Alguém um dia disse que o caminho se faz caminhando. E foi isso que fizemos, provavelmente mais de 4 mil pessoas (vi estimativas de 3 mil, vi estimativas de 5 mil, inclino-me mais para as segundas que para as primeiras): caminhámos. E protestámos. E gritámos a nossa revolta contra tanta estupidez, tanto assassínio económico. E grandolámo-los a todos. E enchemo-los de azia.
Para mim, a coisa teve ainda um insólito adicional. Quando cheguei a casa, liguei o computador e tuitei:
De volta a casa. Cansado. Rouco. Com as mãos inchadas e vermelhas de tanto bater palmas. Feliz. Foi a maior manif de sempre em PortimãoFui algumas vezes retuitado, nada de especial. Mas qual não é o meu espanto quando, ao ver o telejornal da RTP 1, deparo com esta cena:
Reconhecem-nos? É o Alexandre Brito, ali, de pé. E no écran gigante, aquela manchinha cor de pele, sou eu. O Alexandre naquele momento está a dizer o meu nome, ou a começar a ler o tuito; depois a cena muda para um écran completo do twitter e a leitura prossegue. Se quiserem ver o segmento, chama-se Manifestações nas redes sociais. E inclui mais dois tuitos, de outras pessoas, várias fotos e as primeiras reações da imprensa online, nacional e estrangeira.
A manifestação foi histórica. A maior de sempre em Portimão, com provável exceção das primeiras grandes manifestações após o 25 de Abril. Apenas provável porque a essas não assisti. Seguro é ter sido maior que a de 15 de setembro. Seguro é ter sido a maior a que eu assisti, em que estive presente, numa terra sem grande tradição de se manifestar, habituada a ver desfilar meia dúzia de gatos pingados. Em 15 de setembro fomos muito mais que meia dúzia de gatos pingados, e hoje fomos mais ainda. Hoje, voltámos a fazer história.
E o pós-manifestação, para mim, foi divertido, muito divertido.
Venha a próxima! A menos que o governo caia entretanto. Isso é que era o melhor resultado possível.
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