domingo, 15 de junho de 2014

Lido: O Demiurgo

O Demiurgo é um divertido conto de José Eduardo Agualusa, de novo baseado em notícia que terá encontrado numa publicação oitocentista angolana, que nos leva até uma terra que, apesar de estar razoavelmente identificada na notícia (tanto quanto o pode estar uma terreola pequena para alguém que desconhece os detalhes da geografia de Angola), na verdade pouco importa qual é. Pois acontece que na igreja dessa terra começam mais ou menos de repente a surgir umas estranhas manchas na parede. A princípio tomadas por efeitos de humidade e bolores, depressa as formas debochadas que as manchas tomam levam o padre a mandar pintá-las, não fosse escandalizar a freguesia do templo. Só que as manchas teimam em reaparecer, cada vez mais pornográficas, cada dia mais detalhadas. Repetidamente.

Trata-se de um conto engraçado, com o seu quê de conto de fantasmas, embora muito pouco vitoriano, escrito em tom de realismo fantástico. E bem escrito. Não haverá nele propriamente grande surpresa, que não é a primeira vez que na literatura mundial surgem cenas estranhas nas paredes mais variadas, mas há muitos outros motivos de interesse. É um bom conto. Mais um.

Contos anteriores deste livro:

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