"Do you think", asked the dragon, "they've forgotten the... incident yet? Down there?"
"Hardly," I said. And then, "You did cause a lot of damage. And... other stuff."
A puff of smoke came out of his nostrils, his way of sighing.
"I'm sorry."
"I know."
He waited. I waited.
"You miss them?"
What to say? The truth?
"Sometimes. Yeah."
"You can go back, you know."
"There's nobody there for me. Not anymore."
He didn't answer. And I did all I could do.
I remembered.
No Mastodon existe uma vibrante comunidade de gente que escreve, embora a língua portuguesa esteja fracamente representada, uma comunidade não só numerosa como produtiva. Há desafios, jogos literários, gente a ler e a falar do que lê, vida. E há muito pouco tempo ocorreu-me uma historinha que obedecia às regras de um desses desafios: escrever uma microficção inspirada pela imagem que ilustra este post, uma imagem cujos créditos são atribuídos a Monstermonger. Uma microficção que caiba num toot, i.e., em 500 caracteres.
Escrevi a história diretamente em inglês, e agora mostro-a aqui fora do Mastodon. Em inglês, sim, mas também têm aqui em baixo a tradução para português.
Se ficarem por aí até eu ter finalmente disponibilidade para escrever o tal post, perceberão até que ponto este facto banal de ter escrito uma historinha é significativo.
Até lá, fiquem-se com a história em português.
— Achas — perguntou o dragão — que eles já esqueceram o... incidente? Lá em baixo?
— Dificilmente — disse eu. E depois: — Tu causaste mesmo montes de estragos. E... outras coisas.
Uma nuvenzinha de fumo saiu-lhe das narinas, a sua forma de suspirar.
— Lamento.
— Eu sei.
Esperou. Eu esperei.
— Tens saudades deles?
O que dizer? A verdade?
— Às vezes. Sim.
— Podes voltar, sabes?
— Não há lá ninguém para mim. Já não há.
Ele não respondeu. E eu fiz tudo o que podia fazer.
Recordei.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de abusadores. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.