sábado, 4 de abril de 2009

Semana

Olé, olá! Estou a sentir-me levezinho!

É que acabei o último livro do Martin e despachei uma tarefa relacionada com o próximo da Hobb que me foi pedida mais ou menos à última hora. E agora o próximo prazo a cumprir é francamente longínquo. A pressão destes últimos meses foi levantada, e eu respiro. E vai ser agora que vou finalmente fazer tudo aquilo que tenho vindo a adiar por falta de tempo, oh se vai.

Bem, tudo, tudo, talvez não. São muitas coisas. Mas pelo menos escrever umas coisas, responder a uns mails mais "cabeludos", fazer uns desenhos e o mais que se verá não irão escapar-me.

No wiki, a semana teve ajudinha externa. E em parte como consequência, aumentou mais 50 páginas, subindo o total para 16 071. Também é algo a que vou poder dedicar-me mais, espero.

Quanto a leituras, li O Cadáver de James Joyce, conto célebre de José Luís Peixoto. Tem alguns pormenores de linguagem deliciosos, é certo. O insólito da situação descrita (um tipo que a páginas tantas decide que James Joyce não devia estar enterrado na Suíça e põe mãos à obra de corrigir essa injustiça) deverá explicar boa parte da atracção que este conto originou pela bibliosfera portuguesa fora. Mas eu confesso que acabei a leitura com uma pergunta entalada: "OK, e daí?" Literariamente é bom, sem dúvida, mas pessoalmente não retirei dele grande coisa. Este conto fecha o número 3 da revista Ficções, que anda globalmente pelo bom, apesar do texto do Mendes A. e, menos, do Agnon. Os do Mário de Carvalho, do Maupassant e do Agualusa, que são aqueles de que mais gostei, compensam.

Também li mais duas crónicas em que Saramago passa em revista duas figuras da sua infância: O Meu Avô, Também, e O Amola-Tesouras. Gostei mais da segunda do que da primeira, mas não gostei assim muito de nenhuma. São textos introspectivos e umbiguistas, características que raramente me despertam interesse, por mais bem escritos que estejam.

A Terceira Expedição, de Ray Bradbury, fala-nos duma expedição a Marte, cujos membros vão encontrar no quarto planeta aqueles que lhes tinham morrido no terceiro: os pais, os avôs, os irmãos mortos em acidentes, as saudades. Pelo menos em aparência. A realidade é diferente: uma espécie de telepatas que se defende daquilo que vê como uma invasão. Bastante bom.

Também bastante bom, mas por outros motivos, é The War on Treemon, de Nancy Kress, uma noveleta que, aparentemente, se debruça sobre uma guerra, no mundo longínquo de Treemon, entre uma sociedade ditatorial e uma outra em que os valores da tolerância e da humanidade são defendidas com fúria puritana e fundamentalista. A semelhança do título com o célebre slogan bushista de "the war on terror" não é coincidência. É a ficção científica, essa literatura a que chamam por aí escapista, a reflectir em mundos distantes sobre o momento contemporâneo no planeta Terra. E muito bem.

E, além de umas visitas a um par de romances, e de um artigo sobre a geografia mítica lovecraftiana, foram estas as leituras da semana. Dentro de sete dias haverá outras. Até lá.

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