Domingo houve spam em português, incluindo um título que me chega com a regularidade de um relógio suíço: "Lançamento na internet".
Lançamento na internet
Pego nas palavras, faço delas paredes, das paredes faço casa
mobilo-a com mais palavras, com palavras pinto quadros
que penduro nas paredes. Depois, pego em tudo e lanço na internet
Passado um ano, subo para o barco do meu rato, e clique a clique
ponho-me a navegar em busca da casa e dos quadros e das palavras.
Aqui encontro um espelho que ainda reflecte a sombra duma janela
ali, reconheço a cabeceira de uma cama, mais à frente metade de um sofá
depois, a ruína de uma parede e mais além mil cópias de uma telha
Do resto, nem sinal. Alguém sabe em que buraco se esconde o passado?
Em que escondidos caminhos passeia, por que túneis infindos se mete?
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