Inundação, de Mia Couto, é um magnífico continho fantástico, muitíssimo poético, sobre o amor, a perda e o desgosto e vice-versa. A história até que é banal, e mesmo o ponto de vista o é: é contada na primeira pessoa por uma criança que um dia descobre a mãe em pranto porque o pai deixou de a amar. Mas está escrita de uma forma tal que toda a banalidade desaparece como que por encanto. E não é esse o único encantamento que aqui existe; há mais magia, vestidos que se enfunam e desenfunam consoante as presenças ou ausências, como metáforas de sentimentos. Maravilhoso, em mais do que um dos sentidos da palavra.
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