segunda-feira, 16 de junho de 2014

Lido: Desconversa da Treta

Desconversa da Treta é o argumento de um sketch que qualquer português que não tenha passado a última década e picos enfiado debaixo dum calhau conhece perfeitamente. É, como é evidente, uma conversa da treta, sobre coisa nenhuma, entre o Zézé e o Toni. Tem graça, não digo que não, mas o contraste entre o texto a seco e a imagem do José Pedro Gomes, com os seus fatinhos todos pipis, e o António Feio, com o sem eterno colete de pele de vaca, é demasiado forte para não deixar nesta leitura um valente sabor a pouco. Nestas coisas do humor há textos que resultam perfeitamente deixados a si próprios. Outros, no entanto, só fazem realmente sentido quando recebem a vida que lhes emprestam os atores. E a Conversa da Treta sempre viveu da forma como o Gomes e o Feio (e acima de tudo a interação entre o José Pedro e o Antómio) davam corpo aos textos absurdos e muitas vezes parvos que lhes serviam de base. Sem eles, pura e simplesmente não é a mesma coisa.

Textos anteriores deste livro:

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