Reparem nos resultados abaixo. Mostram os resultados destas eleições com 2 freguesias por apurar mais os círculos da emigração, seguidos do número de deputados eleitos, num total de 226, seguidos, entre parêntesis, do número de deputados que seriam eleitos por cada um se o sistema fosse, de facto proporcional:
Partido | Votos | Mandatos Hondt | Mandatos Proporcional |
PS | 2 571 761 | 119 | 105 |
PPD/PSD | 1 638 931 | 73 | 67 |
PCP/PEV | 432 139 | 14 | 17 |
CDS/PP | 414 855 | 12 | 17 |
BE | 364 296 | 8 | 15 |
PCTP/MRPP | 47 745 | 2 | |
PND | 39 986 | 2 | |
PH | 16 866 | 1 | |
PNR | 9 365 | ||
POUS | 5 572 | ||
PDA | 1 604 |
Estão a ver? Nada menos que três partidos sem representação parlamentar teriam direito a ela no caso de existir uma verdadeira proporcionalidade que respeitasse por inteiro a vontade dos eleitores. O Bloco praticamente duplicaria o seu grupo parlamentar. O PP e a CDU teriam um número de deputados bastante mais coincidente com a proximidade dos respectivos números de votos. Serei só eu a achar isto desejável? Afinal de contas, em países que são democráticos há muito mais tempo que o nosso é normal formar-se parlamentos com 8 forças políticas ou mais e não é por isso que os respectivos sistemas são menos estáveris que o nosso. Às vezes, bem pelo contrário.
Estas são algumas dúvidas que me assaltam a cada eleição, de cada vez que constato a grande distância que há entre a vontade do eleitorado e aquilo que o método de apuramento retira dela e a enorme quantidade de votos que não são utilizados para eleger deputados. O meu, por exemplo.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de abusadores. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.