segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Mark Cox: Parakeet

E para terminar o triunvirato de poemas do Mark Cox, temos este Parakeet. E de novo há muito em comum com os dois poemas anteriores, não só no que toca à minha capacidade para me lembrar dele, como no que diz respeito a questões mais literárias, à atmosfera, por aí fora.

Embora a paisagem mude, continuando a ser americana mas transferindo-se para os campos de milho do Kansas, este é de novo um texto cheio de vazio criado pelo que esteve mas já não está. Pelo que existiu mas já não existe. Pelo que viveu mas já morreu. Um texto melancólico que, mais uma vez, falhou em atingir-me as alavancas do gosto da forma mais eficaz, embora me tenha levado a gostar de algumas das suas características.

E como eu pouco percebo de poesia, blá blá blá.

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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Mark Cox: Sill

Nem sempre é assim, mas por vezes acontece: os autores não só desenvolvem a sua própria voz, como parecem ganhar uma espécie de obsessões temáticas que os acompanham ao longo de tudo ou de parte daquilo que escrevem. Não sei se é o caso de Mark Cox — dois poemas são muitíssimo insuficientes para tirar esse tipo de conclusão, mesmo que aproximada — mas o facto é que este Sill tem muito em comum com Natural Causes.

Incluindo o facto de não me lembrar de todo de o ter lido pela primeira vez. E incluindo o facto de muito rapidamente a memória de o ter lido da segunda se começa a desvanecer.

E incluindo o facto de, apesar disso, até o ter achado relativamente interessante.

É outro poema cheio de quotidiano, que parte da morte de uma tia-avó e das mudanças que ela traz para tentar chegar a alguma espécie de entendimento do sentido da vida através do efeito que isso tem na sobrinha-neta. Gostei bastante da capacidade que Cox mostra de construir uma atmosfera complexa em muito poucas palavras, mas não foi realmente um texto que me tivesse acionado os botõezinhos do gosto da forma mais completa.

O que, como eu de poesia pouco percebo, deverá ser para Cox completamente igual ao litro. E para vocês também.

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sábado, 1 de fevereiro de 2025

Mark Cox: Natural Causes

Mais uma historinha americana, mais um texto cuja recordação se começa a desvanecer quase assim que acaba. Sim, zero lembrança de o ter lido. Dito isto, achei-o agora, na releitura, mais interessante que o anterior.

Natural Causes é uma pequena reflexão sobre os pequenos acasos de que é feita a vida. A vida e a memória, o que talvez explique em parte o motivo de eu ter achado interessante este poema de Mark Cox, uma vez que tem ligação direta com o motivo por que estive a relê-lo. Não me parece que seja muito bom (mas que sei eu de poesia?), mas tem interesse, o que por vezes é melhor do que ser bom.

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