Depois de uma pausa, regresso à minha olhadela sobre o ARGOS, presente e passado. Concluída a parte dedicada aos autores das diferentes histórias candidatas à categoria de "melhor ficção", falta ainda falar sobre as publicações onde surgiram essas histórias.
No total, surgem nas listas do ARGOS 40 publicações diferentes, ainda que algumas estejam estreitamente relacionadas. É o caso, por exemplo, da Quark, primeiro fanzine e depois revista, e da Antologia Quark; É o caso do Banco de Talentos, que surge assim designado nas indicações de 2002 mas designado como Banco de Talentos FEBRABAN nas de 2000; É o caso do E-nigma e da antologia O Planeta das Traseiras; É o caso do fanzine Hiperespaço e da Nova Coleção Fantástica (e talvez também da Coleção Fantástica?); É o caso da antologia Intempol e do site Intempol; É o caso da Scarium e da Scarium / Hiperdrive. E será o caso, porventura, de algumas outras relações menos discerníveis à primeira vista por quem não conhece na perfeição a cena FC&F brasileira.
Mas são os números que ficam. E estes dizem-nos que, à excepção do ano 2000, em que apenas 8 publicações tiveram direito a trabalhos indicados ao ARGOS, a estabilidade tem sido quase total. Com efeito, em 2001 houve 15 publicações envolvidas nesta fase do prémio, voltou a haver 15 em 2002 e este ano há 14. Isto é particularmente curioso se atendermos a que tanto o número de autores como o número de trabalhos têm vindo a subir ano após ano.
Relativamente a totais, o grande dominador é o fanzine Megalon, que teve trabalhos indicados todos os anos em número suficiente para totalizar 22, e que deixa muito longe as restantes publicações periódicas. A que mais se aproxima é a extinta revista Quark, em quarto lugar com um total de 8 indicações, ficando os restantes 5 lugares de topo entregues às colectâneas, antologias e colecções da editora Ano-Luz, como Como Era Gostosa a Minha Alienígena! (14 indicações, uma impugnada), Terra Incognita (10 indicações, uma impugnada, em 3 colectâneas diferentes) e Intempol (6 indicações).
É bom notar aqui que a forma como estão organizadas as edições tem grande influência nestes números. Se cada uma das colectâneas incluídas em "Terra Incógnita" fosse apresentada separadamente, como acontece com outros livros, não só o quinto lugar do total teria de ser entregue às publicações com 5 indicações cada (os sites da Intempol e do E-nigma e o fanzine Somnium), como os totais de publicações teriam de ser revistos e o mais provável seria a tal estabilidade de que falo mais acima se desfazer, ou pelo menos tornar-se menos clara.
Por hoje, a conversa já vai longa. Deixo para a próxima uma análise ano a ano.
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