sábado, 14 de junho de 2014

Lido: Mighty Fine Days

Mighty Fine Days, de autor anónimo (coff - é do Anthony Mann - coff), é um conto de horror sobre um homem que se vai perdendo de si mesmo e do mundo. Apesar de parecer à primeira vista ser surrealista, o impacto maior do conto acontece quando nos apercebemos de que até pode não o ser. De que esta história e esta situação são possíveis quando algo de grave acontece à memória. Quando objetos, pessoas e lugares familiares vão perdendo substância, se vão tornando irreconhecíveis, porque deixa de existir conexão entre a sua existência exterior e a representação que delas mantemos no cérebro. Neste conto, tudo começa (muito inglesmente, diga-se) com a transformação do jornal da manhã numa pilha de folhas em branco, mas não fica por aí, e o mundo, tal como é visto pelo protagonista, vai-se tornando cada vez mais estranho e incompreensível.

Digo que este conto é de terror porque é francamente incómodo. Mas igualmente lhe poderia chamar surrealista ou realista mágico. Weird fiction. Esta é daquelas histórias que transcendem os rótulos simples. Tem essa qualidade. E tem outras, também. É um bom conto.

Conto anterior deste livro:

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