguir, cada uma mais estapafúrdia do que a anterior, desenrolando-se cada uma numa paragem mais exótica do que a que lhe antecede. O conto termina com o narrador a dar cabo, sozinho, das trincheiras alemãs da Primeira Guerra Mundial.

Para apreciar este conto há que não o levar a sério. Mas mesmo assim, ele corre um certo risco de aborrecer o seu leitor, porque depois das primeiras peripécias já se está mais ou menos à espera do que aí vem, e o conto é algo longo, ainda que acabem por acontecer algumas reviravoltas mais ou menos inesperadas. Foi, confesso, o que aconteceu comigo. Se o conto fosse mais curto, teria gostado, mas sendo longo como é, não gostei lá muito. Sim, é divertido, mas às tantas dei por mim a pensar: "OK, já me ri. Mas é só isto? Não se sai desta inconsequência?"

E não sai mesmo.

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