sexta-feira, 9 de junho de 2006

As greves e as pontes

Será que os senhores sindicalistas são tão estúpidos que não compreendem que a sistemática marcação de greves para datas que, com a greve, geram uns diazitos de não-trabalho contínuo até pode aumentar o número dos que não põem os pés no local de trabalho, até lhes pode permitir assim inflacionar os números de uma pretensa "adesão" à greve, mas está a destruir a dignidade e a credibilidade desse modo de luta e a pôr cada vez mais gente contra os grevistas, indentificando-os como preguiçosos e oportunistas?

Será que são tão estúpidos que não compreendem que o recurso sistemático a este tipo de estratagemas rasteiros faz perigar, a médio prazo, o próprio direito à greve? Que qualquer dia teremos um demagogo qualquer a atirar para as greves a culpa do atraso económico português e o povo a aplaudi-lo? E a votar nele?

Será que são tão idiotas que não compreendem que greves dessas se tornam cada vez mais insignificantes como forma de pressão perante as entidades patronais? Cada vez mais irrelevantes? Cada vez mais encaradas como estratagema manhoso para obter uns diazitos de férias e não como manifestação de uma revolta legítima perante o que quer que esteja em causa?

Será que andam tão aparvalhados que nem se apercebem dos tiros que dão nos próprios pés?

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