quinta-feira, 1 de maio de 2003

Os pequenos prazeres inconfessáveis do Luís

... ou, melhor dizendo, dos personagens perfeitamente loucos do Luís. O Luís Filipe Silva, para quem não sabe...

Li esse conto há bocado, na versão abrasileirada da Gostosa (e um destes dias dou-vos dois dedos de conversa acerca de versões abrasileiradas de textos portugueses), e achei que tinha piada conversar um bocadinho sobre ele.

É um conto bem interessante, para começar. Uma linha narrativa entrecortada de flashbacks que constituem outra linha narrativa, com capítulos com numerações cruzadas. Um conto de terror sobrenatural e doentio que, ao contrário do que é comum no terror português que já me passou pelas mãos, funciona.

Só tenho pena do final que acaba por funcionar como uma espécie de redenção, ainda que não fosse esse o objectivo. A morte é demasiado final. O conto seria mais forte se acabasse com um ciclo eterno de tortura.

Digamos que o prazer inconfessável seria maior assim...

Quem não sabe do que estou a falar, tem bom remédio: compre ou a antologia brasileira Como era Gostosa a Minha Alienígena (Ano-Luz, org. Gerson Lodi-Ribeiro), ou a colectânea do Luís chamada O Futuro à Janela, editada pela Caminho e pelo Círculo de Leitores.

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