segunda-feira, 13 de junho de 2005

Luto

Quando a morte
nos calha em sorte
sempre há quem tente
usar palavras
para lhe fazer frente

Mas na morte
não há palavras
que não sejam ocas
nada lhe pertence
como o silêncio

Ou então o riso
talvez o riso


Escrevi isto a pensar em Eugénio de Andrade. Mas igualmente se aplica a Cunhal. Ou a Vasco Gonçalves. Nenhum destes heróis foi perfeito (não existem heróis perfeitos), mas todos eles o foram, cada um a seu modo.

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