Bem, já sou um autor traduzido há algum tempo, mas só agora é que posso gabar-me disso. Explicando:
A revista Nemonymous é uma revista inglesa editada por D. F. Lewis (há uma bibliografia bastante incompleta aqui e outra mais completa, pelo menos no que diz respeito a livros, aqui), que publica contos fantásticos que vão de uma ficção científica mais experimental ao surrealismo, passando pelo horror e por aquilo a que se tem vindo a chamar "weird fiction". Mas tem a característica adicional de os publicar anonimamente, sendo os nomes dos autores desvendados em papel no número seguinte da revista, e electronicamente em alguns fóruns, como o Nemonymous ou o Veils & Piques, alguns meses antes da "denemonização" em papel.
Ora, em fins de Janeiro de 2003 eu tive a alegria de ver um conto meu, traduzido pelo Luís Rodrigues, ser aceite pela revista, ultrapassando uma concorrência que foi de largas centenas de outros contos. O conto saiu na primavera de 2003, no número 3 da revista, e pagaram-me por ele, o que é mais do que posso dizer das vezes que publiquei coisas em Portugal. Até hoje só me pagaram na Inglaterra e no Brasil. A alegria tornou-se maior ao saber que aquele foi o primeiro conto traduzido a sair na Nemo, e foi-se tornando ainda maior ao não receber nenhuma crítica negativa. O pior que li especificamente sobre The Place Where Lost Things Go foi que era "merely good". Sem que alguém soubesse de quem era o conto, claro.
Ontem foi revelado o mistério (e as revelações dos outros autores ainda prosseguem, com o Des Lewis a gerir a expectativa e a manter o suspense ao longo de umas duas semanas), e hoje já posso dizer ao mundo que sou um autor traduzido e publicado profissionalmente lá fora.
Estou todo vaidoso, pois claro!...
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