quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Reginald Bretnor: Unknown Things

Julgo que nunca tinha lido nada de Reginald Bretnor antes deste conto que, segundo é informado neste Megapack, saiu originalmente em 1989. E confesso que esta data me surpreendeu um pouco. Pelo ambiente, pela forma de escrita, pela abordagem, julguei ser coisa significativamente mais antiga, datada, talvez, dos anos 50 ou 60.

Unknown Things é, pois, uma história muito clássica. Uma daquelas histórias de ficção científica (e fantasia, género onde até talvez sejam mais comuns) centradas na estranheza de uma personagem bizarra, que o protagonista principal, por vezes o narrador, procura decifrar.

Li várias histórias dessas ao longo dos anos e esta, embora esteja contada com eficácia, em nada se destaca das outras.

O protagonista-narrador, aqui, é um vendedor de antiguidades americano que todos os anos passa uma temporada na Grã-Bretanha e na Europa continental à procura de coisas que possa levar para a América para vender. É numa dessas viagens que conhece a personagem misteriosa, um tal Hoogstraten (não me passou despercebido que o apelido dele comece da mesma forma que eu decidi batizar os meus ETs no Embaixadores, o que pode ter tingido um pouco a primeira opinião que a personagem me causou), e o conto prossegue a narrar o que acontece nos encontros entre os dois.

Hoogstraten é aquilo a que se costuma chamar um excêntrico. Podre de rico, aparentemente, paga exorbitâncias por qualquer objeto que lhe caia no goto. Mas procura um tipo muito específico de objeto: coisas de utilidade misteriosa que nem ele, nem os vendedores, consigam determinar qual possa ser.

O conto está construído por forma a preparar o final surpresa, que envolve uma terceira personagem, uma mulher que parece estar nalguma espécie de relação com o excêntrico e deixa o vendedor completamente obcecado. Também o final surpresa é eficaz mas, de novo e para não destoar do resto do conto, não particularmente entusiasmante. Um conto decente, mas apenas isso.

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